— Senhora Jones, a senhora vai furar o piso assim, o pequeno já dormiu! — Disse Glória sempre respeitosa ao ver que o Jug já dormia em meus braços e que ainda andava de um lado ao outro por pura aflição.
— Glória, senhora está no céu, e eu estou muito nervosa ainda. Não sei se meu palpite vai estar certo, eu estou com tanto medo que mal consigo respirar. Como aquele desgraçado mexe tanto comigo? Pena que não do jeito que ele gostaria.
— Olha, não vai adiantar a senhora, desculpe, você... Não vai adiantar você ficar tão aflita, eu sei que é difícil, mas o senhor Jones sabe o que faz, se ele se arriscou tanto é porque confia na senhora e nosso pequeno loirinho confia em vocês dois, então, não se preocupa.
— Ah Glória, queria toda essa confiança que você tem, sabia?
— Só precisa confiar o Charles é esperto e sabe se cuidar.
— E-eu sei, o problema é que eu tive um pesadelo com ele, ele estava tão desesperado com tanto medo que acordei assustada.
— Foi só um reflexo do seu medo, respira tá, eles já chegam, agora me dá o Jug que vou deixá-lo na cama e volto com um chazinho para a senhora, ok? O que acha de esperar lá na sala? Perto da lareira, está muito frio, isso não faz bem para vocês.
— Ok Glória, não está adiantando esperar aqui mesmo, só está me dando frio, nossa...
Glória pegou o Jug do meu colo e subiu as escadas enquanto eu entrei na sala sentando no sofá e me cobrindo com o edredom que estava ali. Sentia um frio incalculável, me fazendo encolher as pernas cobrindo por completo meu corpo. Vi Glória retornar à sala com uma bandeja em mão e o cheiro do chá tomou conta do local. Ela sentou do meu lado mexendo a xícara do chá pegando e direcionando o mesmo a mim. Peço um tempo levantando a mão e corro para vomitar. Me tranco no banheiro vomitando tudo que comi nas ultimas horas e me sinto péssima ao sair do banheiro. Assim que abro a porta dou de cara com a Glória me olhando com cara de pena e logo me segura e agradeço afinal estava tonta.
— A senhora precisa descansar ok? — Ela toca minha testa. — Está com febre, isso não é bom, vem, vou dar algo para senhora, vamos deitar.
— Tá, e-eu preciso mesmo deitar.
— Ok, vamos.
Glória me ajudou a deitar, me cobrindo por inteira enquanto me arrumo para sentar e tomar o chá. Tremia de frio e Glória colocou o termômetro em mim, contestando que estava mesmo com febre o que me deixou surpresa, não estava gripada, não conseguia entender isso. Mas a Glória disse que era nervoso e que deveria descansar um pouco, ela me deu um remédio e um calmante natural que me fizeram adormecer.
...
— Mamãe? Mãe? — Sinto mãos pequenas demais para ser de o FP tocarem meu rosto e abro meu olhos lentamente.
Meu loirinho estava ali, com seu pijama verde do dinossauro, seus fios loiros secos, ele cheirava ao perfume azul que dei a ele a uns quinze dias atrás, e a seu shampoo ainda de criança, de frutas vermelhas. Seus olhinhos cansados estavam mais claros, mas transbordava felicidade assim como seu sorriso que me mostrava. O loirinho me deu um abraço jogando fora a possibilidade de ser um sonho. O toque dele me emocionou e eu lhe abracei cheia de amor, tocando seus fios, não sei quem de nós dois chorava mais. Ele me apertou tão forte que parecia ainda estar com medo de algo, como se um bicho estivesse debaixo da sua cama. O sentimento dele me deixou pensativa, não queria que Hal o tivesse traumatizado, sei... aquilo era uma grande probabilidade, mas no momento só queria que ele entendesse que tudo estava bem, que eu o protegeria. Vi FP na porta da nossa suíte fitando nosso abraço e o agradeço sem deixar escapar uma só palavra, o que fez dele muito bom em leitura labial.
— Não acredito que voltou para mim meu dinossaurinho... – Aperto ele. — Que saudades meu príncipezinho, sua mãe quase morre do coração. Nunca mais deixo que levem você entendeu? — O coloco na minha frente e ele me fita assustado.
