XXXVI.

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Os pégassos realmente
me odeiam
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Nós só paramos de nos beijar depois de ouvir um pigarro alto as nossas costas, soltando um ao outro sem muita vontade e virando na direção onde o casalzinho que não namora e a bunda divina estavam.

── Podemos ir ou querem mais tempo? Ainda tenho de participar de uma reunião importante hoje. ── ignorei as sobrancelhas arqueadas e os braços cruzados dela, também não me importei com o som impaciente dos pés dela batendo no chão. ── Ótimo, vou mandar vocês logo para o acampamento.

Vi o sorriso nada discreto que enfeitava o rosto da Miss Universo enquanto andava até o trio, Dory levantou o polegar fazendo um joinha na nossa direção. Aparentemente ambos gostaram do show.

Não se pode nem enfiar a língua na boca da pessoa que gosta sem participação de platéia?

Hera ainda nós olhava com a expressão ilegível quando paramos ao lado dos outro dois. Ela murmurou algo como "Ares e Hefesto devem estar destruindo o Olimpo" antes de tocar nossas costas e fazer o mundo girar.

Sabe aqueles brinquedos de queda livre que você sobe a torre e depois despenca a toda velocidade, e fica o dia inteiro com a sensação de que deixou a alma lá? Então, foi mais ou menos esse o sentimento.

Fechei os olhos, feliz por não ter nada no estômago para ser vomitado, e tentei manter o pouco equilíbrio.

Quando toquei os pés em uma superfície sólida outra vez, estávamos parados no meio do pavilhão de refeições do Acampamento Meio-Sangue, de pé em cima da mesa do chalé de Afrodite. Todos os campistas olharam na nossa direção, alguns cuspiram o que tomavam, outros deixaram a comida cair nos pratos.

Segurei o ombro de Piper, notando que a garota pisava exatamente no prato de pizza de Drew, evitando que ela caísse na meio-irmã maligna. Franzi a testa quando o Garoto em Chamas pulou da mesa, correndo até o braseiro ── onde fazíamos as oferendas aos deuses ── e vomitou todo o café da manhã.

Demorou bons dez segundos para recuperar completamente o equilíbrio, dei o primeiro passo, empurrando o ombro de Drew com o sapato ── e sujando a blusa dela com boas doses de poeira de monstro ── e desci da mesa. O lugar permanecia em silêncio, os únicos sons sendo os saltos da minha bota batendo no chão claro.

Andei em direção a mesa do chalé 5, pegando um dos copos mágicos ── eles faziam quase todo tipo de bebida aparecer ali automaticamente ── e estendendo na direção do filho de Hefesto ── agora quase recuperado ── dei batidinhas encorajadoras nas costas dele antes de sentar na cadeira ao lado de Clarisse. Ele sorriu na minha direção, parecia já estar bem melhor agora.

── Vocês não fazem idéia da fome que eu tô. ── dito isso, puxei a travessa com macarronada no centro da mesa, colocando boa parte da massa no meu prato.

Quíron, embasbacado como nunca vi antes, levantou da cadeira de rodas, olhando cada um como se fossemos fantasmas. Ele claramente não confiava muito no sucesso dessa missão, se não estivesse enfiando uma garfada de macarrão na boca provavelmente teria ficado indignada.

── Jason? ── Não, o papai-noel. A idade está fazendo mal para o Cavalo Manco. ── O quê? Como?

"O quê" e "Como" pareciam ser a duvida de todos no pavilhão.

Bonitinha, usando toda a graça de alguém com roupas rasgadas, cabelo bagunçado e machucada poderia usar, sorriu antes de dizer:

── Oi. ── jurei ouvir um dos meus irmãos suspirar como besta. ── Estamos de volta.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora