XIII.

5.5K 638 1.4K
                                    

⊱⋅ ──────────────── ⋅⊰

Se vocês entenderam o que
aconteceu   nesse   capítulo,
me  contem, porque eu não
faço a menor ideia

⊱⋅ ──────────────── ⋅⊰




Caminhar com Leo por um lugar escuro e frio não parecia uma boa ideia, ainda mais pelos saltos da minha bota afundarem na neve fofa a cada passo.

Paranóia minha ou não, todo aquele cenário indicava que coisa boa não ia acontecer. Entenda, é muito mais do que apenas uma implicância boba, se tem uma coisa que aprendi nos últimos dias é a acreditar naquela sensaçãozinha estranha que cresce no meu peito. Já diziam meus irmãos mais experientes: significa encrenca.

Quando me ofereci para acompanhar o Elfo Latino, foi puramente na intenção de deixar Dory e a mebro da tribo dos Lobos de Crepúsculo tendo uma inocente interação. Mas agora, encontrando o dragão caido sobre os destroços de vários banheiros químicos, penso se realmente valeu a pena todo esse esforço.

Isso que dá querer fazer uma boa ação Verônica, você só se fode.

A maldita neve continuava a cair, deixando o ambiente ainda mais frio. Acho que depois dessa missão nunca mais vou querer ir para lugar nenhum com neve, talvez convença meus pais a nos mudarmos para à Califórnia, ou Miami, lá não costuma fazer muito frio.

Nossa sorte foi que os banheiros químicos estavam desativados, mesmo assim, o cheiro não poderia nem ser descrito. Me lembrava muito minha professora de latim, que cheirava à cigarro e estrume. Bom, nada muito relevante para o momento da missão, já que a maldita provavelmente estaria sentada num tapete fedido tomando vinho barato enquanto eu tentava não morrer.

Veja só a que ponto cheguei, estou sentindo inveja da velha decadente.

Vai ver eu seja a decadente dessa história.

Aparentemente na queda os dejetos e Festus explodiram, o dragão não parecia muito danificado e o fogo já tinha parado. Leo, numa clara demonstração de imbecilidade, subiu na carcaça quente, checando o autômato. O que fiz? Procurei uma pedra saliente e resolvi sentar enquanto esperava-o terminar o trabalho, não sem antes checar se havia algum resquício de cocô antigo nela.

— Ei, eu estava falando sério sobre as balas de menta, sabia? — gritei para ele, o garoto resmungou algo e tirou do cinto um pacotinho verde, jogando-o para mim.

Abri as embalagens, colocando duas balinhas na boca enquanto balançava as pernas de forma impaciente. Queria que Judy estivesse aqui, mas a sátiro estava junto do primo, Grover, — o qual ainda não consegui conhecer pessoalmente — procurando incansavelmente o Baiacu. Até Mike, com sua mania escrota de roubar as minhas coisas, seria bem-vindo, entretanto ele também estava a mais de mil quilômetros de distância.

Perdi o foco dos pensamentos — o que era bem comum para mim — quando vi uma enorme labareda cobrir parte do Festus. Levantei num sobressalto caminhando até o filho de Hefesto.

— Perdedor? — perguntei, a fumaça se dissipou, mostrando a silhueta magra e tensa ali. — Que caralhos foi esse?

— Cara, esqueci completamente dela. — sussurrou baixinho, apenas escutei por estar perto. — Tive que usar o maçarico, pra, hum, quebrar o gelo.

— Esse maçarico ai é forte, ein? — ele estava nervoso, confesso que poderia rir da maneira afoita dele mexer nas engranagens soltas. — Não me importo, na realidade, acho que a única coisa que eu me importo no momento é em comer alguma coisa. Tem mais alguma coisa comestível nesse seu cinto? Talvez umas barrinhas de cereal, mais um ou dois daqueles sanduíches…

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora