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Onde estão os outrosperdedores?
Nadando na lagoinha?
⊱⋅ ──────────── ⋅⊰Uma noite inteira se passou desde a fogueira, e ainda tento entender porquê diabos me ofereci nessa droga de missão suicida. Quais pensamentos estranhos que passaram nessa minha cabecinha desmiolada para falar tudo aquilo?
Mortes e sofrimentos? Monstros e criaturas malignas? Ira de Hera? Ótimo! Vou me oferecer.
Tudo bem, eu não me ofereci realmente, apenas disse sobre poder me encaixar naquela dita parte da profecia. Entretanto, o aprendiz de Dory achou apropriado escolher a mim para acompanha-lo nisso tudo. A pior parte foi os olhares de todos, mal tive tempo de negar o convite e dizer “Deixa para lá, amigo, erro meu. Na verdade me chamo Dolores e, acredite, ninguém quer uma acompanhante de missão com esse nome, sabe? Significa, literalmente, dores." Os campistas resolveram suspirar aliviados por livrarem as próprias bundas.
Menos os meus irmãos, eles odiaram ter a mim representando o nosso chalé. Errados eles não estão, nem eu mesma confio em mim.
Por essa insensatez, agora estou arrumando minhas roupas num montinho, e colocando cada uma delas dentro da estranha mochila que um dos filhotes de Rambo deu-me. Aliás, qual a paixão dessa gangue de motoqueiros por coisas vermelhas e pretas? Certo, as cor da bolsa é a última das minhas preocupações.
Depositei dois casacos dos mais pesados, algumas peças de roupa, a tal ambrosia e néctar, pente e outras coisas indispensáveis como…
— Saltos altos? — Clarisse parecia indignada, fiquei confusa.
— Sim — continuei enfiando as coisas ali dentro. — Se for para morrer, ao menos morro bonita. Imagina? espero entrar nos domínios de Hades minimamente apresentável, nem que seja para ficar na danação eterna.
Alguns bufaram, outros bateram na testa, descrentes. Nenhum deles parecia acreditar na minha resposta.
— Você é uma patricinha imbecil. — a morena parecia séria, como quem dá um laudo médico e diz algo muito, muito ruim. Suspirou, derrotada. — Pegue isso, vão te ajudar a sair a salvo dessa missão, ou ficar viva pelo maior tempo possível. Leve a sério, isso é mais que apenas nossa reputação em jogo, Hera deve ser libertada, você não vai querer descobrir as consequências de falhar.
Ela empurrou várias armas na minha direção, facas, adagas, estrelas ninjas, uns negócios estranhos que desconheço o nome e, por fim, uma lança com metade da minha altura. Exagerada? Provavelmente.
— Esse é o meu peso em armas — afirmei. — Para quê tantas? Já tenho o suficiente. — apontei meu escudo e chicote, devidamente separados sobre a parte inferior do beliche.
— Lição 1 do chalé: armas nunca são em excesso. — ela abriu mais a mochila, colocando cada objeto ali.
Como tudo aquilo entrou ali era um mistério. Mas lembrei da cadeira de rodas usada por Quíron, resolvi ignorar esse fato e seguir em frente. Continue a nadar, continue a nadar. Cantarolei baixinho, contrastando com o rock pesado habitual da cabana.
Segurei as alças largas, botando-as envolta dos ombros e estranhando o quase inexistente peso. Bom, algo de vantagem esse lugar deveria ter. Talvez possa usar as bolsas daqui quando for no shopping, Judy adoraria poder carregar menos peso para mim. Decidido! Na próxima oportunidade vou encher a mochila de roupas novas.
Prestes a passar pela porta lembrei de uma coisa importante, rodei sobre os pés voltando à beliche que dormia todas as noites. Abaixei tateando o chão sob a cama, encostando no cabo de metal gelado e um tanto empoeirado da frigideira pega a alguns dias e a fita rosada de ginástica. Abri o zíper, afofando elas junto das roupas e outros trambolhos.
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𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZ
Fanfic・.。.:*・Verônica adorava sua vida, aos quinze anos possuia tudo que uma garota da sua idade sonhava. Tinha pais carinhosos e amigos, uma cobertura enorme numa área rica da cidade e mais roupas do que poderia vestir. Porém, quando teve de correr de um...