Capítulo 6

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Pv.Brunna

Eu já tinha um mês nessa empresa, minha convivência com Ludmilla não era sempre das melhores, mas toda vez que ela passava na frente do meu balcão, ela dava um bom dia simpático, e eu apenas assentia.

Graças à Deus, ela pediu para trocar a droga da porta que estava com defeito, e colocou uma mais leve, de vidro fumê.

Agora, eu não ouvia quando ela abria a porta, e era exatamente o que havia acabado de fazer, e estava me encarando, eu senti a presença dela, mas fingi não ver.

-- Você tem vestidos?-- Perguntou me fazendo dar um salto da cadeira, pensei que ela não se pronunciaria.

-- Tenho.-- Foi o que eu disse ao olha-lá.

-- Temos uma festa, às sete hoje, esteja arrumada, irei te pegar as seis e meia.-- Deu as costas.

-- Eu não vou.-- Disse fazendo-à parar e se virar.

-- Não estou te convidando, é uma ordem.-- Disse grossa -- Você é minha secretária, precisa estar dentro de todos os assuntos relacionados à empresa.-- Deu as costas e eu quase me bati por ser tão estúpida.

É óbvio que ela estava ordenando Brunna, mas você é burra o suficiente para não ter entendido isso.

Flashback On

-- Eu quero voltar.-- Caio disse quando sentamos no campus.

-- Eu já disse que não quero mais nada com você Caio. -Falei olhando para ele.

-- Eu não te fiz nada Brunna.-- Cruzei os braços.

-- Você ter me forçado a transar com você não foi nada?Eu disse que não estava pronta, se eu não tivesse chutado você, você teria me estuprado.-- Falei com raiva.

-- Desculpa.-- Disse baixinho -- Quem é aquela garota?-- Perguntou se referindo à Ludmilla.

-- É a Ludmilla, ela é nova aqui, eu ia tomar uma surra do seu amiguinho e ela me ajudou.-- Ele negou.

-- Eu tenho que dar um jeito em Lucas, não quero que ele acabe batendo em você de novo.-- Olhei para frente.

-- Não me importo mais com nada.-- Ele negou e suspirou.

-- Por favor, me dá uma chance de acertar as coisas.-- Disse me fazendo olha-lo.

-- Tudo bem, mas nada de mãos bobas.-- Ele riu e se inclinou.

-- Tudo bem.-- Disse arrastadamente e selou meus lábios em um selinho leve.

(...)

-- Bru, Bru.-- Lari veio correndo até mim.

-- Oi Lari.-- Disse enquanto arrumava minha cama.

-- Caio está preso.-- Disse me fazendo olha-lá.

-- O que? Como?-- Perguntei incrédula.

-- Foi o Renato que me disse, aqui. -- Estendeu o celular.

-- Lucas...-- Falei baixinho - Ele matou Lucas.-- Olhei para Larissa. -Ele matou uma pessoa Larissa.-- Ela suspirou.

-- Eu sinto muito Bru.-- Disse me puxando para um abraço.

-- Eu não quero que ele chegue perto de mim, por favor, não deixe ele chegar perto de mim.-- Pedi baixinho.

-- Eu não vou deixar, prometo. -Beijou o topo da minha cabeça e começou a me balançar como se quisesse me ninar.

Flashback Off

--Terra chamando Brunna.-- Ouvi a voz de Ludmilla pelo interfone.

-- Oi.-- Falei automaticamente.

-- Já são quatro horas, pode ir para casa, mas antes, passe aqui.-- Desligou e eu fiquei encarando o nada.

Havia muito tempo que eu não me lembrava do passado, mas ele estava bem na sala do lado, óbvio que eu me lembraria.

Me levantei no piloto automático e fui até sua sala, abri a porta e à fechei, Ludmilla estava sentada parcialmente na mesa, com uma sacola em mãos.

Me aproximei e ela estendeu a sacola, fiquei olhando para ela que balançou a mão para eu notar a sacola.

-- Ai dentro tem alguns acessórios que quero que use hoje à noite, é uma noite importante, e eu não quero que pensem que a minha secretária é uma adolescente.-- Franzi a testa -- Não falei para ofender.

-- Não me ofendeu.-- Peguei a sacola e dei as costas.

-- Por nada.-- Ela disse e eu parei na porta -- A educação mandou lembranças.-- Disse e eu à olhei.

-- Lembranças aceitas.-- Falei antes de abrir a porta e deixá-la lá.

(...)

Estava terminando de me arrumar, eu não morava em um apartamento de luxo, mas minha casa era bonita ao menos.

A campainha tocou e eu sabia que era ela, a minha pergunta era, como ela sabia onde eu morava?Eu disse que passaria o endereço e ela disse que não precisava pois já sabia onde era.

Fico me perguntando se ela realmente me seguia no caminho para casa, mas decidi esquecer esse detalhe e descer para abrir a porta.

Ela estava apresentável, na verdade, ela me deixou um tanto indignada, eu estava vestindo um vestido de estampa preto e branco, e uma meia calça desfiada, enquanto ela, usava sua calça preta rasgada das coxas aos joelhos, uma blusa preta e sua jaqueta preta.

Ela não usava maquiagem, nem acessórios, mas eu sim, estava cheia de pulseiras de ouro, colares e um par de brincos, tudo que ela me deu naquela sacola.

-- Você não está formal.-- Falei irritada.

-- Boa noite.-- Disse com um sorriso no canto dos lábios e entrou sem ser convidada -- Eu estou formal da minha forma, e à propósito, você está linda.-- Disse me olhando dos pés à cabeça.

-- Não posso dizer o mesmo de você.-- Fechei a porta ouvindo sua risada e fui até as escadas. -- Não suba.-- Ela assentiu e ficou ali na sala.

Peguei minha bolsa, que continha tudo que eu precisava, de maquiagem à roupas.

Quando desci, ela continuava no mesmo lugar, na mesma posição, ela ao menos se mexeu.

-- Vamos?-- Ela chamou e eu assenti.

Fechei a porta e descemos os quatros degraus que dava para a frente da casa e passamos pelo portãozinho branco e ela abriu a porta do carro para mim.

Olhei para ela e entrei colocando logo o meu cinto, ela entrou em seguida e suspirou.

-- Dizer obrigada não mata.-- Colocou o cinto e ligou o carro.

-- Obrigada.-- Falei contra gosto e pelo canto do olho pude ver seu sorriso, maldito sorriso.

-- Espero que não fique com essa cara fechada a festa inteira, ou eu irei te demitir.-- Disse e eu olhei para ela devagar.

-- Ok.-- Forcei um sorriso labial e ela riu.

-- Ótimo.-- Cruzei as pernas e os braços vendo que aquela festa seria entediante até demais para mim.

Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora