Capítulo 74

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SG: Acorde, acorde, acorde mocinha! Não quer se atrasar para ver seu heróico namorado vir lhe buscar, certo?

Ouvi a voz grossa de Seungri me chamar, o efeito do sedativo não havia ido completamente, ainda estava me sentindo confusa e lerda até mesmo para falar. Meus olhos pesavam e o sorriso quadrado de meu tio se encontrava turvo a minha frente, respirando fundo, fechei os olhos novamente. Não era sono agora, mas sim, o cansaço.

Sons de palmas altas foram contra meus tímpanos, não sabia se era por conta de eu estar a sabe Deus quanto tempo dentro de um quarto pequeno e quieto ou por conta do sedativo, mas minha audição estava incrivelmente sensível e aquelas palmas fizeram minha cabeça doer mais ainda.

SG: Vamos, sei que foi tratada como princesa por toda a sua vida, mas até mesmo a Bela adormecida acordou em algum momento da história dela. Levanta. – A voz dele se fez presente novamente e eu revirei meus olhos.

EM: Vai se foder... Seu escroto!– Falei, com um fio de voz. Minha garganta estava seca o que me fez tossir logo após a frase.

SG: Ah, está xingando! Isso quer dizer que está bem. – Ele falou, enquanto ia até o outro lado do quarto e arrastava a cadeira velha pelo chão sujo, fazendo minha cabeça pulsar em dor.– Como você sabe, nunca quis machucar você e nem quero isso, és o bem mais precioso que meu irmão deixou para mim...

EM: Você tem um jeito peculiar de mostrar isso, hein.

SG: Enfim, nós vamos pacificamente fazer uma troca, okay? Você pelos terrenos e o dinheiro. Mas, se o seu namorado tentar qualquer gracinha eu explodo os miolos dele.

EM: O que?! – Meu corpo pareceu acordar completamente somente com aquela última frase.

SG: Você sabe muito bem que seu namoradinho não tem tendências a ser paciente, e caso ele tente qualquer coisa, terá a cabeça atravessada por um projétil. – Ele deu de ombros, mantendo aquele sorriso nos lábios.

Não sabia se era o choque ou efeito da injeção ainda circulando em meu sistema, mas não consegui formular nenhuma frase ou palavra, só de imaginar Namjoon caído no chão e sem vida, fazia meu corpo tremer de medo. Perder ele havia se tornado meu medo.

Uma batida na porta soou me fazendo voltar a minha infeliz realidade, um dos capangas de Seungri havia entrado e sussurrado algo no ouvido do homem que o fez sorrir. Não demorou muito para que meu tio se levantasse daquela velha cadeira e novamente voltasse sua atenção para mim.

SG: Seu namoradinho já está no local de encontro há meia hora quase, quis fazer um charminho e atrasar um pouco.– Ele riu dando de ombros, me fazendo revirar os olhos.– Ponham ela no carro.

Seungri disse por fim fazendo um movimento de mão e logo dois caras entraram, um deles amordaçou minha boca e em seguida o outro colocou um saco de pano velho e fedido na minha cabeça tapando completamente minha visão. Meu corpo todo, com exceção de meus pulsos, foram desamarrados e enfim depois de muito tempo sentada me levantei. Por conta do tempo naquela cadeira, ao esticar meu corpo, meus músculos não pareciam ter gostado muito da ideia já que eles todos doeram me fazendo grunhir baixo. Os dois homens me levaram para algum lugar, ambos agarrando com força meus braços.

Após andar um tempo curto, concentrando minha atenção no único sentido que me restava e com minha audição mais apurada do que normalmente era, pude perceber que estavamos do lado de fora já que o cascalho abaixo dos meus pés estalava assim como pássaros piavam ao longe, e o abafado de um lugar fechado foi substituído por uma leve brisa. Vozes desconhecidas murmuravam, carros chegando ou indo também quebravam o cascalho do chão e então novamente eu estava sentada mas agora em um lugar melhor acolchoado para minhas nadegas doloridas e ar gélido para meu corpo quente.

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