EXTRA I

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Notas: Esse extra se passa, cronogicamente falando, entre o capítulo 6 e 7, quando Leo, Piper e Jason ainda não haviam chegado no acampamento.










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Wesley, o taco de
beisebol rosa
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E mais uma vez estava acompanhada de Mike, o filho de Hermes que adorava surrupiar coisas alheias.

Na realidade, não conseguia entender o porquê de ainda falar com ele, no dia que cheguei no acampamento ele tentou me roubar enquanto eu dormia. Acabei acertando uma frigideira na cabeça dele e, dessa maneira, começamos uma amizade estranha e improvável, onde ele tenta roubar minhas coisas e retribuo esse “gesto de amizade” xingando o garoto das formas que posso.

Existe amizade mais perfeita? Existe, mas não presta não.

Brincadeiras à parte, Mike é o único além de Judy que aguenta meus surtos sem sentido e tem paciência necessária para explicar o funcionamento desse lugar bizarro. Além do mais, gostamos de falar mal dos nossos pais divinos juntos enquanto olhamos as ninfas trabalharem nos campos de morango.

Desde anteontem pela manhã as coisas andam diferentes por aqui, o sumiço do tal Percy abalou cada um dos campistas e o maior multidão já visto está empenhado em descobrir o paradeiro do garoto fujão, numa verdadeira operação “procurando Nemo”, literalmente.

Trocadilhos idiotas efetuados com sucesso, pegue seu biscoito e fique quieta, Verônica.

Fora os sonhos estranhos que tinha, os outros semideuses diziam que isso era algo comum para nós. Mesmo assim, passava horas tentando entender o significado das coisas que me diziam.

Com meu queixo apoiado nos joelhos, abraçando  minhas próprias pernas numa posição quase fetal, sentia o vento salgado vindo do mar balançando os fios alaranjados. Vez ou outra tinha de soprar alguma mecha insistente que atrapalhava minha visão.

— Vai ficar ai, fingindo que tá numa cena depressiva de um clipe musical triste? — o McMillan resmungou enquanto fazia pedrinhas quicarem sobre as ondas.

— Se espera que eu fique feliz enquanto tem um maluco desaparecido, você é mais estranho do que eu tinha em mente, Coisinha. — peguei de sua mão um pedra, repetindo seu gesto de arremessa-las. — Acho que acabei de inventar um novo apelido pra você.

— Percebi. — ele me olhou com falsa indignação. — É menos pior do que Ladrãozinho de Merda.

— Discordo, Coisinha é algo genérico, muito bom, mas ainda sim genérico. Ladrãozinho de Merda é um clássico e deve ser eternamente lembrado como o "melhor apelido já dado para alguém".

OMAJDPA. — franzi o senho em dúvida. — Esse negócio de ‘o melhor apelido’ e blah, blah, blah é grande demais, só comprimi nessa sigla.

Nos encaramos por algum tempo, o sorriso travesso estampado no rosto fino. Repensava mentalmente os motivos de ter escolhido essa criatura como amigo, as vezes parecia que seu cérebro conseguia realizar apenas funções básicas para a sobrevivência de qualquer ser vivo. Imitando a maneira como estava sentada, ele puxou as pernas na direção do peito e apoiou a cabeça nos joelhos ossudos.

Deixei os pensamentos vagarem para o desaparecimento do namoradinho de Annabeth, como ele havia sumido daqui assim, sem mais nem menos? Esse lugar deveria ser seguro, uma espécie de refúgio onde estaríamos livres de preocupações maiores que lutar uns com os outros e fugir de um dragão descontrolado do chalé 9.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora