XXXIV.

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Não, eu não uso drogas, são
apenas os efeitos colaterias
de ser filha de Ares
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Eu me sentia como a mocinha burra num filme de terror barato.

Esse lugar gritava em placas neon "Perigo, morte na certa!" e mesmo assim nós continuávamos andando mais e mais para dentro.

A casa — ou mansão — tinha formato de U, deixando um enorme espaço vago em seu centro, uma pscina vazia ficava ali. Dentro dela, onde deveria estar a água, duas espirais de pedra e raízes subiam no chão. Os tamanhos delas eram diferentes, a maior delas exalava uma presença forte, e entre as raízes consegui ver relances de um corpo grande, com ombros largos, peito e braços fortes o suficiente para explodirem nossas cabeças apenas usando as mãos. A construção se erguia, apenas dois ou três centímetros por minuto. Ainda sim, não acho que queira pagar para ver o tipo de criatura a qual sairia desse casulo.

No outro lado, parecendo infinitamente menos perigosa mas muito mais protegida, estava quem supus ser a bendita Hera — ou a maluca que nos enfiou nessa missão —. Confesso ter ficado decepcionada com ela. Deusas deveriam exalar poder, certo? Hera definitivamente passava por uma mulher qualquer, entre seus cinquenta e sessenta anos, usando roupas pretas de viúva e um xale brega. Pelo rosto enrugado, percebi que as deusas definitivamente não conhecem os produtos Ivone.

Hola, Tía. — eu realmente adoro quando Valdez fala espanhol, mesmo não entendendo bulhufas. — Está com algum problema?

Tive de conter a risada, confesso. Na minha defesa, a cara de ultraje da divindade foi impagável.

— Não fique olhando como se eu fosse uma das suas máquinas, Leo Valdez. Tire-me daqui! — então, os olhos irritado viraram para mim. — Não ouse rir de mim, Verônica Beauregard!

— Você definitivamente precisa relaxar um pouco, vovó. — Ela não gostou muito de ser chamada assim. Ótimo! Vou continuar. — Estresse causa rugas.

Então, como se a nossa situação não fosse, no mínimo, péssima, vovó Hera e titia Thalia resolveram ter uma lavações de roupa suja aqui. Algo envolvendo vacas raivosas e estátuas derrubadas nas pernas de alguém. Me lembrava vagamente de tia Victória e papai brigando no almoço de natal na casa dos meus avós paternos — os avós mortais, quero dizer.

— Essa gente é completamente doida. — Leo comentou, observando a discussão cada vez mais intensa.

— E eu sinto que não vimos nem a metade ainda.

Tentei voltar a prestar atenção na conversa quando a garota relâmpago saiu, indo ajudar as amiguinhas donzelas a matar monstros — é mesmo uma pena que elas não possam namorar, eu adoraria me candidatar a caçadora.

— O que é aquilo? — Desmemoriado apontava a outra cela, maior e mais densa, onde a criatura infernal estava.

Se eu pudesse chutar, diria que é o cara que vai ferrar com as nossas vidas.

— Aquilo, Jason, é o rei dos gigantes renascendo. — Não disse que era o cara que ia ferrar nossas vidas? — Porfiríon, o mais forte de todos. Gaia precisava de poder para erguê-lo... o meu poder. Estou ficando cada vez mais fraca, minha essencia o ajuda a se reerguer em uma nova forma.

— Você é uma espécie de incubadora? Ou de fertilizante. — o olhar dela na direção do Garoto em Chamas parecia prometer uma morte nada agradável.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora