Pv.Brunna
Minhas malas já estavam arrumadas, continham tudo, coloquei praticamente a minha casa inteira, menos comida e bebida.
Estava esperando Ludmilla vir me buscar como ela disse que viria. A campainha tocou e eu dei um pequeno pulo do sofá com o susto e me levantei.
-- Boa tarde.-- Ela disse séria quando abri a porta.
-- Boa tarde.-- Dei um passo para o meu lado direito.
Ela deu um passo para o seu lado direito e um homem baixo, de cabelos grisalhos e terno preto entrou na minha casa pegando minhas malas.
-- Quem é ele?-- Perguntei confusa.
-- Alfred, meu mordomo. -- Assenti e ela suspirou -- Vamos?-- Apontou para o carro.
Tranquei a porta da casa e fomos em direção ao carro, sentamos no banco de trás e logo Alfred estava dirigindo por Londres.
-- Por que... Por que você não está dirigindo hoje?-- Perguntei tirando a atenção de Ludmilla que riu baixinho.
-- Meus dedos estão machucados.-- Disse voltando o olhar para a janela.
Soltei meu cinto e ela me olhou, sentei ao lado dela e puxei sua mão.
-- Deixe-me ver.-- Pedi quando ela puxou de volta.
Puxei novamente e seus dedos estavam cortados nas pontas.
-- Ludmilla isso está fundo.-- Falei horrorizada.
-- Não é nada.-- Disse fazendo pouco caso.
-- Para o carro.-- Falei para Alfred.
-- Não pare o carro Alfred.-- Disse alto -- Você está maluca?-- Ludmilla perguntou.
-- Pare o carro Alfred, isso é uma ordem.-- Falei séria e ele parou o carro no acostamento.
Desci do carro e Ludmilla veio atrás furiosa mas eu não me importei, abri o porta-malas.
-- Você é maluca? Não pode mandar no meu mordomo.-- Disse irritada.
-- Seus dedos estão machucados, eu não quero vê-los assim.-- Falei vasculhando minha mala.
-- É você é maluca.-- Falou rindo em deboche -- Pior que minha irmã.
-- Obrigada, achei.-- Gritei fazendo Ludmilla dar um pequeno sobressalto.
Fechei a mala segurando o remédio que sempre uso para essas ocasiões, eu trouxe por precauções.
Entramos de volta no carro e Alfred voou pelas ruas, eu não me importo.
-- Vem.-- Puxei sua mão e ela me olhou.
-- Ssssss...Ai.-- Disse quando apertei seu dedo sem querer.
-- Me desculpa.-- Pedi baixinho -- Eu não quis machucar você.-- Ela sorriu leve.
-- Está tudo bem.-- Assenti e abri o remédio fazendo ela segurar o potinho com a outra mão.
Passei a esponjinha em cima do seu dedo indicador e Ludmilla tentou puxar mais eu segurei.
-- Está ardendo.-- Ludmilla choramingou.
-- Não está não, isso é psicológico.-- Passei os outros dedos com Ludmilla quase gritando mas eu não me importei.
Fechei o potinho guardando no casaco do meu sobretudo e assoprei seus dedo olhando em seus olhos.
-- O-obrigada.-- Ela disse quando soltei sua mão.
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Portrait (Brumilla)
Hayran KurguLudmilla Oliveira, uma garota de dezessete anos, destinada à estudar em uma das melhores faculdades da grande Londres, tirou a sorte grande por ser aceita na Harvard ao lado da sua melhor amiga Patrícia Cristal. O que ela não sabia, era que o destin...