Capítulo 22 - A verdadeira

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Felipe

Sem ter muito tempo para pensar, vendo que eu poderia perder a todos, me arrisquei em tentar salvar aqueles que se esforçaram tanto para estarem ali. Meus amigos. Se eu desse sorte eu conseguiria salvar a Reiven também.

Ergui a arma e esperando acertar no robô, mirei o melhor que pude e gritei forte "se abaixa!"

Imediatamente a Lis tentou se abaixar mesmo sendo segurada pelo robô, e então ouvimos o som do disparo. Não sabia manusear muito bem uma arma, mas o pouco que eu sabia, esperava que tivesse acertado. Abrindo o olho rapidamente, vi que havia acertado no botão do pulso dele, o vendo soltar a minha amiga e começar a soltar um líquido de dentro dele, caindo no chão. 

Querendo ir a abraçar, me lembrei de Reiven, virei para trás e a vi desfalecendo no mesmo instante. O robô a pressionava contra a parede, a enforcando, e quando me virei para ajudá-la também, ela olhou para mim e em um segundo depois vi seus olhos perderem o brilho da vida.
Senti uma dor imensa, e corri para a segurar quando vi o robô a soltar finalmente. Sacudindo seu corpo, eu a chamava de volta. Não era assim... Não era assim que eu planejava as coisas... Porque tudo estava fugindo tanto do controle?

Olhando para seu rosto, eu balançava a cabeça negativamente ao pensar nos últimos dias que ela viveu... Uma mentira... E tudo era culpa minha... Porque eu não consegui a salvar? Se eu tivesse feito de outra maneira, se eu tivesse alguns segundos a mais de tempo... Se eu... Se eu não tivesse mentido desde o começo...
Minhas lágrimas molhavam meu rosto, enquanto eu sentia aquela dor terrível de vê-la morrer na minha frente sem eu ter feito nada...

- não não não não não... Não Reiven... Por favor... - eu dizia passando a mão por seus cabelos.

- Invasora exterminada. - disse o robô saindo do meu quarto.

Parando de me lamentar por alguns segundos, após ouvir aquela frase, fiquei pensando sobre isso... Então... Finalmente estava entendendo.

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Lucas

Fomos obrigados a entrar nos dutos novamente quando percebemos o movimento de mais robôs por perto. Foi difícil convence-lo a deixá-la ali. Era horrível o que presenciamos, mas precisávamos nos proteger, se não sua morte seria em vão.

Entrando nos dutos, o vi secando seu rosto e respirando fundo, até olhar para a Lis, sorrindo logo em seguida.

- me desculpe, eu também estou muito feliz que você conseguiu sair viva daquilo...

- graças a você. Não se culpe, Felipe, você fez o que pôde, e conseguiu salvar a nós. Obrigada. - ela disse segurando na mão dele.

- bom... E agora?

- temos que sair daqui. É um bom esconderijo mas nós precisamos achar outro lugar. Mas antes disso, vamos conversar sobre o que eu descobri a pouco. - disse o Felipe passando a mão nos cabelos parecendo nervoso.

Nos acomodamos e esperamos ele falar. Estava nervoso sobre o assunto, e sabia que algo bom não seria no meio dessa confusão toda.

- antes de virmos para a nave, meu pai me mostrou os robôs. Me explicou como funcionam e pra que servem. Uma parte deles foi feita para substituir as pessoas mais conhecidas da terra, para enganar as pessoas sobre onde estão realmente, mentindo sobre a nave.

- meu Deus... Que terrível... Como quem produziu isso teve a coragem de fazer isso com as pessoas? Eu... Eu nem sei o que pensar direito... - disse a Lis colocando a mão na cabeça.

- enfim... A outra parte, uma pequena, iria vir para a nave para cuidar de tudo por aqui, das pessoas, e também para detectar qualquer coisa que estivesse errada, como invasores.

- invasores... Invasora exterminada... Foi isso que o robô disse... - disse achando que estava começando a entender o que o Felipe falava.

- exatamente... Bem, depois de ter visto os robôs, eu queria mostrar pra um de vocês como aquilo funcionava, e foi então que eu convidei a Annie, para vê-los. - ele pausou segurando o choro novamente. - eu... Mostrei a ela como se ligava... O robô começou a escanear ela e... Se transformou em uma cópia dela...

- o... O quê? - a Lis perguntou não querendo entender o que ela achava que poderia estar acontecendo.

- eu achei que tinha saído do alojamento com ela, mas... Não era ela... Não foi a Annie que veio conosco pra essa nave... Foi o robô...

Meu coração disparou, meu corpo gelou e eu não sabia mais como reagir ao que ouvia. Não podia ser verdade, esse tempo todo, com quem convivemos era na verdade um robô?

- haviam alguns indícios de que não era a Annie, depois que descobri isso, comecei a pensar e ligar os pontos. Quando estávamos prestes a sair do alojamento, a Annie verdadeira me disse que iria no banheiro, e eu a esperaria lá fora. Mas quando eu a vi, não era mais a Annie e sim o robô. Depois disso, meu pai comentou comigo que uma das janelas do alojamento estava quebrada e um dos robôs sumiu. No começo eu pensei que um robô tinha escapado, mas ele estava conosco o tempo todo, quem tinha saído de lá era a Annie verdadeira.

- eu... Eu não consigo acreditar... - sussurrei colocando a mão na testa.

- quando decidimos que vocês viriam na minha casa pra poder decidir se ficaríamos ou viriamos para a nave, o robô foi o primeiro a dizer que devíamos entrar na nave. Além disso, ele entrou na minha casa como se fosse a primeira vez que ia até lá. - ele dizia percebendo como não havia se tocado de que não era a verdadeira Annie.

- eu me lembro disso... Como não percebemos? - disse a Lis secando seu rosto.

- ela não está aqui com a gente... Ela ficou na terra... E agora tudo está destruído, se não pelo meteóro, por todo o resto que pode ter causado. Mas ainda há um fio de esperança que me faz acreditar que a Annie ainda está viva... Eu não sei por que exatamente, mas eu sinto que ela não desistiu, ela ainda está lutando em algum lugar de lá, e eu vou dar um jeito de buscá-la.
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E os mistérios estão sendo revelados aos poucos! É, alguns acertaram sobre a Annie ser um robô, mas e você? O que achou dessa revelação? Conta pra mim vai!

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Eu sei que a Reiven não era uma personagem muito importante, mas por favor, F no chat kkkkk
Mas sério, tadinha né, enfim, é como na vida real, nossas escolhas que fazem nossa história!

Obrigada por ler!

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