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"Dois adolescentes repletos de hormônios se encarando feito idiotas apaixonados de filmes."
⊱⋅ ───────────────── ⋅⊰Enquanto Desmemoriado e o Garoto em Chamas ficavam na caverna conversando com a suposta irmã perdida de Jason, eu, o Bode Raivoso e a Bonitinha seguimos a outra caçadora — Phoebe, o nome dela. Carregar uma semideusa inconsciente pela neve era, sem dúvidas, algo extremamente complicado.
Mas, superando minha expectativas, a donzela eterna armou uma barraca enorme em questão de poucos minutos e, tão rápido quanto possível, estávamos confortavelmente sentados em pilhas de almofadas macias tomando chocolate quente. A McLean voltava a ter aspectos saudáveis, e mesmo eu não sentia mais o frio fazendo meus ossos tremerem como vara verde.
A caçadora nos observava com interesse cuidadoso, como se avaliando cada mísero detalhe nosso. Fiz o mesmo com ela, confesso. Mesmo aparentando ter menos idade que eu, Phoebe exalava confiança e uma aura muito mais velha. Tive curiosidade em perguntar quantos anos exatamente ela tinha.
“Nunca pergunte a idade de uma dama, é falta de respeito” resmungava minha avó sempre que eu tocava nesse tópico com ela. Desde que me entendo por gente as velas no topo dos bolos de aniversário dela exibem um número 40, embora ela seja claramente mais velha.
— Como derrubou aqueles lobos sozinha? — A garota quebrou o silêncio, perguntando.
Engoli um gole grande do chocolate quente em minhas mãos, pensando exatamente em como fiz aquilo. Girei a bolinha — que antes fora um anel de namoro — entre os dedos, ignorando o fato do objeto ter, literalmente, atravessado as tripas dos bichinhos raivosos. Dei de ombros antes de responder:
— Aparentemente, ser filha de Ares tem suas vantagens. — Disse, enquanto tirava um fio solto do meu casaco.
Não era uma resposta convincente, mas nem mesmo eu conseguia explicar exatamente como fazia aquilo. Fisicamente, deveria ser impossível entortar metal apenas com a força da mente e depois o fazer flutuar.
Ela ficou pensativa, levou o copo descartável aos lábios e depois jogou fora quando terminou de tomar o líquido. Andou até uma pequena mesinha, onde alguns papéis e mapas estavam espalhados — de onde saíram é um mistério — e puxou entre eles um cartãozinho pequeno. Era azul escuro como céu noturno, e cheio de pontinhos brilhantes similando estrelas — se observasse bem, poderia até mesmo vê-los piscando e movendo bem lentamente —, letras prateadas escreviam em grego:
“Caçadoras de Ártemis: junte-se a caçada e seja uma eterna companheira de Ártemis.
(Obs: Apenas garotas donzelas, relacionamentos não são permitidos. Leia as cláusulas contratuais com atenção.)”
— Ei, esse negócio de “relacionamentos não são permitidos” é uma regra absoluta ou relacionadas especialmente à garotos? — Phoebe franziu o cenho, confusa pela pergunta. — O que eu quero saber, é se trocam uns beijinhos entre vocês. Na brotheragem, claro.
— E o que seria brotheragem? — Deu alguns passos, puxando uma cadeira para sentar bem a minha frente.
Eu ia responder, mas a Bonitinha desconversou, perguntando algo sobre o chocolate quente. O Cabrito Megalomaníaco aproveitou a distração delas para enfiar o copo plástico na boca e mastigar, fiz careta para a cena, mas estiquei minha mão e ofereci o meu próprio para ele.
Bom, é uma ótima solução para o descarte de lixo.
Ignorei o restante da conversa, apertando o pedaço de metal retorcido entre os dedos. Perdi a noção de quanto tempo passei tentando fazer a bolinha voltar à forma original, para no fim não conseguir mexer sequer um milímetro daquela coisa. Aparentemente esses poderes só aparecem para salvar meu rabo dos perigos.
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𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZ
Fiksi Penggemar・.。.:*・Verônica adorava sua vida, aos quinze anos possuia tudo que uma garota da sua idade sonhava. Tinha pais carinhosos e amigos, uma cobertura enorme numa área rica da cidade e mais roupas do que poderia vestir. Porém, quando teve de correr de um...