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Malu 🌙

O dia amanheceu muito rápido pra mim, quando vi já tava sendo acordada pelo Guga e choramingando ao abrir os olhos.

Guga: Não vai pro pagode? - Escutei a voz dele me fazendo abrir os olhos de vez.- Vou sozinho então, jae.

Malu: Vai, pode ir.- Falei me cobrindo de novo.

Guga: Bora cara, levanta aí.- Falou me perturbando.

Malu: Vai Gustavo, mete o pé, me deixa dormir.- Falei manhosa.- Mais tarde eu vou pra lá.

Guga: Vai ficar bolada com esse bagulho não? - Neguei sentindo ele beijar meu pescoço.- Tem certeza? - Balancei a cabeça.- Jae filhona.

Agradeci aos céus por essa dádiva de paz e voltei a dormir tranquila, mais tarde eu acordei e finalmente tive disposição pra ir. Me arrumei toda gatinha, ajeitei minhas coisas e fui descendo bem tranquila, sabia onde era e como chegar de boa.

Quando cheguei na laje vi o Guga sentado ao lado da Vivi conversando, ela parecia empolgada na história e ele concentrado em contar algo, sorri de cara e fui em direção a eles, abraçando a Vivi por trás vendo os dois me olhando.

Guga: Veio com quem? - Me sentei ao lado deles.

Malu: Sozinha, deu em nada.- Ele me olhou dos pés a cabeça, me vendo de cropped e uma saia jeans preta.

Guga: Esquecendo a roupa em casa ein nega.- Falou em tom de brincadeira e eu sorri.- Quer algum bagulho?

Malu: Churrasco de carne.- Ele levantou a mão pro menino que logo veio.

Escutei ele pedindo ao menino e fiquei conversando com a Vivi, Guga tava com a mão na minha coxa e bebendo enquanto tinha um menor do lado conversando com ele. Comi e bebi bem tranquila e um tempo depois vi uma movimentação meio estranha, gente chamando o Guga e ele conversou um tempo com o Kaká e depois me olhou, vindo pra perto.

Guga: Vou resolver um bagulho lá em baixo.

Malu: Me leva? - Ele me olhou dos pés a cabeça e balançou a cabeça negando.

Guga: Vai rolar sangue, fica tranquila na tua aí.- Passou por mim balançando a chave da moto e eu encarei de lado.

Voltei a atenção pra comida e até pedi pro menino trazer mais cerveja e ele foi na boa vontade, tava bem tranquila na minha ao ver o Felipe chegando, cumprimentou geral e olhou pra mim, ficou me encarando de longe por um bom tempo até vim na minha direção.

Vivi: Guga ver ele aqui perto vai ficar bolado.- Avisou e eu concordei.

Malu: A última coisa que eu quero é ele aqui perto.- Olhei de lado.

Lipe: Posso bater um papo contigo? - Neguei olhando pra ele.- Pra acabar de vez com essa briga, Malu.

Malu: Cara, não quero! Não tenho vontade, a melhor forma de acabar a briga é a gente não se falando, bem melhor pra todo mundo né.

Vivi: Vamo no banheiro, amiga.- Se levantou me olhando e eu fui levantar e passar por ele, mas ele segurou meu pulso.

Lipe: Só quero conversar contigo.- A frase dele quase não terminou e eu escutei o grito de uns 3 meninos pra gente.

- Qual foi lipe, solta ela. Mulher do chefe e ele não gosta que chegue perto não, tá viajando? - Um me puxou com cuidado pra trás e outro entrou na minha frente, olhei pra Vivi que tava rindo e fiquei sem entender.

- Ia sair? - O que tava atrás de mim falou e eu concordei.- Bora que eu acompanho.

Malu: Não precisa, vou com a Vivi.

- quer contrariar o Guga e as ordens, pô? - Balançou a cabeça e eu ri, negando.

Vivi me puxou e a gente foi descendo juntamente com o menino, eu fui a primeira a entrar e logo a Viviane entrou, fiquei calada olhando pro nada até ver o Guga chegando, ele não me viu é apenas foi subindo, a Vivi saiu e a gente subiu, daí eu pude ver que tava uma confusão e o Guga querendo ir pra cima do lipe.

Malu: Ei, não tem pra que isso.- Puxei a camisa dele, entrando na sua frente.- Ele não fez nada comigo, eu ein.

Guga: Já falei que não quero tu perto dela, o recado já foi dado.- Eu encarei ele e ele me olhou por baixo.

Lipe saiu se soltando dos meninos e passou pela gente, me afastei do Guga e voltei a me sentar na mesa, respirei fundo e coloquei minha cerveja.

Guga: O que é que ele queria? - Sentou do meu lado. 

Malu: Conversar comigo, não tinha pra que esse caô todo, os moleques já tinham falado com ele.

Guga: Quem importa não são os moleques, sou eu.- Olhei pra ele de lado.

Vivi: Eu vou meter o pé, resolver um bagulho.- Falou comigo se levantando.- Qualquer coisa me liga.

Fiquei quieta na minha bebendo e ele tava calado também, quando vi a Sara chegando com as amigas dela olhei pra ele que me encarou junto.

Guga: Quer meter o pé? - Neguei.

Malu: Quantas garrafas é necessário você beber pra se declarar pra mim? - Ele aproximou a cadeira da minha.- Hm?

Guga: Nada po, me declaro todo dia.- Eu sorri negando.- Tu que não vê.

Malu: E tu fala como? - Ele negou soltando um riso de lado e deitando a cabeça no meu pescoço.

Guga: Se tu prestasse atenção, iria saber.- Beijou meu pescoço e eu me encolhi segurando a cabeça dele sorrindo.

Sara: Teu pai tá te chamando, ele tá aí embaixo.- Guga se afastou olhando pra ela e eu olhei também.- Quando eu tava subindo ele pediu pra te chamar.

Guga balançou a cabeça e se levantou, bateu levemente no meu braço e me levantou segurando minha mão, o que foi o suficiente pra chamar atenção da Sara e ela encarar. A gente saiu de mãos dadas atrás do pai dele e encontramos ele, o lipe e vários soldados.

Rato: Vai ter guerra por aqui, coloca os teus na ativa.- Me olhou de cima a baixo, antes de falar com o Guga.

Guga: Qual foi a de hoje?

Rato: Filha do polícia subiu favela, foi descoberta e tive que matar.- Gustavo soltou minha mão, pegando o radinho e eu fiquei apenas olhando, mas não demorou muito pra escutar tiro e me assustar.- Eles tão subindo.

Guga: Eles não tão fraco hoje não, altas carruagens.- Falou tirando o fuzil das costas e me olhou.- Vou te deixar em casa.

Rato: Não tem tempo, tu tá ligado que eles já devem ter chegado lá por cima.- Olhei de lado pra ele.- Ela fica com a gente na boca do 12, tá protegida.

Olhei pro Guga vendo ele me olhar e eu balancei a cabeça levemente, ele passou por mim beijando minha testa e saiu gritando por alguns meninos, o Lipe e o Pai do Guga me olharam e eu fui pro lado do menino que trabalhava do Guga e eu já conhecia, mas logo a gente foi andando pra boca que tinha ali por baixo.

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