XXXIII.

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Isso é uma luta ou uma
festa universitária?
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A viagem de helicóptero passou rápido, e logo nós já estavamos num aeroporto qualquer. Piper despedia-se do pai, entregando para ele um vidro com algum líquido "perde a memória" antes de deixar o Bode Velho o acompanhar para dentro de um jatinho particular. Isso nos deixava aqui, nesse aeroporto, prestes a "pegar emprestado" o helicóptero a qual nos trouxe do Monte infernal até aqui.

Ainda temos a melhor parte — olha aí o sarcasmo — disso tudo: O filhote de Ferreiro iria pilotar.

Porque, por mais idiotas que sejamos, colocar a vida da piloto inocente em risco é algo inaceitável. Então, vamos simplesmente convencê-la a nos emprestar a aeronave por tempo indefinido. 

Antes de sermos levados em um passeio com o "Tio Leo" como o próprio idiota se denominou, o ar a nossa frente ficou bruxuleante e a imagem de Thalia — a irmã incrivelmente bonita do Desmemoriado — aparecer. Era uma mensagem de Iris, percebi, eu mesma tinha ensinado meus pais a mandarem essas coisas para mim — podia apostar que os dois iam querer me ver ao menos duas vezes por dia.

— Onde vocês estão?

— Oakland. — respondeu Dory. — E vocês?

— Na Casa do Lobo! — talvez fosse a ligação, mas a voz dela edtava ofegante e cansada. — Oakland... não fica muito longe. Estamos contendo os comparsas do gigante, mas não vamos aguentar muito tempo. Cheguem aqui antes do pôr do sol ou tudo estará acabado.

Olhei o céu, consegui supor que faltava uma hora para o pôr do sol. Uma e meia se fossemos muito, muito sortudos, o quê obviamente não somos.

— Sonoma Valley. Não é longe, principalmente se formos voando. — menos de trinta minutos se minhas vontas estivessem certas.

— Então vamos logo, não temos tempo a perder. — E, dessa maneira, entramos no helicóptero rumo à última parte dessa missão.

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A Rainha da Beleza e o Incendiário Mirim estavam na parte da frente da aeronave, ele pilotava enquanto ela parecia observar a paisagem. Resolvi ficar na parte de trás, sentada no chão com as costas apoiadas contra a parede fria de metal e os olhos fechados. O dia tinha passado incrivelmente rápido, tão rápido que mal havia notado as horas passarem.

Em um momento estavamos tomando o café da manhã com meus pais e depois... BUM! Monstros, fogo, sague e labareda.

O TDAH combinado com as lutas faziam o tempo passar voando.

Era incrível a maneira como eu conseguia sentir o helicóptero. Esse negócio de controlar mentais é realmente bizarro, completa e totalmente bizarro, mas bastante útil também. Mesmo que seja como o Mestre dos Magos: aparecem do nada e somem, também, do nada.

— Você está bem? — o Ken humano perguntou. Sentado na minha frente, as pernas esticadas faziam nossos pés se encostarem vez ou outra.

— Sinceridade ou otimismo? — sequer abri os olhos, as palpebras pesadas pelo cansaço. — Se for otimismo eu diria que estou ótima e pronta para outra briga. Agora, se quiser a sinceridade eu digo que tô só o bagaço.

Alguns poucos segundos se passaram antes dele continuar a conversa.

— Acho que você é mesmo a minha princesa encantada. — ele disse, fazendo referência a nossa conversa no esgoto, há dois ou três dias. — Essa é a terceira vez que me salva.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora