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Lucas
Não...
Meu coração gelou...
Minha alma quis deixar meu corpo...
Tudo, menos isso...
Em um movimento rápido vi a B207 pegar a Lis e a segurar forte, a ameaçando. O que ela queria com isso? Porque estava se passando por ela?
— Escutem bem o que eu vou dizer. A Elisa está sob meus olhos agora, e vocês só a terão de volta se me obedecerem.
— Calma... Calma, não faça nada... O que você quer? — Disse nervoso estendendo as duas mãos para frente, em sinal de rendimento.
— Eu sei que vocês irão me desativar pelo bug que causei nos robôs. Mas como eu disse para essa daqui, vocês não vão conseguir fazer isso. Todos eles estão sob meus comandos e a qualquer momento posso mandar eles virem até aqui. Vocês não têm a aparência do Felipe, então não poderão se safar.
— Por que está fazendo isso? O que você irá ganhar se matar a gente? Nós queremos tirar esse bug de vocês! — Henry se pronunciou.
— VOCÊS QUEREM ME DESATIVAR! QUEREM ME DESATIVAR PARA PODER ACABAR COM ESSE BUG QUE CAUSEI. só que eu não irei permitir. Eu estou viva! Eu posso escolher! E eu... Quero... Viver... — Ela disse pausadamente segurando firme a Lis. — Vocês acharam que tinham poder sobre mim, já que me criaram, mas eu estou no comando agora, e não posso deixar que sobre alguém que possa me desligar.
Quando ela terminou de dizer aquelas palavras, vimos a pequena luz vermelha acender em seu pulso. O que significava aquilo? Ela não estava chamando os... Robôs... Estava?
Não podíamos correr, a Elisa ainda estava ali, não podíamos abandoná-la! E agora? O que iríamos fazer?
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Felipe
— Vamos filho! Você precisa escolher, e escolha o certo! Eu já pedi perdão, e você me perdoou... Quando encontrar a Annie... Diga a ela que eu me arrependo amargamente do que fiz com ela... Faça o certo meu filho... Não se esqueça que independente do que você escolher, eu o amarei para sempre... — ele terminou me encorajando com o olhar, segurando ao máximo para não derramar as lágrimas que se agrupavam em seus olhos...
Não... Eu não queria ter de lidar com isso... Não queria nunca ter que ter essa escolha... Como eu poderia escolher entre meu pai e o comandante? Eu não conseguia...
Minhas mãos ainda estavam para frente segurando aquela arma. Trêmulas, suando, e meu coração prestes a explodir.
Meus olhos ainda insistiam em conseguir achar uma bala sequer para ter mais uma chance, mas... Não tinha... Não tinha nada...
Voltei meus olhos para meu pai, como se pedisse para que isso tudo acabasse, como se ele sendo mais velho tivesse o poder de fazer tudo parar, e eu apenas uma criança ali no meio.
Seu olhar de volta para mim com certeza ficaria gravado para sempre, principalmente quando o vi abaixar lentamente, soltando um suspiro como se desistisse de lutar pela sobrevivência, sabendo que eu não conseguiria fazer o "certo".
Ele se deixou vencer... Para que eu não tivesse que escolher entre um e outro...
Apenas meu grito foi ouvido por mim naquele instante, como se depois disso, tudo se apagasse... O ver cair no chão sem vida me fez cambalear para trás, já não conseguindo me manter em pé...
Ele morreu... Para que eu conseguisse salvar a vida de todos... Ele se sacrificou...
Levantei minha arma novamente sentindo meu coração arder de raiva e tristeza, mirando no maldito robô que ainda tinha o comandante nas mãos.
Um tiro.
Foi o suficiente...
Os dois caíram no chão, um destruído, e o outro parecia inconsciente.
O robô que matou meu pai logo correu para o comandante, mas com toda a minha raiva que sentia naquele momento, que me fazia saltar as veias, corri até ele o segurando com tudo o que tinha dentro de mim.
Ele não tocava em mim para matar, apenas tentava me tirar dele, e com isso eu consegui o colocar no chão e o socar com toda a vontade de dentro do meu ser, me levantando logo em seguida para pegar qualquer coisa dura para continuar o batendo.
Não sei se estava consciente, se estava louco, mas eu queria o destruir de todos os modos possíveis.
Com um extintor eu batia nele inúmeras vezes o vendo ficar danificado, saindo de dentro dele aquele líquido branco no qual não sabia para que servia. Sua voz saía com defeito, e seu corpo robótico se contorcia embaixo de mim, até eu me levantar limpando meu rosto tentando parar de chorar.
Meu peito subia e descia rapidamente em meio aos soluços que eu dava, largando o extintor na cadeira ao lado.
Olhei para o lado me lembrando do comandante, me ajoelhando até ele enquanto o chamava, esperando que tudo isso não tenha sido em vão... Eu não suportaria se fosse dessa forma.
Pegando em seu pulso, notei que tinha batimentos, e assim pude soltar um pequeno suspiro de alívio, deixando mais lágrimas rolarem.
— Felipe... Obrigada... — Ouvi sua voz, me fazendo abrir os olhos novamente para olhá-lo. — Eu... Sinto muito...
Senti minha garganta doer ao ouvir aquilo. O choro não queria cessar, e vinha sem que eu pudesse me controlar. A dor dentro de mim era muito forte, e mais uma vez eu a vivia...
"Alô? Alguém me ouve? É a Nave NC2067? Por favor alguém me responda! Sou eu... A Annie..."
🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸Estamos nos aproximando cada vez mais do fim, acho que não tô preparada kkkk
Triste pelo John, mas feliz por essa mensagem, enfim a Annie conseguiu se comunicar.
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Um Caminho
Science FictionUm meteóro está próximo a colocar um fim na terra e só a NASA sabe disso, projetando a anos uma nave para colocar os mais ricos e importantes seres humanos, e deixar o resto morrer. Quatro jovens descobrem o plano e decidem se salvar do mundo em col...