Capítulo 20 - A morte

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Elisa

O medo estava corroendo cada parte do meu corpo, mas confiar no Lucas me deixava mais tranquila. Ele sempre dava um jeito de salvar a gente, e dessa vez não seria diferente.
Ficamos parados em silêncio naquele duto esperando que o que quer que fosse, viesse logo até nós. Lucas estava em posição de ataque atrás de mim enquanto eu revezava olhar para ele e para a porta. Quando o Felipe voltaria?

A coisa se aproximava com passos rápidos, nos fazendo ficar mais nervosos. Eu estava quase optando descer dali, mas antes que o fizesse mesmo, vi que era uma pessoa, o que me deixou um pouco mais tranquila. A garota se assustou ao ver a gente, provavelmente se escondia de algum robô também.

- quem são vocês? São robôs? - ela perguntou com os olhos marejados.

Estar naquela situação, fugindo dos robôs, parecia algo que só acontecia em filmes e agora estar vivenciando essa coisa terrível estava afetando a todos nós grandemente. Ver o rosto assustado daquela garota, era como me olhar no espelho, estávamos todos apavorados, e não era para menos, haviam milhares de robôs espalhados por toda esse gigante nave, aparentemente com mal defeito.

- não se preocupe, nós somos humanos... Estamos nos escondendo também. - disse tentando a deixar mais tranquila.

- eu nunca os vi pela nave... - ela disse limpando seu rosto das lágrimas que haviam caído.

- nós... Não saímos muito do quarto. - disse o Lucas, tentando esconder a verdade. Mesmo ela parecendo ser inofensiva, não era bom ela saber que eles não eram passageiros oficiais.

- espera, eu acho que eu já vi você... Qual é o seu nome? - perguntei olhando bem para seu rosto enquanto percebia que Lucas se acomodava, deixando de ficar tão na defensiva.

- meu nome é Reiven, e vocês?

Reiven... Era você sim... Lembrei quando a vi com o Felipe andando perto dos robôs antes de essa loucura toda acontecer...

- eu sou o Lucas, ela é a Elisa, nós somos amigos do Felipe. Inclusive ele está te procurando, precisa falar algo sério com você.

- o Felipe? Ele está lá fora... E minha mãe... Ah se eu soubesse onde estão... - ela parecia querer chorar de novo.

- não se preocupe, os robôs não atacam o Felipe, nós não sabemos ainda o porquê mas... Pelo menos ele está a salvo...

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Felipe

O pânico reinava em meio ao silêncio que a nave fazia. Todos estavam escondidos em algum lugar, enquanto vários corpos estavam espalhados pelo chão. Engolindo em seco, eu segurava as lágrimas diante de tudo aquilo, sentindo como se toda a culpa fosse minha de alguma forma... Olhar para aqueles robôs claramente danificados atacando todas as pessoas, pude começar a entender o que estava acontecendo. Mas ainda precisava de mais respostas. Onde estava meu pai?
Como se um dos robôs tivesse lido meus pensamentos, o vi chegando perto dele que estava escondido em um canto assim como todos. Meu coração disparou, e meu corpo todo paralisou como um pesadelo onde você não consegue correr. Aquele robô estava prestes a matar meu pai, e fazendo toda a força que eu conseguisse, corri até eles para impedir que isso acontecesse.

Me lembrei de quando eu era criança, sempre tinha uma novidade para o contar quando ele me buscava na escola. Ele insistia em querer me ensinar a dirigir um carro mesmo com oito anos, apenas me mostrando como fazia é claro, e ficou tão orgulhoso de mim quando eu tirei a carteira, enchendo os olhos d'água.
Estávamos sempre juntos, eu e ele, mas por incrível que pareça, quando a mamãe morreu, nós nos distanciamos um pouco... Porém eu não podia amar menos o meu pai, mesmo com as escolhas ruins que ele acabou fazendo durante sua vida até agora, e com todo o meu amor eu corri até ele para o salvar de alguma forma, nem que seja me tacando na frente dele, como fiz.
O robô iria me atingir, mesmo eu tendo uma chance de ele ver que sou eu e não fazer nada, mas no momento eu estava focado em salvar a vida dele, e só queria que ele estivesse bem, independente de mim.

Porém, quando achei que seria atingido, algo veio e tomou meu lugar. Totalmente inesperado, veio rápido e foi atingido no meu lugar, caindo logo em seguida, nos meus braços, enquanto o robô entendia que tinha exterminado o "invasor", indo embora, deixando nós três ali, eu, papai e...

- Annie...
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Geeeente, porque a Annie fez isso??

Ela foi atingida, e agora?

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