XLIX.

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A arremessadora de
sapatos ( seria uma
filha perdida de
Feyre?)

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Não me lembro de quando foi a última vez que fiquei tão alegre. Talvez no fim da missão salve a bunda da Deusa Agropecuária, quando Leo e eu nos agarramos feito loucos na frente dos dois idiotinhas e da divindade dos casamentos. Ou no natal, quando começamos a namorar. Mas, bem, eu estava radiante em caminhar pelas ruas de Nova Roma, sentindo o vento no cabelo, o sol no rosto e o adorável peso das sacolas penduradas no meu braço.

Os quatro idiotinhas ao meu lado apenas me seguiam de uma loja à outra, Judy as vezes bufava, embora estivesse claramente menos emburrada por perceber que Frank, e não ela, era o encarregado de carregar minhas sacolas extras. Falando nisso, o Kung Fu Panda tinha a gentileza de não reclamar em segurar os infinitos pacotes, nem mesmo de entrar nas lojas de sapato.

Gosto dele, fique anotado aqui. Em meia hora ele já está empatado com Cassian em primeiro lugar na curta lista de irmãos que eu não quero sufocar com um travesseiro. Clarisse ocupava fielmente o segundo lugar, apenas porquê ela também tinha o título de primeiro lugar na lista irmãos que provavelmente querem me sufocar com um travesseiro.

Bom, vovó sempre diz que não dá para ganhar todas ── a não ser que você seja uma Eisen, mocinha, essas regras não se aplicam à nós.

Tirando maravilhosa parte em que conseguia, finalmente, renovar parte do meu guarda-roupas de viagem, a companhia realmente não era ruim. Nemo conversava com a Cabritinha sobre os tempos juntos no acampamento, e o garoto perguntava sobre como estava um dos seus melhores amigos, Grover o nome.

── Estava te procurando. ── resmingou ela, mastigando parte de uma das minhas sacolas. ── Agora deve estar desenrolando redes de tartarugas e jogando fogo em contrabandistas de animais... o de sempre. Juníper te mandou um abraço, aliás.

Quis rebater que jogar fogo em contrabandistas era algo que Judy faria, embora tenha continuado calada enquanto puxava os dois romanos confusos pelo braço, em direção à barraquinha de sorvete no meio da praça.

Fiquei feliz em perceber que as pessoas dessa cidade aceitavam cartão de crédito como pagamento, até porque, a senhorinha me olhou com uma cara estranha quando quis pagar a blusinha nova com dracmas. Então, aproveitei o embalo para torrar todo o dinheiro que tinha economizado desde minha última visita ao shopping.

── Eu não tomo sorvete. ── disse o fofucho no exato instante que ofereci comprar um desses para ele (Como pagamento por carregar minhas compras, claro. Eu não sou totalmente cretina). ── Intolerância à lactose. ── explicou ele.

Soltei um "ah!" que deve ter soado impressionado demais. Depois dei de ombros. Por algum motivo, ele parecia particularmente constrangido com esse fato. Não entendi no momento, mas algo me fez falar com a voz o mais consoladora possível:

── Acho que todo filho de Ares, ou Marte, ele deve ser um cretino em todas as formas, ── completei a última parte em voz baixa, porém ele deve ter escutado, visto o resmungo baixo em concordância que saiu da boca dele. ── Deve ter algum ponto fraco. Você tem intolerância à lactose, eu tenho medo de aves que não voam.

A sátiro, cuja casquinha já havia sido devorada minutos antes e agora se contentava em mastigas a colherzinha de plástico e o guardanapo de papel, soltou a risadinha maligna de sempre.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora