LVI.

1.9K 265 246
                                    


⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
O bad boy supremo e
sua patricinha oficial
Ou

Onde descobrimos que
B1, as vezes, tem bom
senso

⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

Minha avó sempre disse que existia uma linha muito tênue entre a loucura e a genialidade, se isso é verdade ── e eu acredito que sim, porque, bem, foi vovó quem disse ──, Leo Valdez provavelmente é o maior génio do mundo.

Se fosse em qualquer outro momento, eu riria da maneira como ele arregaçou as mangas da camisa, passou óleo de motor no cabelo e pôs um óculos de soldador no rosto ── no fim, acabamos decidindo que o dele era melhor do que o meu óculos de sol (Leo ficava parecendo uma perua mocoronga com eles) ──, mas a situação em si era tão estranha que resolvi apenas abraçar o roteiro e seguir em frente com o plano.

Aproveitei os poucos momentos nos quais a Cachinhos Dourados desenhava uma tatuagem falsa com caneta permanente nele para tirar da bolsinha ── que sempre carrego ── o batom vermelho cereja e o pó compacto que vinha com um espelhinho muito útil em momentos como esse. Retoquei o batom, passei um pouco dele nos dedos e apliquei nas bochechas, como se fosse blush. Com cuidado, escrevi um I ♡ Leo numa das bochechas, me sentindo estúpida e muito boiolinha ao mesmo tempo por fazer isso.

Que decadência, Verônica. Que decadência.

Soltei o cabelo, desembaraçando os fios com os dedos e tentado fazê-los parecerem algo melhor do que estava antes. Quando terminei minha arrumação rápida, sorri para mim mesma através do espelhinho pequeno.

Nêmesis, aquela desgraça divina, pode falar qualquer coisa de mim. Inútil, estorvo, maluca... agora, feia? Nananinanão! Nem pensar. Como diria a música: Baby I got issues but I love myself

Hazel, coitada, não estava lá muito empolgada com a nossa onde de transformações e recusou veementemente usar ao menos um tiquinho do meu batom vermelho. Na verdade, ela estava quase chocada com a ideia de usar um. Suponho que seja por ter vindo da seca de quarenta e tudo mais. Eco, por outro lado, tinha uma leve animação nas feições semitransparentes.

── No que você está pensando? ── a única romana (e única alma sensata também), perguntou.

── Eu tento não pensar. Atrapalha se o que você quer é agir feito louco. Só se concentre em mover aquele bronze celestial. Prontas? ── o Garoto em Chamas, ou seria Garoto em Graxa?, falou. Ambas deram acenos exitantes com a cabeça. ── Não vou nem te perguntar, Tomatinho. Sei que deve ser fácil para você agir como se eu fosse a criatura mais incrível do mundo.

Revirei os olhos, internamente querendo continuar irritada com ele pelo episódio com Nêmesis e o fato dele ter se negado a aceitar minha ajuda num momento difícil, embora sabendo ser impossível.

── Já te falei que fiz uns oito anos de teatro? Pois é. ── dei de ombros, fingindo não me importar muito. ── Sou ótima fingindo.

Ele riu, passando o braço sobre meus ombros com certa dificuldade. Meus saltos me faziam estar alguns centímetros maior que o Piromaniacozinho.

── Sonsa. ── resmungou.

── Sonsa não. ── rebati, erguendo um dedo em riste. ── Atriz.

Um pigarreio enverhonhado veio de trás de mim, vendo a filha do planetinha com as bochechas rosas. Ela apertava a espada mortal entre os dedos, balançando uma das pernas como se estivesse constrangida.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora