Capítulo 32 - Respostas

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Lucas

Eu estava em choque... Aquelas descobertas estavam me deixando cada vez mais maluco! Mesmo assim ainda tinha muitas perguntas, como qual razão o John faria a robô B207 se passar pela Annie? Por que ele faria isso com o próprio filho? O que seria ruim ao deixá-la entrar na nave? Além disso, por que ele danificaria a B207? Do nada eu sei que não pode ter sido, alguma coisa aconteceu...

Balançando a cabeça, me concentrei no que eu precisava encontrar. Comecei a vasculhar no computador algo que me dissesse onde era a sala desse tal Henry, o que fabricou o radar. Ele disse por meio de suas mensagens que havia sobrado um, e eu precisava encontrar esse radar o mais rápido que pudesse para enfim ter um pouco mais de tranquilidade. Esperava que não fosse tão longe de onde eu estava agora... Além do mais... Henry estava vivo? E o próprio Taylor?

Pesquisando em cada mensagem, em cada pasta, em cada canto que pudesse ter algo que me contasse alguma coisa sobre o radar, senti que estava ali por horas... Não tenho noção nenhuma do tempo, não sinto sono e nem lembro a última vez que dormi... Com toda essa tensão eu... Eu nem sei quando terei a oportunidade de descansar novamente...

Olhando em alguns arquivos, achei uma conversa muito bem escondida, e lendo com atenção, umedeci meus lábios torcendo para que eu encontrasse alguma coisa.

" - Taylor! Eu preciso que venha urgente até a minha sala, percebi algo muito estranho nos nossos robôs!

- O que foi? Estou ouvindo uma movimentação estranha, o que está havendo?

- Deu pane neles! Uma falha considerável! Suas programações eram detectar invasores e ajeitar tudo que estivesse fora do normal na nossa nave, mas devido a esse pane eles detectam qualquer tripulante como invasor e estão matando a todos!

- Como isso é possível? Tem ideia de como isso aconteceu?

- Começou logo após o John ter reclamado do mau funcionamento da B207... Acha que tem algo em comum?

- Pode ser... Eu vou dar uma olhada na robô.

- Espere! Estou fazendo alguns radares de movimento. Eles detectam qualquer coisa que esteja próxima de nós. Será útil para saber por onde andar e não ser surpreendido por eles... Assim que puder, venha a minha sala, estou com alguns. Não estarei na minha sala quando vier, estou pesquisando algumas respostas, fique com a senha do meu armário, é onde guardei os outros. É C3D2A4."

Isso... Isso! Achei! C3D2A4, a senha! É lá que está o radar... agora eu precisava sair dali e começar a procurar pela sala do Henry.

Ao me levantar da cadeira do escritório de Taylor, percebi que algo me chamou atenção não me permitindo sair dali sem antes folhar aqueles papéis espalhados por todos os lados...
Parece que Taylor andou procurando algo neles também pelo estado que sua sala estava. Me abaixei e peguei o primeiro papel na mão. Não sabia exatamente o que queria encontrar, mas sabia que quando encontrasse eu perceberia que tomar essa decisão foi ótima nesse momento.

O barulho das folhas sendo amassadas por mim era alto se tratando daquele silêncio amedrontador que uma vez reinava naquele lugar. Já estava chegando nos últimos papéis a serem olhados, e arregalando os olhos sentindo meu coração acelerar, ao mesmo tempo em que sentia que podia enfim relaxar, vi que o papel que eu segurava agora continha o mapa da nave, contendo exatamente todos os lugares que existiam ali. Ao ler bem em cima, no canto esquerdo "para superiores" percebi que provavelmente todos as pessoas receberam um mapa daqueles, mas o mapa "dos tripulantes" não continha as salas dos chefões, como os homens da CienceTeck e a NASA.
Identificando a sala do Henry e onde eu estava, na sala do Taylor, não pude deixar de escapar um sorriso tendo a certeza de que logo eu iria estar com esse radar nas mãos, e enfim encontrar meus amigos e contar a eles o que descobri.

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Elisa

Logo minha tela foi coberta de imagens das câmeras de segurança, parecia ser ao vivo. Quase todas estavam vazias, algumas não dava para ver nada devido a escuridão, e outras dava para se ver bem o sangue em poças, em rastros e... Ah... Meu Deus... Me dava calafrios...
Passando as mãos em meus braços no intuito de tentar me acalmar e fazer todo aquele arrepio ir embora, continuei observando as câmeras para também ver se conseguia achar meus amigos. Eu precisava ir até eles depois que encontrasse o que eu queria.

Era possível também ver vários robôs andando espalhados pelos corredores, em praças, alguns banheiros, em todo canto... Não era possível que eles já tenham matado todas as pessoas, a nave é enorme, onde eles estavam escondidos? Eu tentava não pensar muito sobre como todos deviam estar, seu estado emocional... Talvez ninguém mais acreditasse no amanhã... Isso aqui era para ser a salvação, será que não era para nos salvarmos?

Por eles, eu precisava ter coragem, por mais que me conhecesse e soubesse que tenho muito medo. Mas eu estava descobrindo a verdade e logo iria junto dos meus amigos, pôr um fim nisso, pelo menos eu queria acreditar que conseguiria.

Vasculhando no computador principal, achei enfim uma pasta com algumas gravações. Parecia até uma pesquisa, talvez o William Grade já tinha reparado em algo suspeito... Abrindo os vídeos observei totalmente atenta ao que poderia encontrar.

Passos para lá, passos para cá... Pessoas desconhecidas andando e descobrindo seu novo lar... A essa altura já estávamos instalados na nossa antiga salinha... Quem diria que estávamos com um robô o tempo todo... Em um dos vídeos, reparei em algo estranho. Algumas vezes é possível perceber que o John, o pai do Felipe está o observando de longe... Discretamente... Comecei a olhá-lo mais, pois, além disso ele é um dos principais suspeitos de estar envolvido nessa coisa toda, com certeza.

Nos vídeos dá claramente para ver que o Felipe vai até o corredor onde nossa salinha ficava, onde as câmeras não pegam mais, e minutos depois, o John a espreita, se escondendo e vendo o que o filho fazia... Nesse momento me lembrei do dia em que ele invadiu nossa sala chamando pela Annie... Era a B207. Ele chamava por ela, mas a robô não podia deixar cair o seu disfarce... Caramba...

Mais gravações adiante, percebi que depois disso, a robô B207 saiu dos corredores indo apressada para algum lugar. A seguindo pelas câmeras, vi ela adentrar no quarto do John... Por Deus, queria que tivessem câmeras nos quartos... O que aconteceu lá dentro?

Minutos mais tarde, a vi sair de lá... Mas diferente de como entrou... Havia um pouco daquele liquido estranho nela... Andava um pouco desajeitada... Parecia mesmo que tinha sido danificada, como li nas mensagens de Henry e Robert...

Até ali os robôs estavam tranquilos, exercendo o seu trabalho, até que aquela luz no pulso da B207 piscou... Lembro de ter visto isso com meus próprios olhos... Eu não fazia ideia do que estava acontecendo... Quando o pulso dela piscou, todos os outros robôs que estavam ali piscaram também... Como se tivessem recebido um sinal, alguma coisa vinda dela... E foi aí que tudo começou... Foi aí que os robôs enlouqueceram e começaram a matar todo mundo... Foi esse sinal, esse sinal que a B207 mandou que os fez ter esse pane... Cada vez mais as coisas vão se encaixando... A B207 foi programada para ser a Annie, portanto ser próxima do Felipe, é por isso que os outros robôs não atacam ele! É claro! Mas... E agora? Como tudo isso vai se resolver?
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