A primeira batida e a primeira ameaça

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Estava deitada na maca esperando a médica para fazer a ultrassom, meu coração estava acelerado, o medo já havia feito morada em mim e não ter a mão do FP segurando a minha me fazia piorar

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Estava deitada na maca esperando a médica para fazer a ultrassom, meu coração estava acelerado, o medo já havia feito morada em mim e não ter a mão do FP segurando a minha me fazia piorar. A médica havia ido se preparar a só apenas dois minutos, mas pra mim parecia mais de duas horas. FP que me conhecia como ninguém já estava nervoso pelo meu nervosismo, mas como sempre e assim como o percurso até ali ele respeitou a minha vontade e se manteve em silencio, aguardando também a médica, que finalmente invadiu o local se desculpando.

— Bom dia papais, como estão?

— Bem. — Respondemos como um coral.

— Ótimo, vamos ver como está esse bebezinho?

— Si-sim.

— Mamãe, pode subir a blusa e descer um pouco a sua calça.

Obedeci a orientação me arrumando melhor no local, sentir o gel gelado na minha pele me fazendo arrepiar, FP se aproximou para vê melhor o monitor, eu já mordia meu lábio fitando o monitor fingindo não ter sentido ele se aproximar. A médica colocou o aparelho em mim e a vejo concentrada fitando o monitor, ela estava séria e confesso que isso estava quase me deixando louca. Mas naquele momento lembro de quando fui vê pela primeira vez o Charles, eu fiquei tão emocionada que chorei muito ou será que chorei porque estava sozinha foi difícil para mim essa fase, e ter feito as coisas do Charles tão só. Por isso tinha tanto medo do FP me deixar, me trocar pela Gladys, se isso acontecesse seria difícil de superar por isso estava na fase muito ciumenta e eu não suportava aproximação dele com ela, então, é difícil mas era normal. O medo de perder ele me consumia eu não conseguia pensar em ter que passar tudo novo sozinha É, eu sei, eu tô repetindo e tocando nessa mesma tecla sempre mas é complicado eu não quero ficar sem você, disse em silêncio, pra mim mesma, fitando ele, mas volto a realidade e resolvi só olhar o monitor eu só quero ver e pensar no meu filho agora, ele não tinha nada a ver com isso. Enquanto a médica percorria toda minha barriga eu tinha medo, eu não ouvia o coração dele naquele momento estava me deixando aflita eu queria muito ouvir o coraçãozinho dele mas ele estava tão quieto eu fiquei mais nervosa ao perceber isso, esperando mais um minuto até que não aguentei mais eu precisava perguntar o que tava acontecendo porque que não tava ouvindo o coração dele.

— Doutora, porque eu não tô ouvindo o coração dele tem algo errado?

— Amor, fica calma ela só começou então não se preocupa. — Disse FP tentando me acalmar, eu visivelmente não queria isso naquele momento.

— Bom, seu marido tá certo Alice eu já vou chegar lá tá, não se preocupa, não tem nada errado com o seu bebê bom, eu ainda não terminei, mas ele está bem viu, eu tô olhando aqui. — Ela mexeu de lado. — Escutem, estão ouvindo é ele, bem forte hein já apostaram para saber se é menino ou menina?

— É menino. — Se pronunciou FP.

— Claro que não, é menina.

Naquele momento aquela discussão parecia idiota, quando o coraçãozinho  dele bateu muito forte, eu fiquei emocionada e meus olhos começaram a marejar de um jeito que fez correr as lágrimas por não ter controle sobre aquela situação. FP  se aproximou da minha mão, pegando, eu não posso negar aquele carinho eu queria, dava tudo para congelar aquele momento dele ali, ele também chorava muito. Fiquei muito feliz com tudo aquilo fiquei muito feliz mesmo, o nosso bebê tinha um pai e uma mãe que amava muito ele e aquilo não tinha preço eu sinto tanto pelo Charles não ter tudo aquilo, desde o começo. A mão do FP entrelaçar a minha, no mesmo momento que sinto um beijo em minha cabeça, sentindo as lágrimas dele molhar a mim. Com a minha mão livre limpo minhas lágrimas, era tão emocionante escutar ele, ele é tão forte, parecia implorar por um espaço no meu coração, sim, eu sei que ele sentia a minha não total aceitação dele. Meu choro também era por isso, me sentia um monstro por sempre me arrepender dele quando brigava com FP, como se ele fosse o culpado por eu estar sofrendo pelo FP, quando na verdade, eu era a única culpada por amar ele, e nosso bebê só uma consequência de tanto amor.

Falice - De volta ao destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora