X.

6.1K 655 784
                                    

⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
𝐠𝐢𝐠𝐨𝐥ô  𝐝𝐞  𝐪𝐮𝐢𝐧𝐭𝐚 ,

𝐨 𝐨𝐠𝐫𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐨 𝐡𝐨𝐪𝐮𝐞𝐢

  𝐞  𝐚  𝐞𝐥𝐬𝐚  𝐩𝐬𝐢𝐜𝐨𝐩𝐚𝐭𝐚 
⊱⋅ ──────────── ⋅⊰


Se todos os anjos eram assim, eu nunca quero ir para o céu.

As duas criaturas que nos pararam claramente tinham um parentesco, o boneco de neve que os pariu deve ter sido o mesmo. O maior parecia muito com meus meio-irmãos e quase, quase mesmo, perguntei a ele sobre a possibilidade de Ares ser seu pai. Ele tinha os mesmos hematomas sob os olhos e dentes faltando característicos dos filhotes de Rambo.

Só o que me faltava, voar centenas de quilômetros para encontrar mais parentes odiosos que querem me matar.

Não que o seu irmãozinho fosse menos pior, com aparência digna de filmes sobre discotecas e anos 80, parecia um galã fajuto com 50 quilos e acne no rosto. A camisa de seda — completamente fora de moda, diga-se de passagem — aberta no peito magro e cheio de pelos tão albinos semelhantes ao seu cabelo. Bom, ao menos já sei quem decidiu a horrenda decoração do castelo natalino.

Aliás, o acéfalo dos anos 80 realmente lançou uma piscadela estranha para Piper e eu? Nos entreolhamos, podia perceber que ela estava tão horrorizada quanto eu.

Vai quebrando, senhor.

A versão albina e alada dos meus companheiros de chalé disse:

— Proibido ultrapassar. — quer apostar como eles ainda vão tentar nos matar até o fim dessa noite?

— Vocês não aparecem no plano de voo. — o falso sotaque francês dele me dava nojo, tanto quanto aqueles fiapos de cabelo saindo do seu peito.

Urgh. Alguém deveria devolver essa oferenda ao mar.

O grandão perguntou ao irmão — que parecia o chefe dos dois — se poderia nos destruír, confirmando meus pensamentos de que sim, ele tentariam nos matar. E pela primeira vez, estou arrependida de ter calçado botas com saltos em vez dos scarpins — eu poderia arremessa-los. Festus bufava, soltando fumaça, prestes a fazer churrasquinho dos passarinhos.

— Espere! Vamos manter as boas maneiras, rapazes. Antes de mais nada, eu poderia saber quem terá a honra de me destruir? — Leo gritou.

Cherno e Byl resolveram deixar a ideia do picadinho de semideus para outra hora, o meu irmão perdido se chamava Calais, ou simplesmente Cal, e aquele garoto vestido de cafetão barato respondia como Zetes.

Calais e Zetes… já ouvi esses nomes?

— E as senhoritas… — outra vez a piscadela pavorosa para nos duas. — podem me chamar como quiser. Talvez queiram jantar com um semideus famoso antes de serem destruída.

A parte do “jantar” chamou-me a atenção, e a de ser “destruída” causou calafrios. Bom, ao menos poderia morrer com o buchinho cheio.

— Realmente é um convite adorável, vindo de alguém tão… — babaca, completei apenas para mim. — galanteador.

Descobri que os malucos não eram nenhum tipo de parentes meus — talvez primos de grau distante, aprendi rapidinho sobre o fato dos deuses passarem rodo em geral, até nos próprios filhos e irmãos — e, na realidade, eram apenas filhos do tal Bóreas.

Menos mal.

— Uma pena, minha querida… — América que me segure para não soltar a famosa frase. — Somos os guardiões do nosso pai. Então, as doces senhoritas entendem, não podemos permitir que pessoas não autorizadas sobrevoem nosso espaço aéreo em dragões decrépitos, assustando os mortais idiotas. A menos que esse seja um pouso de emergência… Cal! Vamos ter de matá-los.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora