Capítulo 34 - Coisas precisam ser ditas.

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Felipe

Andar sozinho por aquela nave, sabendo que não só os robôs, mas também os humanos eram perigosos, e além disso ter uma arma sem munição me fazia ter calafrios a cada estalo que ouvia naquele lugar. Me sentia tendo de cumprir missões, encontrar meu pai, achar munições, encontrar meus amigos e ir até a sala do Henry para pegar o radar. Só não sabia qual eu faria primeiro.

Decidi tentar encontrar meu pai, ele com certeza deve saber como chegar na sala do Henry, e além de poupar tempo, eu também poderia vê-lo e saber se estava bem. Meu medo era encontrá-lo... Morto... Em algum lugar... Só de pensar nessa possibilidade eu sentia meu corpo fraquejar, mas isso não era real, pelo menos até que eu o visse dessa forma, então eu precisava me manter firme e continuar andando até encontrar aquele homem.

Alguns corredores eram mais assustadores do que outros. Logo o mau cheiro iria começar a aparecer com todos aqueles mortos... Eu me perguntava o que seria feito com eles. Alguém estava pensando nisso? Se voltássemos para a terra poderíamos enterrar os corpos e além disso encontrar a Annie, isso se... A terra...
Não... Tenho que me manter positivo, tudo vai dar certo, eu irei encontrá-la, eu irei... Encontrá-la.

Estava perto dos corredores que iam para meu quarto e o do meu pai, aquele lugar me dava muitas sensações diferentes. Não era exatamente nostalgia, não foram bons momentos que vivemos aqui...
Eu esperava mesmo encontrar meu pai, desde que ele correu para longe depois que a robô se revelou como tal, eu não o vi mais...
Tinha receio de chamar por seu nome e aparecerem pessoas querendo me levar a força dali, o que me fazia pensar: quantos ainda estão vivos?

Éramos muitos, mas também tinham muitos robôs aqui, será que já teriam matado boa parte de nós?

Meus olhos percorriam cada canto que pudesse ir, cada pedacinho, cada cantinho onde eu pudesse achar uma das coisas que procurava, até ver o quarto do meu pai. Será que ele estava lá? Esse tempo todo? Dando passos lentos e silenciosos até a porta, pensei em bater, mas como ter a certeza de que ele abriria? E se eu falasse meu nome? E se na verdade quem estivesse ali não fosse meu pai? E se fosse outra pessoa pronta para me levar até os malditos robôs?

Nervoso, abri a porta com cuidado e pronto para me defender de qualquer coisa que pudesse voar em minha direção. Nada... Entrei atento a qualquer movimento e fui andando pelo grande quarto. Até que passando pelo banheiro, ouvi um grito e me virei para me defender assim que vi que alguém iria me agredir com um pedaço de ferro cilíndrico.

Quando pus meus olhos naquele que fazia isso, vi o mesmo perder a força e quase derramar lágrimas deixando o ferro cair ao chão.

- Filho... É você... - em sussurros ele me puxou para um abraço apertado.

O retribuí enrolando meus braços por seu corpo fechando os olhos com força. Apesar de tudo, ele é a minha família... Ele é meu pai... O ouvi chorar em meu ombro. Parecia tão desesperado, eu não sabia se era o medo ou qualquer outra coisa, até que ele levantou seu rosto e me encarou nos olhos. Estavam vermelhos e tão tristes... Não pareciam tão temerosos como pensei, havia alguma coisa...

- Achei que tinham te pegado... Estou tão aliviado que está bem... - ele disse fungando.

- Estou feliz de estar bem também, temia por sua vida... Você se escondeu aqui esse tempo todo?

Ele baixou seu olhar como se estivesse com vergonha, enquanto limpava seu nariz com as costas da mão, concordando com a cabeça.

- Eu... Preciso mesmo conversar com você... Talvez não tenhamos muito tempo, mas existem coisas que precisam ser ditas imediatamente.
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Oi, eu sei, dei uma sumida, mas vou tentar manter o ritmo de postagens, só peço que não me abandonem djskdj

Nos vemos no próximo capítulo?

Bjoss e até sexta!




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