— Desculpa mãe, eu acreditei nele.
— Não, a culpa não é sua ok? Mas precisa... Você precisa... Precisa entender que nem todos são pessoas boas como você filhinho, tá bom?
— Tudo bem mamãe, o tio Hal disse que eu deveria ser maldoso.
— Primeiro ele não é seu tio, segundo, isso não é verdade. Esquece isso, ok? Você é perfeito só jeito que é, entendeu Charles?
— Si-Sim mãe... Você ainda me ama?
— Claro, eu nunca vou deixar de amar você meu filho, você é meu tesouro. Olha nada do que aquele babaca disse é verdade, entendeu? Eu posso ter mais quinhetos filhos, você ainda será o meu... — Favorito era a palavra, mas não seria justo, mas pela cara que o FP me lançou, ele tinha entendido. — Meu bebê.
— Favorito mãe? — Questiona e ouço FP fingir tossir.
— Charles, não perturbe sua mãe.
— Desculpa mãe.
— Tudo bem. Filho deita aqui com a mamãe. — Ele se deita na cama ao meu lado. — Eu quero que durma aqui hoje, eu te amo tanto meu bebê.
— Com você e o papai? — Pergunta ele animado.
— Sim meu amorzinho, com a gente.
Abraço ele o enchendo de beijos e ele sorri, seu sorriso mais gostoso, eu estava tão feliz que fui invadida por uma onda terrível de enjoou, que tive que o soltar e correr até o banheiro. Ouço quando FP fala para ele que é normal que eu fique desse jeito e diz para o menino ligar a tv do quarto, logo escuto meu marido entrar e trancar nosso banheiro. FP coloca meus cabelos para trás segurando cada fio delicadamente numa mão e a outra ele alisa minhas costas me consolando. Sinto ele se agachar se posicionando atrás de mim e assim que sinto que já vomitei tudo me apoio nele.
— Você melhorou? A Glória disse que estava com febre.
— Um pouquinho, só é emocional, o Charles voltou, então eu vou melhorar logo.
— Mesmo?
— Sim, eu estou muito nervosa, só preciso ficar um pouco mais com ele, com você. Nossa cama é enorme, por que não pega o Jug? E-eu queria todos juntos hoje, o que me diz?
— Que você quem manda, claro, vou buscar ele assim que me trocar, ok? Você comeu amor?
— Não conseguir, eu estou enjoada e não quero, só quero, sabe, só quero ficar com os três homens a minha vida.
— Amor, eu te amo demais e por isso precisa sim comer. Eu vou pedir que a Glória te prepare algo leve porque já está tarde, mas precisa comer antes de dormir, tá?
— Tá bom chato. — Rimos.
Me recompôs, lavando a boca, escovando os dentes e finalmente o rosto no mesmo momento vejo FP sair do local, me dando mais espaço, mas na verdade ele foi trocar de roupa. Depois que me organizei voltei a cama agarrando meu loirinho o fazendo cosquinha e escutei a porta abrir, era o FP com nosso caçula no colo. Meu moreno se aproximou colocando o pequeno adormecido do meu lado, o puxei para mim beijo seus cabelos cheirosos do seu shampoo de melancia. Eu estava onde queria exatamente estar, perto das três pessoas da minha vida, que eu amava mais que tudo, eles perto de mim era tudo que me importava. Enquanto eu fazia meu primogênito se acalmar aponto de adormecer meu marido voltou com uma canja da Glória, melhor que aquilo não havia, tomei toda afinal, o aquecedor parecia não estar funcionando bem já que o frio adentrava a casa e a chuva estava a cada minuto mais forte. Deitei me agarrando ao FP e adormecemos juntos, junto aos nossos bebês, como uma família unida que somos.
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Falice - De volta ao destino
FanfictionAos 17 anos Alice Smith precisou sair de pressa do colégio, graças a uma gravidez prematura e sua vida mudou para todo sempre. Longe do amor da sua vida e decepcionada com algo que ele fez. Ela passou por tudo e todos e conseguiu o que queria, ter e...