A NOVA SELEÇÃO

CAPÍTULO 33

...

Já devem fazer uns 30 minutos que Osten está me abraçando. Eu consegui me acalmar, agora estou tentando limpar minha mente, não gosto de ficar relembrando coisas que não me fazem bem.

Há dois anos, meu pai foi assassinado. Até hoje não sabemos quem foi o assassino, e a causa. Eu sofri muito com sua morte. 

Nos primeiros meses, tive algumas crises de ansiedade sempre que parava para lembrar do dia da sua morte, a maioria delas ocorreu no consultório da Dra. Marta minha terapeuta na época. Eu nunca consegui superar totalmente tudo o que vi, mas venho trabalhando desde então. 

Levei 4 meses para conseguir me estabilizar. Minha mãe diz que eu fui forte, em me reerguer em pouco tempo, mas eu não fui forte. Eu só não queria mais me torturar por algo que não controlo. Sei que meu pai não gostaria que eu vivesse triste pela sua morte, ele gostaria de me ver feliz. E estou sendo... 

Eu nunca mais chorei na frente da minha mãe ou Malu, sei que elas sentem muito a falta dele. Tento me passar por forte, fingir que superei. Mas a verdade, é que sou a mais afetada. Tinha dias que eu simplesmente deixava com que a tristeza e saudade batessem. Me permitia sentir o luto...

Quando escutei o disparo, foi como se ligasse um interruptor em meu cérebro, forçando-me a reviver aquele dia. Passar por tudo de novo. 

Osten segura a minha mão, levando minha atenção para as nossas mãos, agora unidas. Sorri com isso.

- Luna. - Osten chamou-me. O encarei- está melhor?- pergunta preocupado. Assenti sorrindo.

- Obrigada, por ficar comigo. - disse sincera.

- Não tem que agradecer. Eu ficaria com você, mesmo se não quisesse- sorriu ladino, fazendo-me rir.

Osten ficou de pé, puxando-me para cima. O mesmo me deitou na cama, fazendo-me sorrir. Com todo o cuidado ele me cobriu, como se eu fosse quebrar com qualquer movimento brusco.

- Eu estou bem, Osten. Não preciso desse cuidado todo- sentei na cama. Osten riu e sentou-se do meu lado.

-  Quando me disseram que você estava perto quando o guarda novo deixou a arma destravada cair, e subiu chorando, vim correndo ver como estava- disse encarando-me, olhei para baixo- o que aconteceu, Luna? Por que ficou daquele jeito?

- Eu lembrei do dia da morte do meu pai... - limpei a garganta, e o encarei- foi como se eu estivesse revivendo tudo de novo...

Contei a Osten tudo o que aconteceu. Desde o dia da morte, até das minhas consultas a terapeuta. Eu me sentia segura com Osten, sabia que podia contar pra ele. Não gostava de tocar nesse assunto com as pessoas, pois sabia que era a minha ferida e sempre fico triste em lembrar. E não gosto de me sentir assim, gosto de sorrir para os desafios e dores da vida, não me entregar a eles.

Quando terminei de falar, já estava com os olhos marejados. Osten segurou minha mão o tempo todo, me incentivando a continuar.

- Eu sinto muito, Luna. Muito mesmo, não deve ter sido nada fácil... - Osten me olha compreensivo. Sorri fraco.

- Não foi... É difícil de esquecer a vezes. Mas não deixo que atrapalhe a minha vida.

- Você é uma mulher incrível. Perfeita demais pra ser real, as vezes. - disse sorrindo, fazendo-me rir.

- Obrigada- sorri envergonhada. Essa deve ser a parte ruim de estar apaixonada. Pareço uma retardada sorrindo e corando o tempo todo. 

- Eu amo o seu sorriso...  -  disse sorrindo fofo encarando-me. 

Não consigo descrever o que aconteceu com meu coração, pois ele só faltou pular pra fora do meu peito. Sorri largo, o abraçando. 

- Também amo o seu sorriso... - confidenciei em seu ouvido. Mas tive uma vontade enorme de dizer que sou apaixonada pelo dono do sorriso.

Porém eu não sei se ele é apaixonado por mim também. E se for uma paixão não correspondida? Isso fez meu peito doer. Terei que lutar pelo coração dele? Sendo que ele não precisou de nada mais que um sorriso para ter o meu...

É reciproco? 

Continua...

Eae, Kiridus!!

Voltei hehehe! Será que essa paixão é correspondida, monas? Veremos... #Luten

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