LXVII

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Verônica, princesa
encantada em seu
cavalo branco e
inimiga número um
da Luiza Mel
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Dizer que o clima no museu estava caótico era um grande eufemismo da minha parte.

Acredite em mim, se acha que turistas são naturalmente confusos e perdidos, você nunca viu turista confusos e perdidos inseridos em uma confusão de proporção greco-romana. Era como estar no meio de um daqueles filmes de catástrofes naturais, onde os personagens tem de correr para se encontrar em meio a milhares de pessoas que correm em sentidos completamente opostos.

Eles, por causa da névoa e sei lá mais o que, não deveriam estar focados em adolescentes usando armadura e brandindo espadas como um bando de malucos. Mas acho que mesmo a névoa deve ter seus limites, porque eles ainda pareciam apavorados com algo.

(Talvez com o barulho do canhão de guerra centenário que ouvi disparando ao longe, antes mesmo de entrar no forte).

O mais incrível, talvez, fosse a maneira como nenhum deles juntava o tico e o teco e pensava na brilhante ideia de seguir as placas vermelhas que obviamente indicavam a maldita saída. Não, claro que não. Não pense que as coisas aqui não foram feitas especialmente para acabar com o pouco que me resta de saúde mental e adicionar um pouco de drama sem sentido.

Bando de turistas desgracados. Da próxima vez escolham caminhar num shopping e não num forte de guerra, quem sabe assim vocês não tenham problemas.

(Ou talvez sejam perseguidos pela vendedora e seu buldogue apocalíptico, assim como eu fui)

Mas, reclamações a parte, devo dizer que teria adorado dar uma voltinha nesse museu em qualquer outro horário. Seria um programa de casal bastante agradável quando seu namoradinho é um maluco por máquinas e, principalmente, quando eu mesma perdi as contas de quantos possíveis cenários agradáveis e bem iluminados para fotos passei nessa corrida até o epicentro da confusão.

Ah, eu cheguei a comentar sobre os fantasmas barra zumbis confederados que se espalhavam como pragas egípcias por aqui? Acredito que não.

Pois então, eles estão aqui aos montes e, adivinhem? Não parecem ter ido muito com a minha fuça ── oh, deuses, que grande novidade! ──. Acho que tem a ver com ser grega e os caralhos a quatro. Obrigada por nada, paizinho divino, como sempre facilitando minha existência.

Ao menos Ares pode dizer que foi uma pessoa presente nos meus momentos mais difíceis, afinal, noventa por cento deles foram influenciados negativamente pelo Barraqueiro do Bairro.

A regra é clara: se não pode ajudar, atrapalhe.

Se eu soquei dois ou três desses filhos da mãe, aí já é assunto para outra história e não vem ao caso agora. Na próxima encarnação eles pensam melhor do que se meter em guerras aleatórias e, principalmente, escolhem o lado menos filho da puta para lutar.

Marte resmungava no fundo da minha mente, estranhamente parecido com um velho ranzinza, a cada vez que via os malditos confederados. Algo sobre a guerra passada a qual, sinceramente, ignorei pelo meu próprio bem estar. O posicionamento dos romanos na guerra civil era, para falar o mínimo, bastante desagradável e, se posso dizer isso, meu consolo é de que Ares estava no lado menos filho da puta. Marte, por outro lado... Bom, que decepção. Eu até simpatizava um tiquinho com a versão rebuscada do doador de esperma.

E, devaneios a parte, eu gostaria de dizer que encontrei os três patetas rapidamente em meio a confusão, mas seria um pouco tendencioso da minha parte. A verdade verdadeira foi que, na realidade, Frankiezinho, em sua forma de... lontra marinha? Ou qualquer que fosse o bicho, quase acabou por me atropelar em meio a um salão repleto de idosos que deveriam comprar roupas na mesma loja que o tio Max, de Ben 10. A maneira como ele deslizou pelo piso para chegar até mim seria cômica, se não estivéssemos no meio de um pandemônio.

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⏰ Última atualização: Sep 21 ⏰

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𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora