<<<<BÔNUS>>>>

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BÔNUS -DEREK-

Caminho calmamente dentre os corredores do palácio, rumo a ala hospitalar, para entregar um relatório da segurança para Osten e conversar um pouco com a princesa. Talvez encher o saco do meu amigo até ser expulso do quarto também. Sorri com o pensamento.

Continuo meu caminho, distraído. Só de pensar no julgamento da Ellis e as atualizações da segurança do palácio já me deixava cansado. Bem que eu merecia uma semana de folga... Solto um suspiro, cruzando o corredor e batendo de frente com um ser rebaixado.

Seguro a cintura do ser, melhor, mulher, para que a mesma não caia.

- Misericórdia! Você não me viu?!- pergunta irritada, afastando-se para pegar uma pasta que caiu de suas mãos.

- Perdão, eu estava distraído e... - perco a linha do raciocínio quando ela me encara.

Precisei de um tempo para compreender o que via. Não sei por que, mas a beleza daquela mulher prendeu minha atenção, os olhos âmbar se destacavam em sua pele preta e o cabelo cacheado, na altura dos ombros, pareciam dançar sempre que a mesma se movia. Algo nela me lembrava fogo, talvez o modo como me olhava e falava, mas me lembrava fogo. E isso era muito estranho!

Saio do meu transe quando a fisionomia da mesma sai de irritada para brava em segundos. Espera, eu conheço esse rosto...

- Você?

- Você? - falamos ao mesmo tempo.

- Só pode ser brincadeira. - riu debochada, dando as costas.

Demoro um pouco para voltar a andar, seguindo a mulher. Não sabia se me desculpava de novo ou ria da situação. 

Faziam dois dias que eu a havia encontrado na entrada do palácio, puxando uma mala escada acima. Confesso que fiquei intrigado ao vê-la junto com a mãe e irmã de Luna, que cumprimentei antes de ir "ajudar" a mulher. Porém, quando ia perguntar se queria suporte, ela tropeçou e praticamente caiu na minha frente. De quatro. 

Juro, por tudo que é de sagrado, que não queria rir, mas a cena foi engraçada demais, ainda mais com seus milhares de xingamentos proferidos a "mala demoníaca". Sentia pena daquele mala e pela sua moral difamada... 

Quando ficou em pé, me encarou, fazendo-me parar de rir. Não um simples encarar, mas sim um de ameaça, que poderia ter feito milhares tremerem. Acredito que só não fui arremessado escada abaixo porque a irmã de Luna a puxou para perto, se acabando de rir.

Segurei a vontade de rir de novo e a alcancei.

- Desculpe-me mais uma vez, eu não a vi. A senhorita é tão... -fechei a boca, fazendo-a parar abruptamente. Parei também, então aqueles olhos se focaram em mim, e evitei a vontade de engolir em seco.

- Eu sou tão o que, senhor? -arqueou uma sobrancelha.

- Pequena, sabe? Estava fora do meu campo de visão... - tentei brincar para sair da situação. 

Eu não tinha mais tanta certeza se eu era muito alto ou ela era muito pequena, mas podia ter certeza que me tornaria corcunda se a olhasse por tanto tempo, que era o mesmo de olhar para o chão. Eu chutava que tinha uns... 30 centímetros de altura? Evitei a vontade de rir e fazer uma piada. 

- Como é, muralha? - me olhou incrédula. Muralha? 

- Perdão, não quis ofender. A senhorita só é rebaixada- parei de falar de novo. Meu coração estava acelerado, estar sob seu olhar me deixava nervoso por algum motivo. Ixe, que porra é essa? Euen, negócio estranho.

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