Capítulo 56

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Pv.Ludmilla

Estava sentada na cama revisando alguns contratos quando Brunna entrou no quarto toda acanhada.

-- Amor.-- Chamou e eu olhei para ela. -- Temos que conversar.-- Disse caminhando rapidamente até mim e eu larguei os papéis puxando-à para sentar no meu colo de lado.

-- O que houve?-- Perguntei colocando seus cabelos atrás da orelha.

-- Passado.-- Sussurrou e eu suspirei.

-- Fala.-- Abracei sua cintura e ela olhou para as mãos.

-- Quando você me ligou aquele dia, avisando que haviam sofrido um acidente, eu imaginei que a mais machucada era Sofia, eu sei Ludmilla, que você vai dizer que não foi culpa sua, eu sei amor, eu sei que nunca foi, mas eu estava nervosa naquele momento, eu estava aflita, era a minha irmãzinha, tudo que eu mais tinha no mundo, e quando eu cheguei no hospital, e ela não havia aguentado eu...Eu pensei nos meus pais, e então aquele ódio veio crescendo dentro de mim, não sei por que isso aconteceu, mas eu te odiei durante muito tempo.-- Ela falava sem me olhar.
-- Eu só quero te pedir perdão, chega de adiar essa conversa, chega de fingir que isso não é uma pedra no nosso caminho, nós moramos juntas, temos um filho, nada mais justo que tirar esse muro que nos impede de seguir. -- Me olhou.-- Sofia se faz presente à todo tempo, eu não posso pedir nada mais, eu só quero que me perdoe por ter sido uma idiota durante cinco anos, porra, cinco anos, eu pensei muito sobre tudo, e quando cheguei à uma conclusão, te vi com uma garota em um restaurante.-- Olhou para as mãos novamente.
-- Vocês estavam tão próximas, pareciam que iam se beijar, descobri algumas semanas depois que aquela era Paola, a garota que eu mais odeio na face da terra.-- Disse com nojo.-- Aquilo me ajudou sentir mais ódio de você, desculpa.-- Abracei seu corpo com força.

-- Eu te perdoo, eu te desculpo, eu faço o que você quiser, só...Só não quero mais deixar esse peso nos meus ombros.-- Ela assentiu e segurou meu rosto.

-- Tenho algo pra dizer, você precisa prometer que não vai surtar.-- Franzi a testa.

-- Tudo bem, eu prometo.-- Sorri e ela suspirou.

-- Estou grávida.-- Abri a boca devagar, sem acreditar.

-- Grávida?-- Bablbuciei. -- Co-como?

-- Sério que quer mesmo saber como estou grávida?-- Perguntou com uma sobrancelha arqueada.

-- Brunna, como você ficou grávida?Usamos proteção.-- Ela segurou em meu rosto.

-- No dia que Patrícia levou Theo, transamos sem camisinha, e depois disso transamos sem camisinha novamente.-- Joguei meu corpo para trás encostando as costas na cabeceira.

-- Meu Deus, isso é sério.-- Sussurrei.

-- Espero que seja uma menina dessa vez.-- Disse sorrindo e eu suspirei.
-- Não está feliz?-- Perguntou chateada.

-- Estou tentando digerir a informação amor, só um momento.-- Ela deu risada e bagunçou meus cabelos se jogando para trás. -- Meu Deus, você está grávida.-- Falei murmurando.
-- Theo ainda irá fazer um ano amanhã.-- Olhei pra ela.

-- A gente teria mais um filho de qualquer forma, transamos hoje, sem camisinha.-- Joguei os cabelos para cima.

-- Isso é loucura Brunna.-- Ela riu e subiu em cima de mim. -- Vamos dormir um pouco, estou exausta, você acabou comigo.-- Dei risada e apertei sua cintura.

-- Vamos, amanhã temos que escolher um presente bonito para o Theo.-- Falei me sentando e ela ficou sentada em minhas coxas.

-- Eu estava pensando em não darmos nada, ele não brinca com exatamente nada que damos à ele, só aquele maldito príncipe.-- Suspirei.

-- Isso é verdade.-- Resmunguei.
-- A gente pode comprar um super-herói.-- Falei olhando para ela que me olhou debochado.

