Sob Pressão

45

Malu 🌙

Acabei saindo de fininho atrás do Kaká e encontrei ele sentado e fumando numa parte alta da calçada sozinho, fui até o lado dele e ele me encarou fazendo cara feia.

Malu: O que foi, amigo? - Peguei o cigarro dele colocando a boca.- Tava todo feliz com a Vivi, fechou a cara do nada.

Kaká: Bagulho é esse tá ligada? Ela não quer assumir mas também não me deixa quieto.- Olhei pra ele feliz, soltando a fumaça. 

Malu: Então você gosta dela? - Entreguei o cigarro a ele.

Kaká: Tu acha que não? - Eu abrir sorriso de canto a canto pra ele e me sentei ao seu lado. 

Fiquei conversando com ele sobre como era complicado a Vivi acreditar que alguém realmente gosta dela, por isso ela era tão fechada e ele já tinha percebido isso. Um tempo depois a gente voltou pro pagode quando já tava anoitecendo e eu peguei uma bebida, me sentei ao lado do Bernardo que beijava a Rafa e fiquei apenas bebendo e observando. Lipe tava no canto e me olhou diversas vezes, mas a única coisa que eu conseguia retribuir era olhar de ódio.

— Chefe quer trocar uma ideia contigo.- Um menino chegou de fuzil tocando no meu ombro.

Malu: Quem é teu chefe?

— Guga.- Eu ri.- Ele tá na esquina te esperando.

Malu: Se ele quiser falar comigo, avisa que tem que vim até aqui.- Falei seca.- Obrigada pelo recado.

O menino saiu coçando a cabeça e eu olhei de lado e vi o Lipe me encarar novamente, comecei a encarar de volta com a cara fechada até a Vivi entrar na minha frente.

Vivi: Tá com fome? - Olhei pro rosto dela.- Vamo lá pra casa geral, assistir um filme e comer pizza.

Malu: Eu quero.- Me levantei ajeitando minha roupa e vendo ela falar com o Bernardo.

A gente foi saindo do morro e ela foi de moto com o Kaká, chamamos um uber e fomos pra casa dela, ficamos esperando a pizza enquanto tentávamos decidir o filme até a pizza chegar, junto com o Guga uns segundos depois.

O climinha foi ficando frio e eu peguei uma coberta pra mim, tava sentada em um colchão no chão encostado no sofá com a Vivi do lado, no sofá tava Kaká, Bernardo e Rafa e o Guga decidiu sentar do meu outro lado.

Escolhemos um filme de terror e eu não tava nem afim de assistir, o metido meteu a mão na minha coberta colocando pra cima dele e eu coloquei minhas mãos em cima da minha barriga, logo senti a cabeça do Guga pesando no meu ombro e fiquei quieta, prestando atenção no filme que nem me interessava muito.

Guga: Te mandei um recado, tu tá bolada comigo? - Falou baixo.

Malu: Só não tô afim, tu poderia ter ido falar comigo facilmente.- Falei olhando pro filme.- O que tu queria?

Guga: Te levar lá pra casa, sem maldade. Pra gente comer algum bagulho e marolar, tava querendo acalmar minha mente.- Escutei tristeza no seu tom de voz e fiquei calada por um tempo.

Malu: aconteceu algo? - Ele respirou fundo.

Guga: Aham, mas isso é bagulho que entra na mente, depois eu te falo.- Me ajeitei.

Após um tempinho ele tocou na minha mão por cima da minha barriga e ficou passando o polegar por ela, eu fiquei calada e desentendida, mas não dei moral alguma, fiquei calada e apenas observando o moleque que sempre achava que podia fazer de tudo quando quisesse.