Quero você!

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— Bo-Bom... — Respirei fundo. — Eu protestei e disse que queria ele, que jamais abandonaria meu bebê e que o pai também iria querer! Meu pai gritou comigo e disse que você jamais assumiria nada e que você não me amava, que você não prestava, que eu estava sendo burra demais!

— Meu Deus Ali, e-eles não podiam ter dito isso a você!

— E-eu sei!

— E depois?

— Depois de muita discussão, eles me deram um ultimato! Eles ou o bebê!

— Ali... — Lamentou o FP.

— Eu sei! E-eu disse que não abandonaria o bebê por nada, então, eles na mesma noite me mandaram para o Canadá!

— So-Sozinha?

— Sim, e-eu levei uma mochila com roupas e isso foi tudo! Chegando lá tinha uma enfermeira, ela fica comigo uma vez por semana, eu tinha um apartamento, nunca imaginei o poder que meu pai tinha.

— Espera, ele fez tudo isso em um dia? E você morava sozinha?

— Sim e sim! No dia em que eles descobriram me trancaram no quarto enquanto ele resolvia tudo, e-eu nem pude sair para falar com você, si-sinto muito FP! — Deixo umas lágrimas escaparem.

— Ei, tudo bem, e-eu entendo, ok?

— E-eu tentei ligar, mas não conseguir, eles tiraram meu telefone.

— Ele me odiava tanto assim?

— Sabe que sim! Sinto tanto, mas eu só tinha 17 anos, e-eu não sabia o que fazer! — Choro e ele me abraça.

— Shiu, não tem culpa de nada! E a sua mãe? O que ela disse? Deixou que levasse mesmo você?

— Minha mãe foi me ver no quarto e reclamou muito comigo, disse o quanto estava decepcionada, que eu não podia ter feito isso com ela. Ela disse que eu era uma vergonha para ela e que meu pai estava certo, ela também disse que nunca deixaria de me amar, mas estava muito machucada por tudo! Fo-Foi a última vez que vi ela. — Chorei descontrolada naquele momento ao lembrar que eu não me despedir dela.

— Espera, não veio ao enterro dela, e-ele proibiu você?

— Si-sim. E-eu não podia fazer nada, ele me sustentava, eu estava grávida de oito meses, não tinha nenhum centavo!

— Porque não me ligou de lá, e-eu tinha tirado você de lá Ali.

— E-ele me deu um celular novo, só eles tinham o número, e eu só poderia fazer chamada para a minha enfermeira e para eles, e-eu sinto muito!

— Tudo bem querida, por favor, não se desculpe mais, e-eu sei que não teve culpa, e-eu quem tive, se não tivesse me visto beijar aquela menina, nossa família estaria junta, aposto que seriamos muito felizes.

—Nã-Não quero que se culpe também, fo-foi o destino, e-eu sei que não foi de propósito ok?

—Ok! Mas me conta, se mudou e aí?

— Minha mãe me ligava, eu tinha a enfermeira, meu pai pagava por tudo, e eu mal saia de casa. Minha enfermeira pagava as contas e comprava tudo!

— Nem posso imaginar como isso foi ruim, e como foi o parto? E quando o Charles nasceu?

— O parto foi estranho sem ninguém que eu amava comigo, mas e-eu conseguir e não foi maravilhoso, mas valeu a pena cada momento pelo Charles.

Contei ao FP toda rotina e como tudo era, como Ângela me ajudou a cuidar do Charles para que eu pudesse estudar, depois trabalhar. Contei tudo e não escondi nada, eu percebi o quanto isso tocou ele, mas senti verdade no seu olhar.

Falice - De volta ao destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora