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John
Não sabia se conseguiria pegar a chave depois, e eu estava em uma tremenda dúvida entre pegar agora e ser visto, ou tentar pegar depois, sendo que talvez ele esteja vindo para buscar a chave. Eu precisava ser rápido, e foi então que eu rapidamente peguei a chave e fui até o armário, que parecia ser mais fácil e rápido de se esconder, mas antes de colocar meu segundo pé para dentro e fechar finalmente, percebi que ele certamente me veria. Por isso decidi sair e pensar no que falar. De qualquer maneira eu seria pego.Fingi que estava olhando um de seus casacos, e encenei estar surpreso com sua aparição.
- filho! Não tinha te visto entrar.
- o que faz aqui no meu quarto? - ele perguntou surpreso, parecia incomodado.
- eu... Eu... - precisava pensar rápido, ele não podia desconfiar que eu peguei a chave. - estava querendo te ver, faz alguns dias que estamos afastados. Então quando entrei aqui, percebi que você não estava, então comecei a olhar seus casacos... Lembro-me quando você era pequeno e...
- tudo bem, e o que queria comigo? - ele me interrompeu. Não sabia se minha desculpa tinha o enganado.
- pais e filhos não podem mais se ver apenas? Ou dar uma passeada?
- é... Você está certo. Tudo bem, podemos dar uma volta mais tarde, porque agora eu vim buscar um casaco, eu irei levar a Reiven para jantar. - ele disse esboçando um pequeno sorriso.
- oh é mesmo? Vocês estão juntos? - perguntei satisfeito em saber que ele aparentemente está mesmo deixando aquela garotinha de lado.
- sabe, eu estou realmente gostando da companhia dela... Nunca encontrei ninguém igual.
- é claro que não. Eu sabia que você iria entender que Annie não era para você. - disse esperando ver firmeza em sua resposta. A partir dali eu saberia o que fazer.
- nunca achei que eu responderia isso mas, você estava certo. Bom, tenho que ir agora, até mais tarde. - ele disse indo até a porta, apontando para que eu saísse.
Eu sabia, se eu não tivesse pego a chave antes, não iria conseguir agora.
Quando o vi se afastar com a garota, dei meia volta e sorri tendo certeza de que tudo estava dando certo.
Ali estava ela, a porta, e a chave pronta para abrir e me permitir descobrir o que estava escondido.
Quando a porta se abriu, meus olhos ficaram com raiva, eu não acreditava no que estava diante dos meus olhos. Ou no que não estava.Era uma sala qualquer, cheia de prateleiras presas no teto para que nada caísse. Mais nada, não havia mais nada. Eu havia perdido mesmo meu tempo? Se não havia nada, o que o Felipe vinha fazer aqui quase sempre?
Algo que eu pensei que pudesse funcionar era chamar por ela. Talvez ela estivesse com medo. Mas eu não iria machuca-la, além disso, ela nem sabe o que é dor de verdade.
- Annie? Você está aqui? Sou eu! John! - disse o mais amigável possível.
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Annie
Era ele. Eu estava com medo, não podia ir até ele, ninguém de nós podia.
Atrás de uma das prateleiras quase encostada na parede, estávamos nós três e as nossas coisas juntadas ali. Quando ouvimos da primeira vez alguém tentando abrir a porta, pegamos nossas coisas e corremos para esse local. Mas depois de algum tempo o barulho parou, e parece que quem queria entrar foi embora. Mas agora, esse alguém conseguiu entrar, e nos escondemos novamente porque não ouvimos as três batidas na porta, como era combinado. Nunca havia agradecido tanto por termos criado esse código.Expremidos ali, quase ouvindo nossos corações pularem para fora, ficávamos quase sem respirar. Elisa estava inclusive de olhos fechados, devia estar pedindo a Deus para que não nos encontrasse. O Lucas, por sua vez estava tão tenso, que podia notar gotas de suor escorrer pela sua testa, e eu, eu estava ali, completamente imóvel, olhando para frente, esperando que ele fosse embora. Mas quando ele disse a palavra Annie, meus olhos viraram lentamente para ver meus companheiros.
