Capítulo 26 - Quem sou eu?

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Felipe

Debaixo daquela mesa, eu tentava achar alguma coisa que pudesse tocar perto deles e enfim fazer com que ficassem distraídos... Eles pareciam tão intimidadores com a verdadeira face deles. Não estavam com alguma aparência humana, embora sejam um pouco parecidos para que pudessem tomar nossas formas. Olhando para os lados, eles pareciam vasculhar cada canto, chegando perto e mais perto, enquanto eu sentia uma gota de suor escorrer pela minha testa.

O nervosismo estava começando a me consumir, mas eu precisava ser forte e arranjar alguma coisa, mesmo rodeado de apenas papéis. Meus amigos precisavam que eu fosse forte, talvez até se perguntavam porque eu estava escondido também já que os robôs não me atacam. Realmente não tenho muita certeza disso, e com essa arma quero ter a certeza.

Me encolhendo ainda mais debaixo daquela mesa, virei meu rosto para o lado, notando que deveria ter feito isso antes. Sentindo uma pontada de alívio por finalmente ter achado algo que pudesse fazer barulho, estiquei o braço cuidadosamente para alcançá-la, a pegando enquanto trancava a respiração fechando os olhos. Apertava aquela caneta contra mim como se fosse minha vida, mas era muito mais do que isso, era a vida de outras pessoas também.

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Lucas

Escondido dentro de outro armário, eu olhava aquela cena. Felipe com todo o cuidado do mundo observando os movimentos daqueles robôs desgraçados...
Aquelas mãos robóticas tão bem feitas, aqueles olhos que captavam qualquer movimento... sem dúvidas eles eram ótimos para escutar qualquer coisa... Minha respiração era algo que até o momento eu nunca acharia que seria tão difícil de controlar. Cada puxada de ar era doída pela lentidão, devido ao medo de ser escutado. Minhas mãos suavam e eu tentava mantê-las coladas no meu corpo, tendo um pouco menos de chance de tremerem.

Aquelas frestas que tanto meu armário quanto o da Lis possuíam eram generosamente espaçosos, qualquer luz em nossa direção, poderiam facilmente perceber que estávamos aqui. A sala estava apenas com uma luz ligada, justamente em cima do computador onde estávamos pesquisando. O armário de Lis era bem próximo a ele, e portanto a luz era próxima a ela. Meu coração estava disparado com isso, pensando que eu havia a colocado no lugar errado. Sem tempo, não tive muita oportunidade de pensar em alguma coisa, mas com certeza esse lugar é melhor do que onde o Felipe está.

Olhando ele, percebi que se esticava para pegar algo no chão, até perceber que poderia ser uma caneta. Sem entender o que ele estava planejando, franzi o cenho voltando minha atenção para os robôs.
Como estavam com a forma real deles, era possível ver que no peito eles tinham um tipo de código, talvez o nome do modelo, eu não sei...
A10 e D328... Evidentemente não eram a B207... Como iríamos chegar até ela? Como iríamos chegar até a sala do Henry? Como iríamos pôr um fim nesse pesadelo? Será que ao menos... Conseguiríamos?

Tudo o que eu sabia no momento era que precisávamos daquele radar para não ter que se preocupar com momentos como esse. Com ele poderíamos saber qual o caminho mais seguro para ir, e ter a certeza de que não seríamos pegos de surpresa.

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Felipe

Havia uma porta larga à minha esquerda, ao lado do armário onde o Lucas estava. Era um pouco arriscado, mas era a única opção... Mirando na direção daquela sala aberta, joguei a caneta de cor azul brilhante com toda a minha força, voltando a me esconder assim que a ouvi cair. Meu coração estava mais acelerado do que antes, principalmente quando ouvi os passos dos robôs indo na direção de onde captaram o barulho. Minha mente se lembrava de como eu havia ficado admirado com aquelas criaturas quando as vi pela primeira vez... Naquele dia eu nunca poderia imaginar que hoje eu estaria me escondendo das mesmas máquinas que se transformaram em assassinas...

Quando finalmente adentraram completamente na sala, tomei coragem saindo do lugar para me aproximar da arma. Não tinha um jeito de falar para meus amigos que deveriam ficar dentro dos esconderijos, mas torcia para que lessem minha mente.

Pegando a arma ao lado do corpo, verifiquei se continha balas e, contando quatro delas, respirei um pouco a escondendo colocando-a no meu bolso de trás, enquanto engolia em seco tentando ter coragem para os chamar. Agora era preciso ser corajoso para chamá-los de volta e tentar entender pelo menos um pouco o que está acontecendo.

Abrindo a boca, puxei o ar e levantei o tom de voz os chamando. Como jatos os vi vindo até a porta, o que, os vendo, pelo medo dei dois passos para trás com a mão na arma sem a tirar do bolso.

Eles haviam parado imediatamente, e me encaravam como se me conhecessem como ninguém... Sem mover uma peça, eles permaneciam imóveis me encarando sem parar, enquanto eu da mesma forma não movia um músculo, processando em minha mente o que eu deveria fazer agora.

Sentindo meu coração disparar por saber que estava abrindo a boca para fazer algumas perguntas, ergui a cabeça e tentei ao máximo não olhar para os armários, eu não fazia ideia do quanto eles poderiam ser inteligentes.

- quem... Quem sou eu? - perguntei com voz trêmula.

Suas posturas se ajeitaram, mas seus olhos continuavam presos em mim como se estivessem me escaneando.
Até ouvir uma voz.

- Felipe. Filho dele.

- o... O que... Filho de quem?

- Felipe. Proteger Felipe. Filho do John.

Dando um passo a frente, fiz mais uma pergunta em busca de receber algo que eu consiga ligar a algum ponto.
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Vocês teriam essa coragem? Ficar frente a frente com os assassinos metálicos?

Me contem, o que vocês acham que estão levando os robôs a matarem todo mundo?

Não se esqueça de votar e comentar!!!

Amo vocês!!

Até terça!

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