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Malu 🌙

Acordei praticamente junto com o sol, não tinha conseguido dormir direito pensando na história da minha mãe. Fiquei deitada a manhã toda e fui me levantar so pela dez horas, a Bianca, mulher que trabalha aqui nos dias de limpeza, bateu no meu quarto falando que o Guga tava ai me chamando.

Me levantei do jeito que eu tava, de pijama de bolinha e fui atender ele, ele tava com um buquê de flores na mão e eu semicerrei os olhos vendo ele me olhar de cima abaixo.

Guga: Nem olha, não é pra tu.- Eu olhei pra ele indignada vendo ele rir.- Cadê tua mãe?

Malu: Você trouxe o que pra mim? - Ele me encarou com deboche.

Guga: Tu merece? Que nada, trouxa nada pra tu.- Coloquei as mãos na cintura.

Malu: Então você não entra aqui.- Ele riu esticando a outra mão com uma sacola e eu peguei, tava cheia de chocolate da cacau show, uns salgadinhos e muito fini.- Tá bom, pode entrar.

Bianca: Sua mãe já saiu viu? - Falou quando eu tava fechando a porta.- Bem cedo, aliás.

Malu: Ela te falou pra onde foi, Bi? - Ela negou e eu balancei a cabeça.- As flores pra ela, cê ajeita bonitinho?

Ela concordou sorrindo e Guga entregou a ela, puxei ele pro meu quarto e fechei a porta, vendo ele se jogar na cama.

Guga: Vim pra ver tua mãe, não tu. Vou embora.- Sentei ao lado dele.

Malu: Acho que ela tá escondendo alguma coisa.- Ele me olhou.

Guga: Começou a viajar, qualfoi?

Malu: Eu sei quando ela mente pra mim, eu sinto lá no fundo do meu coração. Ela mentiu pra mim ontem, tanto sobre o que aconteceu, quanto ela sair com a amiga hoje.

Guga: Aham.- Murmurou rindo.

Malu: Gustavo, eu tô falando sério. Por que ninguém acredita em mim? - Cruzei os braços.

Guga: Não tô desacreditando de você, Maria. Só não bate na minha cabeça tua mãe tá fazendo algum bagulho errado que precisa esconder de tu.

Malu: Mas tá e eu quero saber o que é.- Ele negou.- Queria saber onde ela tá agora.

Guga: Já pensou em ligar pra ela? - Peguei meu celular.

Ele deitou no meio das minhas pernas abraçando minha coxa e eu liguei três vezes, todas elas deram desligado, falei pra ele e fiquei insistindo em ir atrás dela, mas ele não queria ir porque nem eu tinha ideia de onde ela estava. 

Guga: Eu posso falar com o moleque do morro pra ele saber a localização dela.- Falou um tempo depois.- Mas não acho um bagulho certo a se fazer com a coroa não, Malu.

Malu: Eu tô preocupada.- Olhei pra ele.

Guga: Jae, a responsabilidade disso tá nas tuas mãos. Se troca pra gente ir lá no morro.- Eu levantei indo pro banheiro.

Tomei um banho pensando nisso e me arrumei, a gente saiu se batendo com meu pai que me fez a mesma pergunta que não saia da minha cabeça, perguntou aonde minha mãe tinha ido, falei que não sabia também mas ela tinha dito que ia pro cinema com a monica. Meu pai ficou meio assim mas me avisou que ia sair com a galera pra assistir o jogo no barzinho aqui perto, falei que ia sair mas logo voltava e fui pro morro com o Guga.

Ele me levou pra casa de alguém e entrou segurando minha mão, me guiando até o espaço que era cheio de coisas de computadores e eu não sabia nem o que era. 

O menino pediu umas informações do celular dela e eu falei tudo que sabia, ficamos ali por uns quinze minutos até aparecer uma localização em tempo real, o Guga me soltou indo pra perto ver e perguntou se o moleque tinha certeza, ficou analisando por um tempo até me olhar.

Guga: Ela tá no morro do dendê.- Eu ri sem entender.

Malu: Tá errado isso aí, ela ia fazer o que aí? - Levantei a sobrancelha.

Guga: Isso aí já é tu que tem que perguntar pra ela.- Olhei pra ele que me encarou bem.- O dono de lá não é muito meu aliado.

Fiquei encarando o Gustavo por um tempo até ele agradecer o menino e a gente sair dali comigo pensativa, Gustavo tentou desviar do assunto e foi me levar pra almoçar fora, mesmo que minha mente não saia da minha ame.

Sob Pressão Onde histórias criam vida. Descubra agora