Sob Pressão

88

Malu 🌙

1 mês longe do Gustavo parecia uma eternidade e parecia um caminho pro fim, talvez porque nenhum dos dois sabe muito bem lidar com tudo isso então a gente se falava pouco, menos que o necessário até. Chegou aos meus ouvidos que a polícia já não tava tanto na cola dele assim, tinham deixado o morro mais de lado e ido focar em outras coisas, o que iria me permitir ao menos ir ver ele, porém como ele não me falou nada, não questionei.

Hoje era o primeiro mês de vida do Rafael, tudo que eu e meu pai fizemos foi contratar um fotógrafo pra algumas fotos, eu não tinha amigos mais, muito menos meu pai, então não tinha nem graça fazer uma festa. Porém, meu pai chamou a Cássia e resolvemos jantar em família, chamei o guga porém ele falou que não dava pra chegar aqui.

A menina que trabalha aqui fez comida e eu tava terminando de me arrumar quando a porta do meu quarto abriu, olhei pelo espelho e quando vi o Guga meu coração disparou, parecia como a primeira vez e me fez ter vontade de vomitar de tanta alegria que eu senti.

Além disso, quando eu olhei pros seus braços vendo a Rebeca no seu colo eu quase me matei em lágrimas, sorri de orelha a orelha e virei pra ele, que me olhou sorrindo de lado.

Guga: Po, teu coroa me chamou, falou que era pra te dizer que eu não vinha.- Revirei os olhos.- Aí aproveitei pra trazer a gatinha pra te perguntar se tu quer ser a madrinha dela, tá ligada?

Malu: Aí Gustavo, não acredito.- Falei toda emocionada pegando ela com cuidado e ela me olhou.- O que a Sara falou?

Guga: Que infelizmente sabe que você vai cuidar da Rebeca tanto quanto ela vai, xingou pra caralho também. Mas ela que deu a ideia, po.- Colocou a mão no minha bochecha, beijando minha testa.

Malu: Eu tava com muita saudade de vocês, que ódio.- Choraminguei sentindo a lágrima escorrer e ele me olhou.

Guga: A gente conversa depois, tô com uma fome do caraí.- Balancei a cabeça.

Ajeitei a Rebeca no meu colo e ele segurou na minha cintura, fui conversando com ela o caminho todo até a cozinha e o que ela mais se apegou em mim foi o meu cabelo, não parava de puxar. Ajeitei ela na cadeirinha que o Gustavo trouxe e coloquei ao lado do Rafael, os dois ficando bem na nossa visão. Tivemos uma noite de paz jantando e conversando, tudo foi ótimo até a Sara começar a ligar preocupada com a filha, mas era engraçado demais ela toda cheia de coisas e o Gustavo repetindo inúmeras vezes que "tá com o pai, tá com deus"

Guga: Quer ir dormir la em casa? - Concordei.- Arruma as coisas então.

Avisei ao meu pai e subi pro quarto, joguei poucas coisas dentro da bolsa e desci pegando o Rafael, fiquei de grude com ele por um tempinho e depois sai levando a Rebeca, ajeitei ela no carro direitinho e fomos pra casa, ele desceu pra deixar ela e a Sara tava sentada na calçada e ficou igual doida quando viu a filha, as amigas dela me olharam e eu olhei pra ela que pegou a filha e me olhou, Guga deu tchau a Rebeca e voltou pro carro, saindo dali.

Guga: Mudei de casa, tá ligada né? - Eu concordei.

Malu: Kaká me falou, já que você mal falou comigo.- Fiz bico e ele colocou a mão na minha coxa.

Guga: Te falei que não podia ficar falando todo dia com você cara.- Eu coloquei a mão por cima da dele.- Não foi por querer.

Malu: Eu sei, mas isso afastou demais a gente, praticamente dois meses sem se ver.- Ele balançou a cabeça parando de frente a uma casa.

Guga: Um tempo faz bem, Maria.- Beijou minha cabeça.- Bora.

Abri a porta e ele chegou do meu lado, ele abriu o portão e quando eu fui entrar o Gustavo me pegou no colo, me assustei olhando pra ele e abrir as pernas beijando sua bochecha.

Guga: Caralho, tu tá pesadona ein.- Falou me olhando e quando o Gustavo foi dar mais um passo ele simplesmente me soltou.

Eu cai de bunda no chão e gritei de susto, ele começou a rir me olhando e eu fui na onda dele Gustavo me puxou e me levantou me abraçando em seguida, choraminguei sendo apertada por ele e ele me beijou. A gente fechou a porta e Gustavo me pegou no colo andando até o quarto comigo. A gente transou até cansar, o que foi quase impossível mas eram cinco da manhã.

Guga: Eu amo tu.- Falou se deitando em cima de mim e eu fechei os olhos.

Malu: Também te amo, odeio ficar longe de você.- Me ajeitei, olhando pra ele.

Guga: Ei po, para de ser dramática. Só uns diaszinhos, não vive sem mim é? - Brincou.- Só vindo morar comigo pra resolver isso.

Malu: Que ótimo convite, adorei.- Fiz bico.- Você já montou o quarto da Rebeca?

Guga: Ta faltando comprar as coisas só, queria que tu fosse já que a Sara nem tá querendo sair de casa direito.-Balancei a cabeça.- E tem que ter um do Rafael também.

Malu: Se você tá dizendo.- Sorri de orelha a orelha vendo ele beijando meu rosto.

Guga: E logo menos o nosso.- Olhei pra ele.

Malu: Um pouquinho mais pra frente só, uns 5 anos.- Ele fez cara feia.- Pensa cara, a Rebeca e o Fael já vão tá bem grandinhos, melhor fase pra se ter mais um bebê.

Guga: Será que eles vão ser amigos ou se pegar? - Eu ri.- Pior que nem tem como tirar o Fael na bala caso eles querem de pegar.

Malu: Que coisa boa! - Debochei rindo e neguei.

Fiquei conversando com ele sobre mais algumas coisas e dei um pequeno cochilo, a gente comeu, me entupi de café e depois de energético e fui trabalhar, ele não podia me deixar e mandou um menor da boca, passei o dia igual zumbi de tanto sono, mas minha noite tinha sido ótima.