XXIII.

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Um sátiro pirado,
um velho maluco e
o sofá confortável

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Acho que todo semideus já pensou como morreria, seja em ataques de monstros ou qualquer maluquice, eu não fui diferente. Mas nem minha cabecinha maluca poderia imaginar o que realmente aconteceu…

Eu estava no meio de um ótimo sonho envolvendo promoções de sapatos quando gritos estridentes soaram naquela sala gigante. Sim, nem dormindo eu tenho paz.

A luz forte do sol me deixou cega e desnorteada por bons segundos, mesmo assim, num ato totalmente instintivo — crédito ao sangue divino nas minhas veias — agarrei o chicote — a qual dormi agarrada sem perceber — e levantei num gracioso pulo.

Não pude me impedir de rir ao ver o bode — Hedge ou seja lá como chamam o sátiro — correndo de um lado a outro destruindo toda a mobília com o bastão de baseball, numa versão pitoresca da Arlequina. Por um momento, lembrei de Mike McMillan — um dos amigos estranhos que fiz no acampamento — e seu fiel taco rosa: Weasley.

Diferente de Judy, que usava calças em todas as ocasiões, o megalomaníaco não via problemas em exibir a bunda peluda e andar pela casa sem nenhuma roupa de baixo.

Constrangedor e cômico na mesma medida, eu diria.

Ainda é cedo para chamar o controle de animais?

— Você é o garoto novo! — dizia o cabrito com problemas de raiva — Valdez, McLean… O que está acontecendo? E… di immortales! — a última expressão, que juro já ter ouvido os campistas dizerem em momentos ruins, saiu baixa na voz dele. — Você… quem é você?

Os olhinhos pequenos perderam a agressividade por alguns instantes, ele parecia me reconhecer durante poucos segundos e então… o tal treinador tirou a atenção de mim, gritando algo como “MORRA!” antes de correr até a gaiola com os venti.

Certo, mais uma das cenas bizarras dessa fanfic de merda a qual eu chamo de vida. Seguimos em frente.

Continue a nadar, nadar. Cantarolei baixinho enquanto os três patetas impediam o homem-bode de socar a gaiola que prendia os espíritos da tempestade.

Resolvi sentar outra vez no sofá, observando-os explicar a situação toda ao novo integrante da missão. Mal encostara minha gloriosa e linda bundinha no assento confortável antes de perceber uma informação importante.

As paredes, o chão, o teto e mesmo a mobília eram douradas.

Agachei perto da mesinha de centro, onde os restos dos nossos lanches estavam. No instante que aproximei meus olhos do móvel confirmei a teoria improvável, porém, tendo visto todas as maluquices dessa última semana… não duvido mais de nada.

Era ouro.

A casa definitivamente não era do batman, mas de algum maluco por ouro.

— Ei, perdedores. — Chamei os quatro, o das pernas peludas estava prestes a resmungar, provavelmente me mandar “morrer”. Fiz sinal para calar a boca e olhar ao redor.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora