Capítulo 15 - Esconde-Esconde

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Elisa

- eu vou com você! Mas por favor, vamos ir com cuidado, sem fazer barulho. - disse o Lucas, olhando nos meus olhos.

- nós voltaremos logo, Annie. - disse com a mão na porta.

Coloquei o ouvido na porta com cuidado, tentando ouvir se havia alguém perto, e depois de escutar apenas o silêncio, abri devagar enquanto espiava por ela.
Abri a porta cuidadosamente saindo por ela. O local mais próximo para se esconder era atrás de umas caixas grandes do corredor.
Andei rapidamente até elas, fazendo sinal para que o Lucas viesse e da mesma maneira, ele fez.

- onde você acha que é o quarto dele? - o Lucas perguntou falando baixo.

- eu não sei. - disse levantando a cabeça para dar uma olhada.

Nunca havíamos visto ele adentrando em outros locais a não ser a salinha onde ficamos.
Porém para a minha surpresa, o pai dele apareceu, juntamente de alguém que eu não conheço.

- sim, eu sei, mas não se preocupe com isso, eles já estão arrumados e não há chances de eles estragarem. - o outro homem falava.

- mas já aconteceu uma vez. - o John disse.

Será que eles estão falando dos robôs?
Ambos se aproximavam de onde estávamos, e certamente nos veriam, e quase congelando devido ao medo disso, senti uma mão me puxar para o lado.

Mais escondido, o Lucas me levou para um canto escuro, com mais algumas caixas brancas altas. Ali ele tampou minha boca como se soubesse que eu iria gritar, ainda mais quando ouvimos novamente a voz do John.

- espera aí, ouvi um barulho.

Olhando pelos lados, ele vinha na direção onde estávamos. Meu sangue estava fervendo. Eu estava prestes a desmaiar, parecia que minha respiração havia ficado mais pesada e eu não conseguia imaginar sair dali com vida. A cada passo que ele dava, o silêncio que vinha logo depois me fazia ter dor no estômago, sendo segurada forte pelo Lucas, no qual seu coração podia se escutar.

- vamos, Senhor John, devem ser apenas crianças correndo por aí. - o outro homem disse.

Por um momento senti uma mistura entre alívio e ansiedade. O que John faria agora?

- mas e... E se... - ele tentava falar alguma coisa.

- temos que ir até o salão principal, e o que você ganha brincando de Esconde-Esconde com crianças?

Depois de alguns segundos, ouvimos os passos deles se afastando. Senti enfim que poderia respirar novamente... Olhei para o Lucas, que colocava a mão no peito, tentando acalmar seus batimentos acelerados.

- se eu estivesse sozinha... - disse apreensiva passando as mãos pelo cabelo.

- ainda bem que eu sou um ótimo amigo... Agora vamos, vamos avançar um pouco e ver se as portas tem nome ou alguma coisa parecida.

Eu e o Lucas saímos discretamente do local onde estávamos e com os olhos bem atentos, fomos andando olhando para todos os lados, até chegar a curva de um corredor. Lucas fez sinal com a mão para que eu ficasse atrás dele, enquanto ele olhava se o caminho estava livre. Quando vi sua expressão voltando pra mim, senti meu corpo ficando nervoso novamente.

- o que foi? Tem alguém lá?

- não especificamente uma pessoa... Mas... O que tínhamos medo.

- robôs... - entendi.

Quando eu fui espiar também, vi que eles estavam em posições em várias partes. Eles eram brancos, com os olhos todos azuis. Tinham uma faixa preta com um círculo azul na cintura, com uma linha cinza desde a faixa até o pescoço. Pareciam algo tão bonito e tecnológico, mas ao mesmo tempo exalavam medo em mim como nada antes... Eles escutavam a longa distância? Detectavam movimentos? Qual era a velocidade deles?
Antes que eu voltasse minha atenção ao Lucas, ouvi uma voz familiar vindo do lado oposto de onde estávamos, se aproximando dia robôs. Felipe.
Estava animada em poder vê-lo e enfim falar com ele, entender as coisas. Mas quando eu vi que ele não estava sozinho, eu entendi tudo.

- vamos voltar. Agora eu entendi o que está acontecendo. - disse desapontada.

- o que? O que foi? - Lucas perguntou indo ver o que eu tinha visto. - bom... Ele... Ele deve ter uma explicação.

- eu acho que não... Coitada da Annie...

- vamos ir, não é seguro aqui.

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Felipe

- bem, foi divertido. Então, nos vemos outro dia. - disse colocando a mão no bolso para tirar meu cartão para abrir minha porta.

- perfeito, te mandarei mensagem a noite... - Reiven disse sorrindo.

Sorri meio sem jeito e entrei no quarto esperando que ela saísse. Fazia um bom tempo que eu não ia ver meus amigos. Precisava ver como eles estavam. Eles com certeza devem estar preocupados com o meu sumiço de repente, e eu precisava explicar o que estava acontecendo.
Esperei um pouco e saí do quarto olhando em volta para ver se meu pai ou Reiven estivessem por perto. Andei normalmente até a porta e peguei a chave para abrir, batendo três vezes para que soubessem que era eu.

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John

Sem segredos agora, meu filho. Se você gosta tanto da nova garota, porque ainda vai nessa sala? Annie está mesmo aí? Porque ela não veio até a mim quando a chamei?
Bem escondido, estava eu prestes a descobrir o que tinha atrás daquela porta. Sem segredos agora, meu filho...
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Demorei um pouquinho mas tô aqui kkkkk

Esse John não perde oportunidades né!

Será que ele vai descobrir algo?

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