Eu Prometo...

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O silêncio reinava na enorme mesa da sala de jantar todos comiam quietos eu fitava o FP lhe cobrando com o olhar que ele puxasse assunto com o Charles já que o menino não falava conosco desde do incidente do dia anterior. Depois de descobrir que esqueci o aniversário dele o menino ficou no quarto com a tia a noite toda vendo os presentes que o Hal o tinha enviado. Na manhã de hoje ele foi pra aula sem tomar café para não cruzar com a gente, quando chegou no fim da tarde viu que eu estava na sala amamentando o irmão e passou direto ignorando a gente. Me admirei quando ele desceu para jantar conosco naquele momento eu nem me importei que a Polly não tinha ido embora. Só se ouvia a zoada dos talheres nos pratos ou os copos repousando na mesa, estava tão silencioso que os meus nervos estavam se recusando a se acalmar quando o silêncio ensurdecedor foi quebrado pelo meu filho.

— Por que mentiu sobre ele ser meu pai? — Questionou o menino me fazendo engasgar a comida e sinto todos os olhares assustados de todos que cercavam a mesa.

— Charles, de onde tirou isso? — Retruquei depois de ficar vermelha de tanto que tossir.

— Eu sei de tudo...

— Tudo o que Charles? Só porque seu pai não foi a um jogo não quer dizer que bom...que eu não seja seu pai. — Se defende FP.

— Não se trata disso e sim do que eu soube.

— O que você soube? — Disparo tentando entender onde ele queria chegar.

— Charles, você prometeu ao seu pai não dizer nada. — Polly abriu a boca para mais uma das suas besteiras.

— Charles Smith, do que está falando que pai?

— Meu verdadeiro pai.

— Sou eu, que besteira é essa? Alice?

— Sério FP? — Me irrito pelo FP parecer duvidar de mim. — Charles, você está falando do Hal?

— Sim, ele me disse a verdade.

— Verdade? — Ri com ironia. — Charles, você é filho do FP e sabe disso.

— Não sou e porque eu não tenho o cabelo preto? — Respiro fundo em pensar que o Hal foi tão baixo.

— Charles, porque você puxou isso da sua mãe. — FP acorda.

— Sou menino tenho que puxar meu pai. E o papai tem os cabelos loiros como os meus.

— Charles, isso é bobagem ok, tem o meu cabelo, mas você é a cara do seu pai, e quero que pare de falar com o Hal. — Disparo com raiva.

— Nem pensar.

— Você não se atreva que coloco você de castigo ouviu?

— Não me importo, vou morar com meu pai mesmo.

— Até onde sei você já mora com ele. — Dispara FP.

— Charles, precisamos conversar não posso permitir que continue se comportando assim e você vai escutar nosso lado.

— Me obriga? Não te devo mais satisfação Alice. — O menino bate na mesa e levanta enquanto meu sangue ferve FP repete o gesto do menino e o fita com raiva assustando o menino.

— FP... — Toco seu ombro temendo o próximo passo dele.

— Charles, para o escritório agora. — Ordena ele com sua voz grave e brava.

O menino tinha pavor no olhar e sabia que ele só estava sendo manipulado pelo Hal, não imaginaria isso do pai. Tentei não pensar nisso pra tentar me manter calma. FP levantou o braço apontando pra que o menino saísse dali e fosse até o escritório. Apontei com os olhos pra que ele obedecesse e o menino baixou a cabeça e seguiu, obedecendo o pai, enquanto eu fitava o FP que segurou minha mão e caminho comigo pelo corredor.

Falice - De volta ao destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora