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caráter duvidoso,
inteligência questionável
e beleza mediana
⊱⋅ ───────────── ⋅⊰Mal pisei meus lindos pezinhos no Argos antes de ouvir Annie gritando ordens a torto e a direito como uma bela capitã. A corrida até aqui tinha me deixado levemente ofegante, mas pelo visto isso não era uma desculpa boa o suficiente para descer as escadas e ir para o meu quarto dormir por quinze horas seguidas, o que só mostrava o quão tóxico era esse ambiente.
── Piper, desça. Use a pia da cozinha para mandar uma mensagem de Íris. Avise Jason para voltar! ── A Bonitinha, provando que ainda tinha sanidade, assentiu e saiu correndo, sem querer irritar Annabeth naquele momento ── Percy... você, Verônica e eu temos que levar este navio para o Forte Sumter.
Ela olhou para mim, apontando o painel de controle cheio de botões, enquanto empurrava o namoradinhod dela na direção do mastro. Pelo visto nós duas dividiriamos o leme, o que, bem, considerando que eu passava boa parte do meu tempo livre apoiada nele vendo o Ferreiro Mirim trabalhar, fazia sentido.
Acho que nós duas poderíamos fazer um trabalho até decente controlando essa geringonça de cinquenta toneladas.
Ah, outra atividade para pôr na lista de merdas que você não deveria deixar um adolescente fazer, mas que por motivos de fim de mundo eminente são permitidos. Essa lista tem crescido bastante nos últimos dias, pelo visto. Nesse ritmo, vai acabar virando logo um livro.
Enquanto eu e a Loirinha apertavamos botões a torte e a direito e fingiamos saber o que estavamos fazendo, o Baiacu fazia, com alguma magia de filho de Poseidon, as cordas desenrolarem e a ancora subir, tudo isso em uma velocidade quase absurda e inacreditável. Festus, por outro lado, deixava sua contribuição na forma de labaredas de fogo nas adoráveis aves romanas que circulavam nosso barquinho como urubus em cima de carniça.
Era uma visão e tanto, eu diria. Digna de um daqueles quadros renascentistas que ficam em museus. Seria uma imagem dramática, diria. Um pinguinho cômica, se você fosse analisar com calma o momento em que Judy ── aquela cabrita dos infernos ── apareceu juntamente de Hedge ── outro cabrito dos infernos ──, ambos vestindo pijaminhas e com cara de quem passou as últimas horas aproveitando o balanço do mar para tirar um cochilo, enquanto o resto de nós enfrentava todo tipo de inferno diferente.
── Sério? Vocês tavam dormindo esse tempo todo? ── não contive minha indignação, apertando um botão com força a mais e ouvindo Festus bufando em protesto pelo apertão na máquina.
── Em primeiro lugar, a gente tava vendo um filme. ── disse a cabrita, observando o cenário como se fosse tudo parte da rotina matinal dela, o cenho se franzindo daquela forma que a faria ter rugas terríveis em alguns anos. ── Em segundo, se for pra reclamar, reclama com a tua mãe. Foi ela quem teve um filho com um cara de caráter duvidoso, inteligência questionável e beleza mediana e te meteu nessa merda.
Beleza mediana?! Gritou B1, no mesmo momento em que B2 brandava: Inteligencia questionável?
Ao menos nenhum deles teve a pachorra de questionar a parte do caráter duvidoso.
Suspirei, sabendo muito bem que ela tinha quebrado qualquer argumento que eu pudesse usar com a última fala. Por outro lado, lembrei de enviar uma nota de repúdio a minha mãe pelas suas péssimas escolhas de vida. Sair com Ares era, de fato, fim de carreira. Ela teve sorte de que os deuses não tenha DNA e, assim, eu pude nascer perfeitamente maravilhosa como sou.
Deuses me livrem puxar ao Barraqueiro do Bairro.
Depois do que pareceram horas, mas na verdade foi menos de um minuto, Annabeth e eu conseguimos acertar e acionar todos os mecanismo necessários para fazer essa geringonça ── que Leozito não me escute! ── funcionar.
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𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZ
Fanfiction[em pausa] ・.。.:*・Verônica adorava sua vida, aos quinze anos possuia tudo que uma garota da sua idade sonhava. Tinha pais carinhosos e amigos, uma cobertura enorme numa área rica da cidade e mais roupas do que poderia vestir. Porém, quando teve de c...