Eles estavam confusos, mas continuaram em silêncio, afinal, o que se podia fazer agora?🔸
Elisa
Quando ouvi o pai do Felipe chamar pela Annie, meu pavor só aumentou. Quer dizer que ele sabia que estávamos aqui? Mas porque ele chamou apenas por ela? E... E como ela se manteve tão... Tão neutra? Será que isso era coisa da minha cabeça ou ela era mesmo boa em manter a calma?
A tensão só aumentava a medida de que o John se aproximava de onde nós estávamos, ainda chamando pela Annie. Ele falava como se fosse amigo dela, o que me deixava mais confusa ainda.
O desespero só aumentava, e eu sentia realmente que iria desmaiar a qualquer momento cada vez que ele dava mais um passo em nossa direção, ou quando seus olhos de aproximavam de onde estávamos escondidos. Um suspiro, apenas um suspiro naquele silêncio perturbador nos faria morrer nas mãos daquele homem.
Onde estava o Felipe? Como seu pai conseguiu a chave? Eu sentia que não aguentaria mais, foi então que no meio daquilo tudo, quando estava prestes a sentir meu corpo entrar em choque, senti uma mão segurar a minha, pedindo para que eu tivesse força e coragem. Meus olhos subiram timidamente para encontrar com os de Lucas, que me encorajava no completo silêncio. Era o que eu precisava. Ele estava comigo, e nós precisávamos um do outro.Quando faltava pouquíssimo para que o John nos encontrasse, uma voz no lado de fora da sala perguntavam para outro alguém sobre o John.
O mesmo virou ao escutar seu nome, e resmungou algo que não consegui entender, indo em direção a porta para atender quem lhe procurava.Quando vimos ele sair da sala, nossos pulmões agradeceram por poder receber ar novamente.
Annie saiu do esconderijo e rapidamente trancou a porta novamente, revelando uma expressão de alguém que estava processando tudo o que acabou de acontecer.Quando percebi, eu estava chorando, meus braços e pernas tremiam como nunca antes, tanto que precisei sentar, e tentar respirar normalmente.
- isso foi... Terrível... Não sei se vou aguentar passar por isso de novo... - disse tentando fazer com que minhas mãos parassem de balançar tanto.
Em um suspiro doloroso, Lucas se abaixou e me abraçou, fazendo carinho nos meus cabelos. Pude ouvir perfeitamente seu coração batendo tão rapidamente quanto o meu. Ele também estava com medo.
- temos que ser fortes, ninguém disse que seria fácil. Mas temos um ao outro, e isso nos torna mais fortes. - ele disse segurando meu rosto.
Mesmo com tanto medo, ele queria parecer forte e corajoso para que eu me apoiasse nele, e esse ato me fez perceber como ele era uma pessoa corajosa de verdade, por querer cuidar de nós assim. Nunca estive tão grata por ter ele ao meu lado...
- obrigada... Não sei o que faria se você não estivesse me dado a mão. Foi muito significativo para mim.
Ele sorriu me dando um beijinho na testa, o que para a minha surpresa, me fez arrepiar... Um arrepio bom... Pois agora eu tinha certeza de que se eu estivesse com ele, iríamos fortalecer um ao outro.
🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸🔸Pai amado, quase em! Mas aí, o que o pai do Felipe quer com a Annie? E só com ela?
Votem no capítulo e comentem!
Me digam, tão gostando da história que vcs estão me ajudando a escrever? Me contem!
Bjos e até terça!
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Um Caminho
FantascienzaUm meteóro está próximo a colocar um fim na terra e só a NASA sabe disso, projetando a anos uma nave para colocar os mais ricos e importantes seres humanos, e deixar o resto morrer. Quatro jovens descobrem o plano e decidem se salvar do mundo em col...