Capítulo 2 - Pressão

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Felipe

No dia seguinte acordei com meu celular tocando, o que me fez resmungar e coçar meus olhos. Levantei e peguei meu celular vendo o nome de quem me ligava. Era uma chamada de vídeo em grupo.

"Eai bonitão, você não respondeu nossas mensagens no grupo. Estávamos comentando de ir no parque hoje." - Lis

"Bom dia, como você tá?" - Annie

"Gente nós acordamos ele, olha a cara dele!" - Lucas

"É ótimo acordar e ver vocês como o primeiro ato do dia" - disse sorrindo com as coisas que disseram.

"Então, você vai ir?" - Annie

"É hoje né? Eu tô na casa do meu pai, vou demorar um pouco pra chegar, mas vou sim."

"Relaxa, é as duas da tarde. A gente te espera. Agora acorda direito e bom dia." - Lis

Antes que eu pudesse dizer algo, eles desligaram. Lis é mesmo mandona, foi o que me fez querer virar amigo dela quando nos conhecemos. Lembro como se fosse ontem, estávamos na oitava série e ela estava discutindo comigo por causa de um jogo da época, foi então que fizemos um desafio. Quem terminasse o jogo primeiro iria ganhar o lanche da escola durante duas semanas do perdedor que teria que comprar. Ela venceu e eu fiquei sem mesada no mês seguinte. Mas valeu a pena porque nos tornamos grandes amigos desde então.

Já o Lucas, somos amigos de infância, nos conhecemos no terceiro ano do fundamental, quando simplesmente viramos um para o outro e perguntamos o nossos nomes e, viramos amigos. Ele sempre esteve do meu lado quando coisas ruins e boas aconteceram, principalmente quando minha mãe morreu...

Agora a Annie... Nos conhecemos em uma apresentação da nossa escola, ela precisava de ajuda no trabalho e eu me ofereci já que era o assunto que eu queria ter pego. No final os professores permitiram que eu saísse do meu grupo e me juntasse a ela para fazermos o trabalho. Ela sempre foi parecida comigo, gostava de coisas semelhantes, até eu zoar ela por descobrir umas músicas peculiares, eu diria. No final ela me convenceu que as músicas eram boas e, quando me dei conta estava cantarolando enquanto ia para a escola. Ela ficou tão animada quando eu lhe contei isso, parecia a melhor das notícias do mundo. Ela sempre arrancou muitos sorrisos de mim... Eu... Eu não quero perdê-la... Eu não posso perdê-los...

Como vou olhar para eles hoje e não falar nada? Nunca fui bom com mentiras... Eles... Ah eu não sei o que fazer...

A tarde havia chegado, depois de tomar um banho me vesti com uma camiseta azul e uma calça preta, com um casaco xadrez amarrado na cintura caso ficasse frio. Me encarei no espelho, pensando no que fazer... Eu deveria contar? Eu quero que estejamos juntos independente do que escolhermos... Então... Mas e se eles quiserem contar para as outras pessoas? Eu estragaria a única chance de salvação da espécie humana... Eu não poderia estar mais confuso, parecia que eu vivia na escuridão sem que existisse uma porta para sair dela...

— Eu diria que você está bonito, se é isso que você se preocupa ao olhar seu reflexo. — Meu pai me fez acordar dos meus pesadelos.

— Pai... Você me assustou... Eu... Vou sair e me encontrar com meus amigos.

— Você parecia nervoso... Está preocupado com algo?

— Não... Eu... — Não conseguia conter meu nervosismo... Ainda não sabia o que fazer.

— Quero que... — Ele disse se aproximando de mim tocando no meu ombro. — Não se esqueça que o que você sabe é segredo. Não pode contar até mesmo para seus amigos, por mais que queira proteger eles.

Seus olhos estavam firmes nos meus, me pedindo educadamente para eu calar a boca.

— Você entendeu? Se você contar, vai estar matando não somente todos que estão na terra, mas todos que teriam uma chance de sobreviver. Você vai ficar calado se eles perguntarem algo, não é?

1 — Não se preocupe, não vou falar nada. (Obedecer ao pai e não contar.)

2 — Não falarei nada... (Mentir para o pai e contar aos amigos.)
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