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Malu 🌙

Vivi: Não fica com essa carinha, ele tá preocupado com um possível filho.- Olhei pra ela depois de viajar.

Malu: O problema é que sempre quem vem Sara, Malu fica por baixo. Acho que não é assim que eu quero ficar, me incomodar toda vez que acontecer algo e ele for correndo atrás.

Vivi: Você tá sendo chata!? - Falou me olhando com cara de óbvio.- Não é sobre a Sara, você ouviu. É sobre um possível bebê, uma criança, o filho do Guga!

Malu: Precisava ele falar comigo daquela forma?

Vivi: Maria Luiza, o cara tá preocupado, repetindo, com um filho, um bebê, você acha que na hora ele vai se ligar de falar contigo igual princesa?

Malu: Tá, Viviane. A gente é bem diferente nisso, eu não aceito muita coisa que você aceita tranquila.- Respirei fundo.

Vivi: Ou talvez eu tento ser compreensiva com a pessoa que eu gosto, as vezes nem tudo é sobre você numa relação. Não é questão de aceitar e sim entender, conversar e compreender. Gustavo te ama, tava conversando comigo um dia desses e perguntando se tu aceitaria se casar com ele, pedindo minha opinião e ajuda pra tá contigo novamente. Todo mundo sabe, ele mesmo que negue, considera a sara como irmã e protege ela desde sempre.

Me ajeitei no sofá pegando meu celular e liguei pro meu pai, ele falou que não estava acontecendo nada, mas estava preocupado com minha mãe e comigo, falei que tava na casa do meu namorado resolvendo algumas coisas mas que já chegava. Percebi a voz cansada quando me perguntava sobre a minha mãe e eu falei que não sabia onde ela estava, pedi pra ele descansar que jaja eu chegava. Me levantei saindo da casa do Kaká e vi que uns meninos que sempre andava com o Guga estavam por perto, fui até eles vendo eles me olhando dos pés a cabeça e parei ao lado deles.

Malu: Vocês podem me fazer um favor? - Falei toda sem graça.

Tatu: Mulher do chefe pede favor desde quando? Fala que a gente te obedece.- Falou saindo da ruazinha que tinha ali e eu sorri pra ele.

Malu: Cara, é porque o seguinte. Preciso que tu arrume alguém pra fazer a segurança lá de casa, só até o Guga voltar pro morro, tô preocupada com meu pai e ele tá lá sozinho.- Fiz cara de sofrida e ele balançou a cabeça tirando o cigarro do bico e rindo.

Tatu: Onde fica? Pode deixar que o coroa tá protegido.- Eu dei o endereço pra ele e agradeci. 

Voltei pra casa do Kaká vendo a Vivi me esperando no portão com cara de curiosa e fiz careta entrando, fiquei deitada no sofá pensando no que estava acontecendo e preocupada com as pessoas envolvidas nesse b.o.

Passou muito tempo até alguém abrir a porta da casa e eu abrir os olhos do meu cochilo, vi o Kaká todo acabadinho e nada do Guga, encarei bem ele que respirou fundo.

Kaká: Sobe lá pra casa da Sara, ele tá te esperando lá.- Falou comigo e eu balancei a cabeça.

Dei tchau pros dois e sai o mais rápido que pude subindo pra casa da Sara, cheguei vendo que o portão tava aberto e fui entrando aos poucos até ver que tinha uma mulher mexendo com a Sara e o Guga sentado num sofá todo sofridinho também, a Sara foi a primeira a me ver e também a primeira a falar de mim.

Sara: O que ela tá fazendo aqui? - Guga me olhou e eu fiquei na porta.

Guga: Minha mulher, pô. Ainda não tá sabendo? - Olhou pra ela e depois me olhou, se levantando.

Malu: O que aconteceu? - Falei baixo e preocupada vendo uma blusa amarrada no braço dele e a roupa cheia de sangue.

Guga: Muita coisa.- Sorriu fraco me olhando.- Como tu tá?

Malu: Vamo pra casa, você precisa de um banho e fazer curativo.- Ele segurou na minha cintura.

Guga: Olha meu estado e tu tá preocupada se eu tô cheiroso? Qual foi, safada.- Brincou me fazendo sorrir e beijou minha testa.- Ela tá grávida, descobriu esses dias.

Malu: Seu? - Olhei pra ela que me olhava de longe também.

Guga: Não sei, provavelmente é.- Olhei pra ele que me olhava.- Essa é a tia dela, tava te esperando pra gente ir pra casa e conversar.

Balancei a cabeça me soltando dele e ele foi até as duas, falou alguma coisa e tirou a carteira do bolso entregando dinheiro a tal tia, sai lado a lado com o Guga, ajudando ele a caminhar e a gente foi pra casa, ajudei ele a tomar banho mesmo ele querendo me puxar pras safadezas dele e fui limpar os machucados, maioria dos tiros de raspão e eu fiz curativo e limpei todos.

Guga: Sabia que tua coroa tava lá, lado a lado com o Pequeno, o dono de lá? - Olhei pra ele que me olhava com cara de apreensivo.

Malu: Minha mãe...- Eu ri sem graça olhando pro machucado.- Ela falou algo?

Guga: Ela quer te ver.- Respirou fundo e eu parei de fazer as coisas olhando pra ele.- Papo reto? Não ia te falar isso, mas é uma escolha sua. Ela que te ver amanhã, mas se você quiser ir, eu vou com você, não quero você sozinha com ela.

Malu: Tá, não tem problema.- Balancei a cabeça.- Eu não imaginava que ela se envolveria com esse tipo de coisa.

Guga: Ela que deu a ideia de pegarem a Sara, tava rondando ela a muito tempo já. Tua mãe se aproximou da Sara, ofereceu emprego fora do morro, elas tavam bem amigas.- Cocei a cabeça.

Malu: A Sara é muito importante pra você né.- Me ajeitei na cama.- Sendo sincero comigo.

Guga: Aham, dividi muita coisa da minha vida com ela. E agora ela tá grávida, se for meu, se torna mais uma prioridade. A Sara é importante pra mim como a Viviane é, como amiga, porque eu me sinto na obrigação de cuidar dela sabendo que ela só tem confiança em mim. Não sei se isso roda na tua mente, se tu se compara, mas tu é a pessoa mais importante pra mim hoje em dia, minha prioridade, eu tô ligado que as vezes faço uns bagulhos que te deixam na dúvida, mas guarda aqui.- Tocou na minha cabeça.- Que eu tô contigo porra, ninguém é mais importante que você pra mim.

Malu: Você tem certeza das suas palavras? - Olhei nos olhos dele.

Guga: Parceira, tu acha que eu vivo falando isso é? - Semicerrei os olhos.- Eu te amo porra.

Malu: Tá doendo? - Olhei pro braço dele que tava cheio de coisa machucada.

Ele balançou a cabeça virando o rosto e eu me levantei, peguei água e o remédio, levei pra ele e fui tomar um banho relaxei por um tempo e me deitei ao lado dele que sentado porque era a melhor forma dos machucados não doerem tanto. Eu deitei na coxa dele e ele ficou bagunçando com meu cabelo, enquanto a gente assistia as coisas da televisão e eu pensava sobre minha mãe, sobre a Sara e como meu pai ia reagir a isso tudo da mãe.

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