O Julgamento parte 2

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— Si-sim...estou.

— Ok, vamos começar as perguntas. Primeiro, você ver aqui o homem que te levou naquele dia?

— Sim senhor, é aquele ali. — Meu filho aponta para o Hal sem hesitar.

— Que conte nos autos que o menino apontou para o réu Hal Cooper, aqui presente. Charles, voltando a você, pode me dizer, do que se lembra naquele dia? Como o réu, no caso o senhor Cooper, já identificado por você mesmo, lhe pegou na escola?

— Eu havia acabado minha aula de natação, tomei meu banho e me troquei, quando estava seguindo para o almoço com meus amigos, quando a senhora Gibson me chamou, disse que meu tio havia ido me pegar porque minha mãe estava doente.

— Ela pensou que o Hal era seu tio?

— Mais ou menos, eu o chamava assim quando minha mãe era colega dela, e ele havia ido me pegar algumas vezes quando ela não podia.

— Entendi, então, você pegou suas coisas e foi com ele?

— Si-sim...Eu achei que fosse verdade... — Disse meu anjinho com pesar e culpa.

— Tudo bem Charles, isso não é culpa sua. Me conta o que aconteceu depois?

— Entrei no carro dele conversando comigo sobre o novo museu de dinossauros, que eu gosto muito. Depois de um tempo percebi que ele estava pegando o caminho errado da casa do meu pai, e não entendi nada.

— Você o questionou Charles? Disse que queria sua casa?

— Si-sim...eu disse que ele estava errado, mas ele disse que não, que era só um atalho. Quando o atalho parecia não ter fim e vi ele entrando num lugar estranho, eu pedi e implorei que ele me levasse para meus pais.

— E ele?

— Ele gritou comigo e disse que eu não deveria ser um bebê chorão, que a minha mãe logo ia chegar, mas o meu pai eu não veria nunca mais.

Aquele momento meu coração ficou apertado como da primeira vez que ele me contou e FP segurou a minha mão, e me abraçou, me dizendo que "nunca ninguém iria separar a gente" me fazendo acenar um sim com a cabeça. Mas ouviu a respiração funda dele e sabia que tinha se emocionado novamente, assim como eu. Nossa atenção voltou ao nosso pequeno.

— Aí você começou a sentir medo do que ele faria com você?

— Si-sim, ele não era mais um conhecido, ele era o bicho papão. — Disse o menino com a voz de choro e quase sem conseguir se controlar. Sentir quase meu chão abrir ao lembrar que levei o Hal para minha casa.

— Ok, me fala, quando entraram no local, o que aconteceu?

— Ele me trancou no sótão. Eu gritei e pedi que me deixasse ir, mas ele não atendeu meu pedido.

— O que mais?

— Eu gritei pela minha mãe e pelo meu pai, mas eles demoraram a ouvir...

— O Hal deixou você lá?

— Sim, até meu pai chegar.... – Disse assustado.

— Ok, Charles, você sentiu medo?

— Si-sim...

— Do que querido?

— De não ver meus pais, que ele me levasse pra longe deles e dos meus irmãozinhos, não queria morrer. – Disse meu pequeno chorando.

— Charles, ele bateu em você?

— Uma vez que eu tentei fugir...

— ELE MERECEU, MOLEQUE TEIMOSO. — Gritou Hal levantando e batendo a mesa com raiva. O loiro faz exatamente o que Derek havia querido.

Falice - De volta ao destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora