XI.

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𝐯 𝐨 𝐜 ê  𝐪 𝐮 𝐞 𝐫  𝐛 𝐫 𝐢 𝐧 𝐜 𝐚 𝐫 

𝐧 𝐚  𝐧 𝐞 𝐯 𝐞 ?

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Jamais diria em voz alta, mas Leo estava muito mais seguro sozinho com o jogar de Hóquei do que nós.

Os corredores frios serviam de mal agouro, a espada enfiada no meio das minhas costas também. Zetes insistia em cutucar aquilo em mim, parecia quase um adolescente cheio de acne irritando algum dos seus colegas de classe.

Um colega de classe pronto a me matar na primeira oportunidade.

Ventos gelados faziam meu corpo tremer, nem o casaco grosso e revestido conseguia manter o frio cortante fora de mim. Sempre preferi o inverno ao verão, mas isso aqui estava longe de ser normal, era moldado em cada detalhe para parecer perigoso.

Jason estava pensativo, torço que esteja formando um plano capaz de nos tirar daqui sem nenhum grande problema. Ele e Piper andavam alguns passos em frente, eu permanecia atrás, na retaguarda. Vez ou outra algum deles virava a cabeça, checando se eu ainda não havia sido transformada em picolé de Verônica.

No fim do imenso — e muito, muito longo — corredor, a grande porta de carvalho impedia o caminho. Um mapa do globo entalhado adornava a madeira, nele, vários homens barbudos sopravam gelo e neve de cada canto.

Muito receptivo, claro.

— Está é a sala do trono. Comporte-se bem, Jason Grace — "Cimpirtici bim" resmunguei inaudível. — Meu pai pode ser… um tanto frio. Eu vou traduzir para você, e tente encorajá-lo, para que ele o escute. Espero que ele o poupe. Poderíamos nos divertir muito.

O tipo de diversão dessa garota me assustava, confesso.

Ele falou algo sobre ser apenas uma visitinha rápida, e ela riu, dizendo que adorava a ingenuidade dos heróis. Ótimo, realmente ótimo, a psicopata vai nos degolar, esquartejar, congelar e matar, não necessariamente nessa ordem.

— Mas, então, princesa de gelo — ela olhou para mim como se eu fosse uma mancha especialmente difícil de limpar no seu vestido.— Ainda não sabemos o seu grandioso nome, e é sempre bom conhecer a pessoa que provavelmente vai nos matar…

Certo, péssima hora para sarcasmos Verônica, fica quietinha, apenas sorria e acene e talvez você saia viva daqui. Céus, eu sou uma completa otária.

— Vocês não me conhecem, claro, já deveria imaginar — pontuou com amargura. — Os seus antepassados gregos eram assim, viviam em ilhas longe dos meus domínios. Sou Quione, filha de Bóreas, deusa da neve.

Bom, isso faz sentido.

Ela fez um gesto com as mãos, imediatamente flocos fofinhos subiram no ar, rodeando-a. Faltou apenas o famoso “lerigou” para completar.

— Agora, venham. Com sorte, sobreviverão à sua rápida conversa.




A sala do trono era mil vezes mais fria, passei o braço ao redor do meu tronco, abraçando a mim mesma em busca do mínimo sinal de calor. Ficar no hall de entrada junto de Leo e a versão metálica de Drogon parecia quase um sonho. Calais é suportável perto de toda essa frieza.

Porém, por mais gélido que tudo isso fosse, não podia negar a beleza extrema. A aurora boreal refletia no teto de gelo, esse que servia quase como um espelho gigante. Estatuas congeladas extremamente reais — me recuso a pensar que são humanos congelados — adornavam os cantos.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora