A NOVA SELEÇÃO

CAPÍTULO 49

Todos encaramos Ana, esperando que começasse a falar. A mesma engoliu em seco, apertando as mãos sobre a mesa.

- Eu trabalho pros N-I desde os meus 16 anos, quando sai do orfanato, era minha única opção se não quisesse morar na rua... No começo eu era apenas uma operaria, ganhei a confiança deles sendo espiã, conseguia descobrir tudo que me queriam. 

"Quando soubemos que teria a Seleção, foi a oportunidade perfeita para nos infiltrarmos no palácio. Me inscrevi, mas foi alguém de dentro que me colocou aqui... Minha missão primária era observar, saber a rotina dos funcionários, das selecionadas e, principalmente, da família real. Nesse momento, descobri que o príncipe, era o líder da guarda contra os N-I." 

Ana fez uma pausa depois continuou...

- Quando contei isso para Marid, ele começou a mudar os planos. Queria que eu me aproximasse do príncipe e ganhasse a Seleção, para manipula-lo, mas era quase impossível, já que ele sempre estava com Luna... - me olhou- comecei a tentar saber quem você era, Luna. Você parecia ser comum, só mais uma selecionada. Até descobrir que era filha do Diogo Mallman. - engoli em seco, recebendo o olhar de todos. Osten, que estava do meu lado, enlaçou nossos dedos por baixo da mesa.

- Como você se comunicava com Marid?- Osten perguntou.

- Cartas em lugares específicos no palácio, funcionários infiltrados... Ele está em toda parte, sempre esteve, apenas não achou a hora certa para atacar.

Eu realmente não sabia o que pensar... Ana sabia de tudo. Por um momento, fez sentido, os dias em que ele ficava quieta, observando, ouvindo, memorizando tudo que fosse importante... 

-  Quando o príncipe descobriu do pai de Luna, sentiu-se culpado, eu acho. Pois se afostou dela, me dando a oportunidade perfeita para me aproximar. Mas mesmo estando longe, ele permanecia pensando nela, sonhando... Seria impossível ganhar a Seleção, tendo Luna como concorrente, Marid sabia disso. Por isso, deu ordens que eu te matasse. - olhou-me por um momento, antes de baixar o olhar, soltando um suspiro.

Senti um frio na espinha, pois sabia que se ela quisesse me matar, conseguiria. Ana massageou as têmporas, soltando uma risada triste e baixa.

- Mas como eu poderia matar você?- me encarou, com lágrimas nos olhos- claro, um envenenamento durante um baile lotado como esse, teria muitos suspeitos, seria fácil me livrar... Mas como? Como conseguiria viver carregando a culpa de ter matado uma pessoa como você, Luna? Faria da vingança dos outros a minha?  Eu seria capaz de privar vocês de terem uma vida juntos? De ficarem juntos?- secou a lágrima solitária em sua bochecha. Meus olhos estavam marejados, conseguia ver a culpa em seus olhos.

- Por que contar isso agora? Por que não antes?- Derek indagou.

- Por que só agora, soube que não conseguiria... Ver Luna e Osten hoje, me trouxe a certeza disso, não posso estragar a vida de duas pessoas feitas uma para outra desse jeito... Eles merecem uma vida inteira juntos. - nos olhou, depois encarou Derek.

Osten apertou minha mão, fazendo-me olha-lo. O mesmo sorriu fraco, me trazendo um segundo de paz. Sorri de volta, retornando a olhar para Ana.

- Conheci Marid na base príncipal, lá tem projetos de anos, vários agentes do grupo de frente, localização de todas as bases... É o alicerce deles.

- Você sabe dizer onde é?- Samuel perguntou, anotando algo em seu caderno.

- Sim. Fica em Likely... - puxou o caderno de Samuel, escrevendo no mesmo- estive lá antes de vir para o palácio - devolveu.

- Como saberemos que não é uma armadilha? Você mesma disse que é manipuladora. - Jorge ergueu uma sobrancelha, a encarando desconfiado.

- Vocês terão que acreditar em mim- disse com a voz trêmula- Marid vai descobrir, mais cedo, ou mais tarde que eu o trai... E quando isso acontecer- me encarou- nós estaremos correndo risco de vida. Ele vai querer te ferir, para abalar a família real.

Osten estremeceu do meu lado, colocando sua outra mão sobre as nossas, como se quisesse garantir a minha segurança. Nos encaramos, e pude ver um deslumbre de medo em seu olhar. Coloquei minha outra mão sobre a sua, apertando-a. Também queria tentar garantir a minha segurança... 

Ana falou sobre como eles trabalham, a rotina e como entrar na base príncipal. Osten já mandou um grupo de guardas ir averiguar o local, para ter certeza que não é uma armadilha. O mesmo deixou Ana em observação, ela vai ficar sendo observada 24h. Osten ainda tem suas suspeitas de que Ana esteja tramando algo, e não confia nela o suficiente para deixa-la sem vigia. 

Osten deixou que os guardas, que nunca havia visto antes, ficassem arquitetando um plano de invasão e me chamou para voltarmos para a festa. Não podiamos ficar fora do baile por muito tempo, pois daria suspeitas a mídia.

Eu fui primeiro, para não chegar ao lado de Osten. O baile continuava animado, Alexia e Diana dançavam juntas na pista. Sorri para as mesmas e fui para um canto do salão. Ainda estava processando tudo o que Ana havia dito.

Pouco tempo depois, vi Osten entrar no salão. O mesmo foi até a rainha, para contar dos acontecidos. A ministra se juntou também, e após alguns minutos conversando, se separaram.

Estava fazendo um grande esforço para não transparecer meu nervosismo. Peguei uma taça de margarita e bebi, quem sabe assim eu paro de pensar um pouco. Era bom até, não sou fã de álcool por vários motivos, um deles é eu já ficar embriagada com refrigerante, com álcool então...

- Achei que você não bebesse... - Osten comentou, parando na minha frente.

- E não bebo, só estou esperimentando um novo tipo de calmante.- pisquei, terminando a bebida. Osten riu, tirando a taça da minha mão e colocando sobre a mesa.

- Você não tem que se preocupar. - me puxou pela cintura, descançando minha cabeça em seu ombro.

- Eu não tenho certeza disso- abracei Osten. O mesmo segurou meu rosto entre suas mãos, olhando em meus olhos.

- Ninguém vai chegar perto de você, meu amor- acariciou minha bochecha com o polegar, sorrindo fofo- vou sempre estar com você...

Continua...

Roi, Kiridus!!

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Obrigada por lerem, até<3