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É, senhoras e senhores,
a garota que voz fala está
ficando biruta de vez.⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
Eu estava andando em direção à amurada do barco quando ouvi a voz pela primeira vez, no começo era apenas um sussurro, daquele tipo que faz você pensar que está ouvindo coisas ou ficando louca. Como a bela idiota que sou, apenas ignorei, pensando ser o estresse ou o simples som do vento passando por nós.
Não, sua grandíssima imbecil, desde quando vozes na sua cabeça são apenas o vento? Porra Verônica, assim não tem como te defender ── No caso, me defender. Tenho de parar com essa mania estúpida de falar de mim na terceira pessoa, parece coisa de doido ──.
Sabe, não foi nada como nos desenhos animados, onde existem um anjinho e um demônio no ombro do personagem, dando sábios conselhos sobre o que ele deve fazer. Obviamente seria algo menos útil, claro. A frase, na realidade, tinha apenas quatro palavras que foram ininteligíveis na primeira vez. Só quando me aprocimei o suficiente do jururu Garoto em Chamas que entendi o significado delas:
Mate o grego, garota. Dizia a putinha ── ops ──, quero dizer, voz. Era algo novo e ao mesmo tempo familiar, comos se já houvesse ouvido antes, emboratenha esquecido de onde.
E, como nunca descemos tanto num poço que não possamos cavar mais um tiquinho, outra voz diferente completou:
Isso, mate o filho de Hefesto!
É, senhoras e senhores, a garota que voz fala acabou de ficar biruta. Caducou, fumou pó de flu, tresloucou, enfim... ficou zureta de vez.
Esse é o triste fim de uma pseudo heroína em ascensão.
Só que, dessa vez, eu realmente lembrava de onde conhecia o timbre meio rouco e meio rosnado.
O Deus das Pancadarias, dos Barracos e dos Quebra-Paus. A divindade doadora de esperma, a criatura acéfala ou, como me refiro em raras vezes: Ares, o meu adorável papai.
Puta merda, com tantos deuses para ouvir na minha cabeça, precisava logo ser ele? Sério, eu sei que essas palavras são amaldiçoadas e tudo mais, mas acho que não teria como piorar nem se as parcas quisessem. Por qual motivo simplesmente não ouço a voz de Atenas? Quem sabe Afrodite ou Apolo... estou até mesmo aceitando Hera, aquela corna maldita.
Mate ele, mate todos os gregos. Essa era a B1 outra vez. Se eu precisasse chutar, diria ser a voz do Barraqueiro Romano. Marte, minhas aulas com Dory não foram completamente inúteis.
Não escute o outro, mate ele e depois mate todos os romanos. Rebateu o B2.
Então os dois idiotas começaram a discurir, usando minha cabeça como ringue para a briga sem sentido dos Doadores de Espermatozóide. Com direito a efeitos sonoros de tiros, porrada e bombas. Era como estar num dos filmes de ação onde tudo explodia o tempo todo.
Contive um gritinho bem vergonhoso ao me assustar com o barulho do que parecia um canhão estourando, seguido por outra explosão.
── Juro que vou matar o próximo idiota que explodir alguma coisa. ── grunhi irritada, talvez um pouco alto demais.
── Achei que você fosse anti-violência, Tomatinho.── Rebateu o Garoto em Chamas, com toda a confusão na minha mente sequer percebi ter chego tão perto dele. ── Ao menos eu espero que me mate de uma maneira não tão vergonhosa.
As vozes continuaram berrando na minha cabeça, o eterno hino de morte, sangue e barulhos irritantes. Alguém, por favor, sabe me dizer como fazer o pai e a contraparte romana do pai calarem a boca? Deve ter o botão de desligar em algum lugar.
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𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZ
أدب الهواة・.。.:*・Verônica adorava sua vida, aos quinze anos possuia tudo que uma garota da sua idade sonhava. Tinha pais carinhosos e amigos, uma cobertura enorme numa área rica da cidade e mais roupas do que poderia vestir. Porém, quando teve de correr de um...