Capítulo 36 - Salvação

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Felipe

Eu mordia um grande pedaço do sanduíche que meu pai tinha pegado para mim. Estava com fome, não faço ideia de quanto tempo estava sem comer, o que me fazia pensar nos meus amigos. Eles também deveriam estar com fome, será que conseguiram alguma coisa? Além disso, será que estavam bem? Comendo rapidamente, notei meu pai observando a porta. Ela estava fechada, mas o medo daqueles seres metálicos conseguirem abrir consumia não só a ele, mas a mim também.

Seus olhos estavam tensos, assim como seu corpo. Seus pequenos músculos dos braços pareciam um pouco contraídos e ele provavelmente iria correr para cima com aquele bastão que ainda segurava para tentar detê-los enquanto me mandaria correr dali. Eu esperava que isso não acontecesse, mesmo sabendo que alguma hora isso seria inevitável...

- Senta pai. Você precisa se alimentar também...

- Não consigo. A qualquer instante eles podem entrar... Eles podem nos ouvir... Não quero que... Mais coisas ruins aconteçam.

- Para isso não ocorrer mais, precisamos ir até a sala do Henry. - Disse largando meu copo de água na mesa, o encarando.

Seu rosto virou para mim antes de seus olhos, franzindo o cenho como se não entendesse o porquê das minhas palavras.

- Henry tem o último radar de movimento. Com ele nós conseguiremos saber se há robôs perto de nós e com sorte, conseguiremos ir até o comandante da nave, e então tentaremos fazer contato com algum robô da terra para rastrear a Annie.

Seus olhos focaram o chão. Ele parecia pensativo por alguns segundos, não sabia se estava pensando sobre trazer a Annie de volta ou como faríamos isso... Até que ele subiu o olhar concordando logo em seguida com a cabeça. Era o certo a se fazer, e se tratando da garota que eu amava, eu iria até o fim para trazer ela de volta.

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Lucas

Meu coração ainda pulsava rapidamente, e com aquele silêncio todo eu podia até ouvi-lo, ou pelo menos achava que sim. Com alguns passos fora daquele quarto por vezes me sentia sendo observado. Poderiam ser pessoas, provavelmente. Os robôs viriam me atacar já que não sou nada parecido com o Felipe.

Com isso as lembranças vieram a minha mente. Onde ele estava? Qual era o plano dele em fazer a gente se separar? Eu sei que assim as pessoas não correriam atrás de mim e nem da Lis, mas... E depois? E o agora? Como iríamos nos encontrar novamente?

E a Lis? Queria tanto ter conseguido segui-la... Eu sei o quanto ela tem medo, mas sei também que ela é uma mulher forte... Tenho certeza de que ela está se virando bem... Mas... A saudade, o medo... Não me deixarão até que eu a veja novamente. Estou lutando por mim, pelo Felipe, pela Annie, mas principalmente por ela... Elisa... Aquela doidinha de cabelos curtos que de primeira impressão parece ser durona, mas é uma doce menina... Não vejo a hora de poder abraçá-la e ter a certeza de que não a perderei novamente... Será que ela também está pensando em mim?

Suspirando, deixei um sorriso me escapar dos lábios. Elisa era a única que poderia me fazer sorrir sem nem estar ali, ainda mais com toda a pressão e o terror em que estávamos passando agora...

Me senti mais forte após ter pensado nela, e retomando meus pensamentos, foquei em achar a porta que me diria onde era a sala do Henry. Eu estava perto, sabia disso, e como um colírio para os olhos, avistei o nome estampado naquela porta grande. O nome de parte da salvação.

- Henry... Finalmente achei você.

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Elisa

Depois de assistir todas aquelas gravações sobre a B207 e o John, ficou tudo mais claro na minha mente como se não fizesse sentido eu não ter entendido tudo antes. O pai do Felipe danificou a robô e ela passou o pane para os robôs e eles agora estão matando todas as pessoas, mas não chegam perto do Felipe porque na programação da B207 ela teria que agir como a verdadeira Annie, que amava o Felipe. Caramba... Além de todas essas coisas, saber que a nossa Annie verdadeira está na terra agora me dá calafrios dolorosos demais... Será que ela está bem? Viva? Eu... Realmente não queria pensar em outras possibilidades. Queria encontrar minha amiga, e precisava fazer isso. Indo até a sala do comandante eu poderia tentar fazer contato com algum robô da terra que não foi destruído e fazê-lo rastrear a minha amiga. E com muita sorte, não achar somente ela, mas todos os outros sobreviventes...

Sei que aqui dentro tudo está um caos, mas iremos vencer tudo isso, eu... Preciso acreditar que sim... Não podemos todos morrer... Não é assim que tudo tem que terminar... Eu irei lutar pela minha vida e de todos aqueles que precisam de ajuda, e vou conseguir... Eu preciso conseguir...
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Ooi, capítulo novo, não desistam de mim por favor kkkk

Sexta tem capítulo garantido, e espero que vocês se lembrem de alguma parte da história pra poder fazer sua escolha!

Nos vemos na sexta! Até!!

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