Capítulo 2

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Pv.Ludmilla

Estava saindo do campus para ir para o outro bloco, quando vi alguns garotos encurralando uma garota.

Me aproximei e vi que era a Brunna, neguei, passei os dedos no meu cabelo e suspirei olhando para os lados.

-- Hey.-- Gritei e eles me olharam.-- Por que não briga com alguém do seu tamanho?-- Gritei com os punhos serrados e os dentes rangendo uns nos outros.

-- Vaza daqui você também sapatão, antes que a gente quebre seus dentinhos perfeitos.-- Me aproximei novamente e vi Brunna negar.

-- Sapatão é a sua mãe.-- Falei sem pensar e o mais forte veio pra cima de mim mas...

-- Hey, parem de brigar.-- Ouvi alguém gritar, e quando olhei para o lado, era o professor de artes.-- Sai daí Lucas.-- O professor disse e eu olhei para o valentão.

-- Tchau Lucas.-- Disse provocadora e os valentões saíram bufando de raiva.

O professor negou e saiu andando, me aproximei de Brunna e segurei seus braços.

-- Você está bem pequena?-- Perguntei olhando ela inteira.

-- Ei, eu estou bem.-- Se balançou para que eu soltasse seus braços.-- Obrigada por ajudar.-- Disse olhando para o lado direito.

-- Por nada. -Suspirei. -Estou indo para o bloco C, vamos?-- Ela me olhou.

-- Por que você fala comigo?,Eu sou uma idiota.-- Franzi a testa.

-- Eu não acho, se os outros acham, uma pena, você é uma garota legal, só precisa se soltar mais, eu não vou te morder.-- Abracei seu ombro deixando-à de lado e começamos a andar.-- Eu sei que eu falo demais, mas eu só quero que você se solte, parece que tem medo de mim.-- Ela riu.

-- Desculpa, esse é meu jeito.-- Sorri.

-- Você é fofa.-- Apertei a bochecha dela que corou arregalando os olhos levemente.

-- Ludmilla...-- Disse apreensiva olhando para frente e eu olhei para a mesma direção que ela.

Um garoto de cabelos Loiros e sorriso falso se aproximou de nós.

-- Olá.-- Disse e sua voz me deu ânsia de vômito.

-- Ludmilla, este é Caio. Caio, essa é Ludmilla.-- Ela disse e eu assenti.

-- Oi.-- Disse seco.-- Brunna, podemos conversar?-- Perguntou olhando para ela.

Ela disse que depois conversávamos e rumou pelo corredor com ele.

Fiquei olhando eles sumiram no corredor e antes de sumir, vi ela agarrar sua mão e entrelaçar seus dedos, talvez fossem namorados. Dei de ombros e me virei indo para o bloco C onde eu veria uma exposição de artes.

(...)

-- Por que você não morre?-- Gritei e Patrícia riu.

-- Caramba, você está muito bêbada.-- Disse me puxando para sentar na cama e eu acabei deitando e puxando ela para cima de mim -- Ludmilla não, me solta.-- Disse tentando levantar e não me olhava.

-- Dinah.-- Chamei e ela me olhou. -- Posso te beijar?-- Perguntei olhando para sua boca.

-- O que?Está louca?Pirou?Óbvio que não, somos quase irmãs.-- Levantou e se sentou ao meu lado.

-- Qual é, é só um beijo.-- Disse me inclinando.

-- Sai Ludmilla, você tem a porra de um pau entre as pernas, e eu sei que nosso beijo passará de apenas um beijo, seu amiguinho irá ficar animadinho e eu não quero acordar confusa amanhã, porra, você é minha irmã.-- Disse andando de um lado para o outro.

-- Eu juro, vai ser só um beijo.-- Ela bufou e se aproximou segurando meu rosto em suas mãos.

-- Eu espero de verdade não me arrepender com isso.-- E dito isso, senti seus lábios tocarem os meus.

Mas não eram esses lábios que eu queria, de qualquer forma, seu beijo não me agradava. Não que ela tivesse mal hálito ou não soubesse beijar, muito pelo contrário. O hálito de Patrícia tinha cheiro de morando e eu adorava, tanto quando o gosto dos seus lábios que tinham gosto de morango por causa do seu gloss.

Mas não era a sua boca que eu queria beijar, ela não se encaixava na minha e mesmo estando bêbada eu tinha consciência daquilo.

Toquei seu peito e à empurrei de leve vendo seu rosto adotar uma expressão confusa.

-- O que foi?-- Perguntou franzindo a testa.

-- De fato, você é minha melhor amiga, não consigo fazer isso nem em mil anos.-- Ela suspirou aliviada e me abraçou forte -- Desculpa.-- Pedi retribuindo o abraço.

-- Não precisa pedir desculpas, foi una experiência.-- Sorri e apertei meus braços em sua cintura.

A porta foi aberta devagar e uma Larissa sorridente colocou a cara para dentro do quarto, vendo nosso momento íntimo, ela bateu a boca dizendo um volto depois e eu assenti sorrindo, então ela nos deixou ali.

Balancei a cabeça roçando minha bochecha nos cabelos de Patrícia como um filhote de gato manhoso.

O caso de eu ser intersexual, nunca impediu que Patrícia se aproximasse, muito pelo contrário, Patrícia foi a minha professora da vida, e toda minha experiência tanto sexual quanto amorosa, eu agradeço à ela.

Não que já tivemos feito sexo, nunca, o contato mais íntimo que tivemos, foi esse beijo, de resto, foi apenas abraços e conversas.

Patrícia era minha confidente, e eu não pensava nunca, nunca em deixá-la, tínhamos planos juntas, e eu iria cumpri-los dia após dia ao lado dela.

Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora