XXVII.

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⊱⋅ ──────────── ⋅⊰"Controla esse teu fogo, Valdez"⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

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"Controla esse teu
fogo, Valdez"
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Não demorou muito para tudo ir à merda.

Embora isso não seja realmente algo muito incomum. As coisas darem errado virou praticamente uma rotina estranha, onde ninguém sabe qual desgraça vai acontecer no próximo dia — ou hora, levando em conta a nossa completa falta de sorte.

O apelido “Garoto em Chamas” nunca foi tão real quanto naquele calamitoso momento em que, bem, Leo ficou, literalmente, em chamas. Como e por quê ainda é um dos mistérios. A hipótese que Jason era, na verdade, uma ponte entre dois lugares desconhecidos e Percy provavelmente também estava envolvido nessa maluquice toda fazia sentido.

Parecia pura teoria da conspiração? Sim. Mas fazia muito sentido.

Eu poderia ter continuado a pensar nisso, ou me juntar a Garota Para-Raios e a Fogueira Ambulante na conversa sem sentido e cheia de informações sendo jogadas a torto e direito, caso a ponte de névoa e gelo não tivesse simplesmente se desfeito sob os pés de Leo.

Em um momento, estavamos os quatros debatendo sobre algo. No outro, Valdez soltava fogo pelas ventas e derretia os degraus capazes de impedir nossa queda em direção à morte.

Bendito fosse as aulas de ginástica que me deram bons reflexos, e bendito fosse o DNA do Deus das Porradas pela força incomum que aparecia nos momentos de perigo — é o mínimo, visto que eu só estou em perigo por ser filha dele.

A cena do gelo sumindo e o garoto caindo passou em câmera lenta na minha frente, quando percebi, a unica coisa evitando a morte certa dele eram duas mãos segurando seu braço esquerdo. As minhas mãos segurando seu braço. Chiei de dor baixinho no instante que percebi o calor nada natural da pele dele.

Era quase como tirar uma forma de bolo do forno, só que sem usar luvas.

— Controla esse teu fogo, Valdez. — a frase saiu baixa, lembrando muito um rosnado.

Pensei que ele não poderia ouvir as palavras com o vento rugindo tão forte ali, porém, o Garoto em Chamas pareceu entender o problema de estar segurando alguém tão quente. Para a minha sorte — e das minhas pobres mãozinhas queimadas —, a temperatura na pele baixou pouco a pouco, apenas o suficiente para ser suportável segurá-lo.

Bom, suportável é exagero. A pele ainda ardia e, ao contrário do imaginado, o Duende Latino pesava bastante. Eu diria menos excruciante.

Felizmente, Dory conseguiu mandar um dos seus ventos para levantar o outro. E, de uma maneira apavorada e nada confortável, continuamos o caminho entre as nuvens hora correndo desesperadamente, hora dando solavancos nas correntes de ar.

Não foi, nem de longe, a parte mais confortável do dia.

Quando finalmete pus meus pézinhos na ilha flutuante, tive de conter a imensa vontade de beijar o chão pela alegria de pisar em algo realmente sólido. O lugar em si era bonito, com seus muros de bronze, portões altos e o caminho feito em pedrinhas lilás. As colunas brancas formavam um círculo a nossa frente, o estilo grego parecia uma versão cheia de satélites dos monumentos de Washington D.C..

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora