Capítulo 35

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Pv.Ludmilla

-- Amor, já são três horas, você precisa ir para a empresa.-- Suspirei e continuei olhando para o teto.
-- Ludmilla, você precisa ir.

-- Aquela empresa não é minha mais, não irei trabalhar para Rebecca.-- Ela sentou nos meus quadris e puxou meus ombros fazendo-me ficar parcialmente sentada.

-- Você vai naquela empresa sim, e vai sentar na sua poltrona e agir como a mulher maravilhosa e centrada que você é.-- Suspirei e ela segurou meu rosto -- Por favor, se não fizer isso por ti, faça por mim.-- Suplicou.

Olhei em seus olhos e alguma coisa ela estava aprontando, mas deixei para lá afinal já haviam se passado dois dias que eu não colocava a cara na empresa.

-- Certo.-- Falei por fim e ela tomou meus lábios em um beijo rápido.

-- Eu te amo, vou tomar um banho e irei correr, quando você chegar se eu não estiver, estou na praia.-- Assenti e ela se levantou me deixando levantar.

Vesti apenas minha calça azul rasgada e uma blusa social azul forte e meus coturnos, eu só iria dar uma passadinha lá mesmo.

Me despedi de Brunna que já estava em seu banho e desci para o andar de baixo e saí de casa entrando no meu carro em um pulo só. Arranquei dali direto para a empresa.

(...)

O elevador se abriu me dando a visão do meu andar e eu sorri sentindo o cheiro de lavanda ali.

Andei até minha sala e abri minha porta dando de cara com minha sala exatamente igual como deixei. Tirando o fato de um jarro enorme de flores e alguns papéis na mesa.

Me aproximei e vi que as flores se tratavam de tulipas rosas choque, e os papéis, os capturei na minha mão e comecei a ler.

-- Eu não acredito.-- Levei a mão livre até a boca quando vi a assinatura de Rebecca e de Brunna na última folha.

Brunna havia comprado a empresa, como? Eu não sabia como ela havia conseguido aquele feito. Corri os olhos pela mesa e encontrei uma sacola com um bilhetinho.

Não precisa agradecer, eu te amo.
-Bu.

Larguei os papéis no chão e abri imediatamente a sacola como se minha vida dependesse daquilo.

Meus olhos começaram a marejar quando à abri, eu não acredito que ela havia guardado aquilo por tanto tempo.

Tirei a jaqueta da sacola e à levei até meu rosto aspirando o cheiro, tinha o cheiro do seu cabelo e o perfume do seu corpo, como achei que tivesse, e então senti minhas pernas ficarem bambas e me agachei para não cair e acabei ficando sentada no chão.

Comecei a chorar sentindo a necessidade daquele choro, eu precisava chorar assim, porque eu estava me sentindo triste por muito tempo mesmo depois que Brunna voltou para minha vida.

Eu apertava a jaqueta vermelha nas mãos e no rosto, abafando meus soluços altos.

-- A intenção não era essa.-- Ouvi a voz de Brunna e ergui o rosto imediatamente e vi seu sorriso enorme.

Me levantei quase que em um pulo e corri para seus braços, ela era muito menor que eu, mas eu me sentia confortável em seus braços.

Ela me apertou contra seu corpo e foi me empurrando até o sofá. Sentamos ali sem que eu desgrudasse meu rosto do seu pescoço e acabei subindo em cima dela, ficando em seu colo como um bebê recém-nascido.

-- Eu não acredito.-- Falei soluçando e ela acariciou minhas costas e beijou meus cabelos.

-- Acredite amor, você merece muito mais, merece tudo que meus pequenos braços conseguem alcançar.-- Me apertou contra seu corpo e eu continuei chorando ali.

-- Eu amo essa jaqueta, eu amo as lembranças dela, eu amo você.-- Ouvi ela rir.

-- Eu amo tudo em você.-- Ela respondeu e meu coração quase explodiu.

-- Bu, como você conseguiu comprar a empresa?-- Ela deu de ombros.

-- Uma mulher poderosa nunca revela seus segredos.-- Me afastei para olha-lá.

-- Eu revelei os meus.-- Falei fungando e ela sorriu me olhando.

-- Eu não irei revelar até segundo plano.-- Acariciou meu rosto.
-- Você é linda, você merece um beijo que te faça esquecer até seu nome.--
E dito isso, seus lábios atacaram os meus.

E realmente, os beijos de Brunna sempre me faziam esquecer o meu nome e até quem eu era, ainda mais quando ela comandava o beijo, era intenso e louco.

Suas mãos entraram dentro da minha blusa, massageando meus seios me fazendo soltar um gemido involuntário.

-- Que delícia.-- Ouvi a voz de Patrícia e quebrei o beijo para olhar minha melhor amiga.

-- Patrícia.-- Gritei me levantando e indo até minha amiga para dar-lhe um abraço forte. -- Que saudade.-- Ela riu.

-- Eu também sinto sua falta.-- Me apertou. -- Mila estava dando de mamar para o seu bebê?-- Perguntou para Brunna que riu.

-- Estava tentando.-- Patrícia gargalhou e foi até ela abraça-lá.
-- Uma saudade garota, como você está?-- Perguntou se soltando do abraço.

-- Estou bem sucedida na minha vida e você?-- Brunna riu.

-- Estou feliz.-- Disse me olhando e eu sorri.

-- Patrícia, olha o que Brunna me trouxe.-- Estendi a jaqueta e Patrícia agarrou olhando para a jaqueta vermelha.

-- Bru, isso é incrível, eu sinto tanta falta de andar com essa jaqueta nos corredores da Harvard.-- Disse desfilando e Brunna gargalhou.

-- Essa é a da Lud, que ela me deu, guardei dentro da minha gaveta de possibilidades.-- Olhei para ela.

-- Gaveta de possibilidades? Eu quero ver depois.-- Ela riu e negou.

-- Muitos segredos.-- Piscou e Patrícia riu.

-- Que tal um jantar? O sol já está perto de se pôr e seria incrível se jantarmos naquele lugar de sempre Ludmilla, que você ficou bêbada e quase caiu da sacada.-- Gargalhei e Brunna me olhou.

-- Você quase caiu da sacada quando ficou bêbada?-- Brunna perguntou incrédula e eu assenti passando a mão na testa. -- Você não vai beber hoje, seu histórico bêbada comigo não ficou muito bom com essa revelação.-- Dei risada e olhei para Patrícia.

-- Você é incrivel Patrícia.-- Falei em irônia.

-- Eu sei obrigada.-- Jogou os cabelos para trás e saiu da sala fazendo Brunna ir atrás rebolando e eu suspirei.

Vai ser um ótimo jantar, pensei.

Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora