CAPÍTULO 78

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P.O.V Osten

...

Continuei a seguir Derek em direção aos corredores esquecidos do palácio, a qual havia passado boa parte da manhã, tentando extrair informações dos gerentes da base principal. Atrás das portas daquele corredor não havia nada além de salas de interrogatório. Eu seguia para a que Samantha seria interrogada.

Fazia poucos minutos desde que meu amigo me arrastara do hospital do palácio até ali. Por mais que eu negasse, sabia que Derek tinha razão sobre eu precisar ouvir o depoimento de Samantha, saber como ela esteve por tanto tempo debaixo de nossos narizes, perto demais de Luna...

Adentrei a sala em que havia um vidro espelhado, que possibilitava ver o que ocorria na sala ao lado. Pelos monitores sobre a mesa e as caixas de som, dava para ver e ouvir com perfeição tudo o que era feito ao lado.  

Assenti em cumprimento para Jorge e Lucas, que estavam de braços cruzados e encostados na outra mesa, nos fundos da sala. Os mesmos devolveram o gesto. Não havia nada que compartilhássemos mais do que a raiva e o rancor que pairava no ar do cômodo.

Olhei para as minhas mãos, que mesmo depois de eu ter lavado milhares de vezes, ainda sentia o sangue dela. O pensamento de que quase perdera Luna me fazia querer chorar, fazia meu peito doer demais.

Foi necessário reanimá-la, pois um momento após chegarmos ao hospital do palácio, seu coração parou, parando subitamente o meu também. Ela havia partido, mesmo que por pouco tempo, a falta minúscula de sua vida fez com que a minha parecesse mais vazia e solitária que nunca. Nesses poucos segundos em que partira, parte do meu coração, que pertencia tanto a ela do que a mim, havia partido também, e não existiria nada que pudesse reanimá-lo...Tive que ser arrastado até a sala de espera enquanto levavam Luna às pressas para o centro cirúrgico.

Doeu em cada parte de minha alma ouvir o médico falar que foi por pouco, um minuto a mais teria matado Luna, levado ela de mim. A bala havia perfurado seu pulmão.

Eu esperei sentado, e quase morrendo por dentro, durante todas as 5 horas e 49 segundos em que Luna ficou naquela sala de cirurgia. Eu rezara mais nesse tempo do que em toda a minha vida... Meus pais e minha irmã se revisavam para ficar comigo, esperando. Josh, o amigo de Luna, ficou por um bom tempo lá também, mas logo saiu...

Em certo momento, Samuel apareceu e sentou-se do meu lado, sem dizer nada, apenas dando um apoio silencioso, os olhos transbordando dor e luto. Após ele sair, Derek sentou-se no mesmo lugar, também em silêncio, o que era muito raro, o mesmo apenas apertou minha mão antes de ir. Nenhum deles comentou sobre os capangas e o que estavam fazendo com eles. Outros guardas também apareceram, pararam perto das portas do hospital e fizeram uma oração baixa, para qualquer deus que cressem, para que Luna se recuperasse e tivesse uma vida longa e feliz. Ainda não havia tido tempo para agradecê-los, mas faria isso assim que tivesse.

Por mais que eu quisesse ouvir da boca daquela víbora tudo o que fez para conseguir se infiltrar aqui, não parava de pensar na cadeira em que eu estava minutos antes, esperando que Luna acordasse... Meus pais estavam lá, e prometeram mandar alguém me avisar se ocorresse qualquer diferença em seu quadro.

Ela estava no pós-operatório, em observação e se recuperando da anestesia, haviam se passado 9 horas desde que saíra da cirurgia, 2 que a desentubaram e ainda não acordara. Não conseguia ficar tranquilo, não antes de vê-la, ter certeza que estava mesmo comigo...

Eu havia ligado para a família de Luna para contar do ocorrido, por mais que a imprensa tivesse sido mais rápida. A mãe, irmã e amiga de Luna devem chegar daqui algumas horas, em um dos jatinhos particulares do reino. Eu não queria que a minha primeira conversa com minha sogra, cunhada e, provavelmente, futura madrinha tivesse sido para levar informações tão tristes, não sei de onde arranquei forças para permanecer firme durante a ligação.

Sempre achei um pouco desnecessário um hospital no palácio, prático, porém estranho. Normalmente era usado por guardas e soldados feridos, quase nunca pela realeza e pelos funcionários. Por mais que tenha sido um local em que me familiarizei na infância, tinha um peso estranho agora que Luna estava lá.

Saí de meus pensamentos quando a porta da sala ao lado foi aberta e Samantha entrou, escoltada por dois guardas e Azriel, o nosso espião. O mesmo sentou-se de um lado da mesa, enquanto Samantha era empurrada para a cadeira a sua frente.

Respirei  fundo, tentando manter a calma, quando Samantha sorriu.

Continua...

Eae, kiridus!!

DEIXEM A ESTRELAAA, pôr obséquio***

Obrigada por lerem, até<3

Daqui a pouco posto mais um;)

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