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Felipe
Correndo pelos corredores daquela nave, enfim cheguei a praça de alimentação, aquele lugar super aberto e grande, que era para estar sempre cheio de pessoas transitando para lá e para cá, totalmente vazio... O eco que meus pés faziam era impressionante pensando nisso, mas hoje, especificamente, eu escutava gritos.
Me guiei exatamente por esses sons, até perceber que eles pararam, e sinceramente eu não sabia se ficava feliz ou preocupado com isso. Haviam duas possibilidades: a pessoa se salvou, ou morreu...
Tive que parar onde estava e tentar pensar rápido para onde eu iria agora, olhando para todos os lados na esperança de enxergar alguém, como o Lucas que disse que estava por ali. E aliviado, finalmente o vi.
Lucas me chamou para perto e eu corri até ele, que parecia confuso e preocupado, até que quando enfim cheguei, vi o que lhe fazia ter esse sentimento.
Um robô pacífico.
A luz do seu pulso era azul, como antes, e seus olhos tinham um brilho amigável, muito diferente de como os víamos antes.
Cheguei perto dele com cuidado, o examinando totalmente, tentando entender o que aconteceu.
— E-ele estava prestes a atacar a... — Ele falava nervoso apontando para a mulher que eu devia ter escutado gritando mais cedo. A mãe da Reiven...
Me virei para ela com um olhar cuidadoso, indo até ela vendo que a mesma segurava o choro com as mãos tremendo, sendo que seu rosto já estava molhado de lágrimas mais cedo.
— Mas... Ele parou do nada e... Como se tivesse sido reiniciado... Eu... Eu não entendo... — Ele continuou.
— Vamos sair daqui, não sabemos o que isso significa... — Disse envolvendo a mulher em meu abraço, a tirando dali junto com o Lucas.
Começamos a caminhar para o lado oposto, e enquanto isso, eu ainda escutava a mulher fungar o nariz e tremer devido ao grande susto.
— Por favor Lucas, nos mostre o caminho até a Elisa. O Henry está com ela?
— Sim, mas... Eu não sei, a B207 os levou e o obrigou a consertá-la, se ele não fizesse isso a Elisa morreria... Eu... Não posso acreditar que esses robôs estão normais agora porque o Henry não consertou a B207... Quer dizer, eu quero muito que isso tudo acabe logo mas não quero que ele sacrifique a Lis por isso, a minha Lis... Pode parecer egoísmo mas... — Lucas dizia sem parar desesperado.
— Lucas, calma, eu... Tenho certeza que a Elisa está viva... Vamos acreditar nisso. — Disse querendo confiar em mim mesmo. Espero que tenha passado confiança.
Meu amigo nos mostrava o caminho enquanto andávamos por aquela enorme nave. Ainda caminhávamos meio apreensivos pois não sabíamos se aquele robô era o único que tinha voltado ao normal, e sinceramente não sabíamos se queríamos isso ou não, pois não sabíamos o que significava.
Andando mais um pouco, ouvi meu nome ser chamado timidamente pela mãe da Reiven, e com atenção, pedi que ela falasse.
— Eu... Queria te pedir desculpas... Por tudo... Eu fui cega, acreditava, ou queria acreditar que você era o culpado pela morte da minha... Da minha Reiv... — Ela pausou devido ao choro. — Mas no fundo eu sabia que tinha sido um daqueles malditos robôs... Depois de um tempo me escondendo com outras pessoas que eu envenenei contra você, cada uma delas foram morrendo por eles, e cada vez que isso acontecia, eles falavam algo sobre B207, que isso estava fazendo essas atrocidades acontecerem. E chegou o momento em que sobrou apenas eu... E... Se não fosse você e seus amigos, os únicos que estavam tentando fazer alguma coisa pra isso acabar, eu seria a próxima... Por isso... Eu peço desculpas e agradeço a você também, Lucas. — Ela terminou estendendo a mão para agradecer a ele, que sorriu concordando com a cabeça.
— Está tudo bem, Sra. Lorion. O importante é que estamos bem agora, e vamos conseguir sair dessa. Vivos.
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Um Caminho
Science FictionUm meteóro está próximo a colocar um fim na terra e só a NASA sabe disso, projetando a anos uma nave para colocar os mais ricos e importantes seres humanos, e deixar o resto morrer. Quatro jovens descobrem o plano e decidem se salvar do mundo em col...