· Pov Alice On.
A médica aponta pelo grande vidro que nos separava do local fechado. Fico emocionada mesmo mal vendo por ele está mais distante do vidro, mas eu o sentia de todas as formas. Trocamos de roupa colocando bata, luvas e propé. Adentramos o local e lá estava a incubadora dele, cheguei perto tocando no vidro e paralisei ao ver ele. Meu menino era tão pequeno, indefeso, tão refém daqueles equipamentos que o cercavam, seu peitinho tinha fios, seu narizinho bem moldado, assim como o meu, tinha um tubo para respiração ou alimentação, eu não sabia ao certo, só sabia que meu coração estava partido em mil pedaços com aquela visão, dele tão frágil. Mas ele era a coisa mais linda do mundo, mais um com a cara do FP, mas ele era muito mais que o Charles, já que ele também tinha os cabelos escuros, como o pai. Seus olhinhos assustados eram claros como os meus, seu narizinho e boquinha parecia parecer com os meus, ele era muito novinho para perceber tanto, só que ele era a cara do pai. Pedi permissão para tocar ele e ela consentiu. Sentei com cuidado no banquinho já que tinha pontos da minha cesariana, alisei o rostinho dele fazendo o mover de leve a cabeça.
— Vou deixar vocês mais a vontade.
— Oi meu amor, a mamãe queira tanto ver sua carinha, você é muito lindo, parece um anjinho, eu não pensei que você fosse ser tão lindo mesmo sendo a cara do papai. — Ele riu assim como eu no meio das minhas lágrimas.
— Somos lindos, viu o olhinho dele? Parecem mini diamantes.
— Sim! A mamãe está muito triste de você está nesse estado, mas também muito feliz de saber que você é um guerreiro. Escuta, a mamãe te ama tanto que você nem imagina, e-eu preciso que você fique bem meu amor, não vou conseguir continuar sem você, seu papai e seu irmãozinho estão loucos pra levar você pra jogar bola, pescar e o seu irmãozinho tá louco pra te conhecer, assim como suas titias, titios e ainda tem a Glória, nossa tem tantos, meu amor, você já é especial para muita gente. Meu pequeno, você ainda não tem noção de tamanho de nada, do mesmo jeito que eu não tenho noção do tamanho do amor que sinto por você, só sei que é enorme e chega doer, então meu amor, a mamãe quer ter a oportunidade de viver com você ao seu lado por anos, quero pentear seu cabelinho... — Aliso os fios lisos dele. — Quero pegar você no colo, te amamentar e matar minhas amigas de inveja por ter um filho tão lindo, então amorzinho, a mamãe precisa que seja forte, lute por você, por mim, pela sua família, porque te amamos.
Aliso a cabeça, descendo os toques para seu rosto e sentindo sua pele macia, eu queria tanto amamentar ele, era uma das coisas que eu mais amava fazer com o Charles, vê seu rostinho feliz enquanto eu o estava alimentando e o deixando mais forte, mas pelo que pude vê eu não conseguir isso tão cedo. A médica adentrou novamente nos fitando, sabíamos que era a hora de ir, mas não queríamos, sentir meus seios molhados e os toque por cima da bata, tentando conter o líquido. A médica me fitou com um sorriso de solidariedade que não entendi bem até que ela se pronunciou.
— Pensei em algo que você possa fazer.
— Que bom, eu ia mesmo te pedir isso. E-eu posso amamentar ele?
— N-não, infelizmente não, sinto muito, e-ele esta recebendo nutrientes, mas pode ajudar alguns bebês e suas mães que por algum motivo não conseguiram gerar leite. O que me diz? Pelo visto você tem muito.
— E-eu adoraria, tem um jeito de fazer isso sem que eu precise coloca-los no meu peito? E-eu não quero fazer isso sem ser com meu pequeno.
— Claro que tem. — Disse com seu sorriso doce.
Finalmente descansava após ter tirado leite para os pequenos que não tinham quando ouço a porta, pensei que era o FP que havia ido em casa pegar umas coisas, mas eram as pessoas que eu não queria de modo nenhum ver.
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Falice - De volta ao destino
Hayran KurguAos 17 anos Alice Smith precisou sair de pressa do colégio, graças a uma gravidez prematura e sua vida mudou para todo sempre. Longe do amor da sua vida e decepcionada com algo que ele fez. Ela passou por tudo e todos e conseguiu o que queria, ter e...