-- Ludmilla, Theo não gosta de super-heróis.-- Revirei os olhos.

-- Então ele vai ficar sem presente.-- Cruzei os braços e Brunna riu.

-- A gente pode dar um carro de brinquedo, que caiba ele dentro.-- Ela cortou minha fala.

-- Que caiba ele dentro?-- Pensei enquanto ela Assenti freneticamente. -- Tudo bem.-- Joguei ela para o lado e me levantei indo em direção ao banheiro.

(...)

Já eram quase dez horas e Theo ainda não havia acordado, estava difícil assim, Brunna e eu estávamos impacientes.

-- Eu acho que ele não vai acordar agora.-- Brunna disse e suspirou.

-- Ah, a gente espera ele acordar, não tem problema, Theo não vai passar o dia inteiro dormindo.-- Dei de ombros e ela assentiu.

-- Acho melhor acordarmos ele.-- Ela disse e eu suspirei levantando.

-- É, vamos lá.-- Me levantei e fomos juntas para o segundo andar.

Quando entramos no quarto, Theo não estava na cama.

-- Theo?-- Brunna chamou. -- Filho?-- Ela chamou mais alto indo para o banheiro. -- Ludmilla, cadê o Theo?-- Perguntou aflita.

Suspirei jogando meus cabelos para trás e olhei em volta do quarto, não parecia que ele estava ali, e eu sentia Brunna se desesperando atrás de mim.

-- Mama.-- Ouvi seu grito e virei em direção a cama.

Só pude ver sua mãozinha batendo fora da cama, oh, tadinho, ele estava preso em baixo da cama.

-- Theo.-- Brunna rosnou se aproximando da cama e tentando puxa-lo. -- Ludmilla, eu acho que ele está preso.

-- Obviamente, saía daí.-- Me aproximei e deitei no chão do outro lado. -- Oi campeão, como você entrou aí? Queria fazer uma surpresa?-- Comecei à conversar com ele enquanto tirava seus brinquedos de perto. -- Vamos ver o que te segura.-- Falei sorrindo e vi que era a meia dele que estava grudada na madeira da cama. -- Brunna.-- Chamei.

-- Oi, o que foi?-- Perguntou desesperada me fazendo rir.

-- Traga uma tesoura.-- Ela assentiu e foi em direção ao nosso quarto.

Fiquei conversando com Theo que já estava um pouco mais calmo até que Brunna trouxesse a tesoura. Cortei o pano da meia e Theo se arrastou para fora dali me fazendo suspirar aliviada.

-- Por que você faz essas coisas?-- Brunna perguntou com a voz embargada e eu me levantei sentando no chão.

Ela o abraçava com força e ele apenas retribuia apertando as mãozinhas em sua cabeça.

-- Eu fui a heroína aqui né?-- Perguntei alto e Brunna sorriu.

Theo me olhou e eu sorri labial para ele que olhou para Brunna e depois para mim novamente.

-- Feliz.-- Sussurrei. -- Aniversário.-- Gritei jogando os braços para cima e Theo gargalhou.

-- Feliz aniversário meu bebê.-- Brunna disse começando à beijar seu rosto e Theo gargalhava tentando segurar seu rosto. -- Vamos passar um dia inteirinho fazendo todas as coisas que você gosta.-- Ele olhou para mim.

-- Yep campeão, está pronto?-- Perguntei sorrindo. -- Mamãe te dará banho enquanto eu espero vocês para tomarmos café da manhã juntos.-- Levantei e caminhei até ele dando um beijo em sua testa e ele segurou em minha camisa.

-- Parece que alguém quer ficar com você.-- Brunna disse sorrindo.

-- Você quer que eu dê banho em você?-- Perguntei olhando para ele que assentiu freneticamente. -- Ótimo, que papelão.-- Cocei a cabeça e Brunna riu.

-- Se vira.-- Tocou meu ombro e deixou um selinho em meus lábios, suspirei.

-- Vamos lá campeão.-- Coloquei ele em meu pescoço e saí do quarto indo em direção ao meu que tinha uma banheira.

Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora