Capítulo 46

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Volto para a escola e vou em direção a sala de aula esperar a campa bater. O resto das aulas se passou em um piscar de olhos e eu agradeci por isso. Já na hora da saída, sou a última a sair da sala e, como sempre, estou na companhia de Baekhyun.

Atravessamos os enormes corredores e escadas da escola conversando mas eu não estava realmente focada na conversa. Chegando no portão principal me escoro na mureta e espero por Namjoon, com Baekhyun ao meu lado.

BK: Hey! Você está muito quieta. Aconteceu alguma coisa de errado?- Ele fala se apoiando no muro ao meu lado.

EM: Não aconteceu nada de mais...- Eu falo olhando para o final da rua a procura do carro de Namjoon.

BK: É por causa da Sunmi, certo? - Ele advinha e eu abaixo a cabeça confirmando.- Yah, eu queria saber como alguém que já te fez tão mal consegue a sua compaixão. 

EM: Meu coração é bom, okay? Não tenho culpa. - Eu dou de ombros fazendo Baekhyun rir.

BK: Princesa, só não se preocupe muito, ta bom? Talvez não seja nada grava e ela só quis tirar alguns dias de férias da escola.- Ele fala ao acariciar o topo da minha cabeça me fazendo sorrir.- Seu sorriso é lindo.

EM: O-obrigada...- Falo um pouco baixo e Bae solta uma risada anasalada.- Idiota.

Ouço um ronco alto de motor e olho para onde o som vinha e percebendo, logo em seguida, uma Ferrari preta estacionando a nossa frente. Me viro para Baekhyun e vejo que o mesmo estava boquiaberto com a máquina parada diante de nós dois.

Em fração de segundos, vários alunos estavam parados cochichando ou até mesmo tirando foto do carro, como se nunca tivessem visto um carro na vida. De repente, as janelas do veículo se abaixam lentamente para revelar o seu dono. 

Já totalmente abaixadas, eu consigo ver o rosto de seu dono, e para a minha surpresa, eu o conhecia bem. Namjoon sorri mostrando todos os dentes e sobe o óculos um pouco para me olhar melhor, não sei o porquê, mas não consegui proferir nenhuma palavra.

NJ: Você está esperando há muito tempo? Me desculpe, se me atrasei. Vamos?- Ele fala e eu concordo ainda boquiaberta. Namjoon aperta um botão no painel e a porta ao meu lado se abre lentamente. 

Me viro para trás e vejo Bae se afastar, não sei, mas me senti incomodada quando percebi que ele não iria olhar para trás. Assim que saio de meus pensamentos, vejo que todos os alunos me olhavam estranho, e até mesmo, apontavam algumas câmeras para mim. Reviro os olhos e entro rapidamente no carro, me sentando ao lado de Namjoon.

NJ: Está tudo bem? Parece meio triste.- Ele vira o rosto para mim.

EM: Não é nada.- sorri fraco para ele.- Nam, nós podemos ir a um lugar antes de voltar para casa?

NJ: Podemos, claro! - Ele liga o veículo que ganha vida com um ronco alto.- Onde será o nosso destino?

EM: Aqui.- Pego meu celular, coloco no GPS a localização e em seguida mostro para Namjoon.- É a casa de uma... Amiga minha. Ela tem faltado esses dias e fiquei meio preocupada.

NJ: Tudo bem, mas não podemos demorar.- Ele começa a dirigir se guiando pelo aparelho.- Tenho que fazer algumas coisas sobre a gangue.

EM: Nam, quando eu fizer dezoito anos, tudo o que era do meu pai vai passar para mim?- Ele afirma com a cabeça mas sem desviar a atenção da rua.- Inclusive a gangue?- Ele para no sinal e me olha.

NJ: Sim. Meu acordo com seu pai era que eu ficaria responsável por tudo enquanto você fosse menor de idade.- ele deu de ombros.

EM: Nam, eu não posso ser uma líder de gangue. Principalmente se essa gangue for a Devil Soul's!- Namjoon voltou a dirigir assim que o sonal abriu.

NJ: Qual o problema? Eu posso te ensinar a lidar com tudo.

EM: Namjoon, não sei se lembra, mas sua gangue é a mais perigosa da cidade!- Eu falo e ele afirma com um sorriso orgulhoso nos lábios.

NJ: Se acalme, Eun Mi. Eu vou lhe ajudar! Você tem a mim e aos meninos, não vamos lhe deixar sozinha. Nunca.- Essas palavras de alguma forma conseguiram me reconfortar e eu sorri brevemente.

EM: Então eu acho melhor você ir me ensinando logo. Não falta muito para os meus dezoito.

NJ: Quando é seu aniversário, Eun Mi?- Ele perguntou de repente.

EM: Dia vinte e cinco de outubro.

NJ: Nós estamos em julho, certo?- Eu afirmo com a cabeça e ele sorri de lado.- Ótimo, então temos muito tempo para te ensinar.

Não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim e também não sabia se queria ser líder de um gangue. Suspirei fundo e me ajeitei no banco de couro, olho para a paisagem do lado de fora e me afundo em vários pensamentos.

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