Capítulo 69

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Minha cabeça estava girando, a visão turva, meus músculos tão rígidos quanto pedras. Ao abrir meus olhos, tive a visão de um quarto quase completamente escuro, tirando o fato da lâmpada com cor laranjada acima de mim. O cômodo tinha uma mesa velha de madeira, cheia de papéis nela, assim como nas paredes, folhas de jornais e revistas velhas enfeitando o local, que me fizeram arrepiar.

Tentando me mexer, percebi que eu estava amarra na cintura, braços e pernas. Flashes do que havia acontecido antes se passavam em minha cabeça, fazendo fúria, raiva e medo brotarem em mim.

 Desistindo de tentar me soltar, respirei fundo e fiquei atenta aos sons.

Fiquei em silêncio por alguns minutos e não pude ouvir nada além de grilos. Respirando fundo novamente, logo um odor familiar adentrou em minhas narinas. Gasolina. Eu estava sentindo cheiro de gasolina. Mais um tempo em silêncio na esperança de identificar algum som, acabei não tendo êxito, porém, ouvi a porta se abrir me fazendo automaticamente fingir que estava dormindo.

Xx: Ela ainda está desacordada?- Disse a primeira voz... Eu conheço essa voz...- Se você tiver matado minha sobrinha, Luhan, acredite eu vou dar a sua cabeça em uma bandeja para Namjoon!

Seungri, porra... A voz era de Seungri! Ele estava por trás de toda essa merda juntamente com Luhan.

LH: Eu não a matei! Ninguém morre com sonífero... Eu acho.- Disse ele e logo pude ouvir algo como um tapa reverberar pela sala.

SG: Seu filho da puta, eu espero mesmo que ela não esteja morta!- Ouvi por fim e a porta que eles haviam aberto fechou em um estrondo alto.

LH: Desgraçado... Mal vejo a hora de você conseguir esses terrenos e o dinheiro para eu poder me livrar de você! - Ouço Luhan dizer baixo e logo depois seus passos foram se direcionando a mim.- E você, amor, quando irá acordar?... Ah, até dormindo você é linda.- Luhan tocou minha bochecha fazendo meu corpo inteiro se torcer por dentro.- Por que escolheu o Namjoon e não a mim, hein? É uma injustiça ele ter esse corpinho ao lado dele todos os dias. - O maior tocou minhas coxas subindo seus dedos para o meio de minhas pernas, mas antes que chegasse ele parou. Repulsa e ânsia cresceram dentro de mim e assim que ele aproximou seu rosto do meu, engoli em seco.- Você está dormindo, vou ter que me divertir sozinho... Com você assim mesmo.- Disse ele levantando meu rosto e logo selou meus lábios, sua língua invadiu minha boca fazendo aquela ânsia crescer. Em um ato rápido mordi sua língua com tanta força que arranquei o sangue alheio.

EM: Vai se foder, filho da puta doente! - Cuspi as palavras e o sangue dele, vendo a cara de Luhan com dor e ao mesmo tempo irritado. Ele que havia dado alguns passos para trás, estava com a mão na boca, tentando estancar o próprio sangue.

LH: Vadia do caralho! - Gritou ele e logo um tapa forte foi estalado em minha bochecha, tal fora tão forte que minha cabeça pendeu para um lado e lágrimas brotaram no canto de meus olhos. - Vagabunda de merda!

Luhan segurou com força em meu pescoço e logo a porta atrás dele se abriu em um chute, fazendo um estrondo alto reverberar pelo pequeno cômodo me fazendo assustar e Luhan apenas suspirar.

LH: Ela acordou.- Disse ele e logo Seungri o empurrou para longe de mim se agachando em minha frente com um sorriso nos lábios mas ficou sério assim que viu a marca do tapa em minha bochecha.

SG: Eu disse para você não tocar nela, porra!

LH: Ela mereceu, okay? - Luhan disse e Seungri suspirou fundo, claramente irritado. 

O moreno agachado a minha frente, fez um sinal com a mão para Luhan que logo saiu do quarto com uma cara feia e resmungando algo que eu não pude ouvir. Assim que ele fechou a porta direcionei meu olhar para Seungri e cuspi em seu rosto o fazendo rir e negar.

SG: É bom ver você também.- Ditou ele limpando sua bochecha.

EM: Seu fodido, desgraçado! Me tire daqui! - Falei tentando puxar meus pulsos do nó que os prendiam.

SG: Meu amor, me perdoe, mas você sabe que não vou o fazer.- O mais velho levou sua destra até minha bochecha e a tocou com seu polegar.- Não se preocupe com Luhan, Taeyang e Daesung irão cuidar desses picos de raiva dele.

EM: Eu não quero saber o que vão fazer com aquele merda! Me solta, agora! - Gritei em pura raiva, tentando me soltar mas a cada puxão a corda parecia se prender mais em mim.

SG: Uhm... Okay, eu te solto. - Sorriu ele, mas eu sabia que não seria tão fácil assim.- Quando eu tiver o que eu quero.

EM: Eu não acredito que isso ainda é por causa dos terrenos! Eu não tenho posse deles, Seungri. 

SG: Ah, meu amor, eu sei disso.- Disse ele se levantando e puxando uma cadeira velha que eu nem mesmo percebi que estava ali. Sentando-se diante de mim, ele me fitou por um tempo e logo sorriu novamente. - Namjoon é quem tem e é por isso que nós vamos ligar para ele e você vai pedir para ele nos trazer o dinheiro e as escrituras dos terrenos. Aí eu solto você e vocês poderam viver juntos e felizes.

EM: Okay, quem disse que eu vou fazer o que você mandar?

SG: Bom, eu sabia que você era tão cabeça dura quanto seu pai e por isso...- Ele tira seu telefone do bolso, o desbloqueando e virando a tela para mim. A luz do aparelho estava no máximo, o que me fez piscar algumas vezes e assim que me acostumei com a luminosidade, arregalei meus olhos assustada.- Envolvi sua amiguinha nisso.

No celular era uma foto de Seulgi, semi nua, sendo suspensa por correntes presas em seu pulso. O corpo dela apresentava ematomas assim como seu rosto, amordaçada, ela parecia estar desacordada.

EM: Você é doente, porra?! Por quê ela? Seulgi não tem nada haver com isso!

SG: Eu sei que não, mas você precisa de um impulso.- Contou ele com aquele sorriso maldito no rosto.- E caso não seja suficiente, seu amigo Baekhyun volta bem tarde do trabalho, não é? 

EM: Eu te odeio, seu merda. - Falei sentindo lágrimas escorrerem de meu rosto, eu estava tão enfurecida que nem mesmo percebi estar chorando.

SG: Vou deixar você pensando um pouquinho, mais tarde eu volto. - Seungri bateu com o indicador na ponta de meu nariz e se levantou da cadeira, logo deixando a sala.

Assim que o mesmo saiu, abaixei a cabeça e deixei às lágrimas caindo livremente por meu rosto. Meu corpo estava cansado, minha mente com medo e eu só conseguia pensar no pior. Seulgi amarrada em um lugar que só Deus sabia onde, Baekhyun estava sendo observado, Namjoon provavelmente já havia percebido minha ausência. Eu não estava em momento do qual podia barganhar minha liberdade.











(Autora: Demorei mas cheguei, desculpa a demora :( boa leitura.)

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